Na sessão desta terça-feira (9), a vereadora Dra. Lara Fernandes (Republicanos) usou a Tribuna da Câmara Municipal de Vitória da Conquista para denunciar o que ela considera grave situação da saúde pública no Brasil e cobrar mais fiscalização, transparência e prioridade orçamentária para o setor.

Segundo ela, é preciso esclarecer à população que a responsabilidade pela saúde não recai exclusivamente sobre os municípios. “O Sistema Único de Saúde (SUS) é tripartite, com responsabilidades compartilhadas entre o município, o Estado e a União. A maior parcela dos recursos vem de repasses federais. Vitória da Conquista não está sozinha nesse sofrimento. A crise do SUS é nacional, sistêmica e profundamente dolorosa para todos os brasileiros que dependem desse sistema”, enfatizou.

A vereadora criticou o desvio de recursos públicos, o mau uso do dinheiro da saúde e a priorização de setores que, segundo ela, não atendem às necessidades básicas da população. “Como é possível que um país tão rico como o Brasil alegue falta de dinheiro para a saúde? Enquanto nossos hospitais carecem de medicamentos básicos, assistimos políticos sendo flagrados com dinheiro público em suas cuecas, malas abarrotadas de notas, escândalos bilionários como o mensalão e o petrolão, e bilhões desviados dos cofres públicos”, denunciou.

Dra. Lara também questionou os critérios de distribuição da verba da cultura. “A cultura é fundamental, mas os recursos não chegam a quem realmente precisa. Recentemente, um filme do cineasta Walter Salles recebeu R$ 32 milhões em recursos públicos, mesmo sendo ele multimilionário. Empresas como o Banco Itaú e a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, líderes mundiais, não contribuíram com um centavo. Onde está a equidade?”, indagou.

Além disso, citou o caso dos Correios, que patrocinaram uma turnê de R$ 4 milhões do cantor Gilberto Gil, enquanto hospitais interrompem atendimentos de beneficiários do plano de saúde da empresa por falta de pagamento.

A vereadora finalizou com um apelo direto aos colegas parlamentares e à sociedade: “Não podemos aceitar que pacientes aguardem meses por uma consulta especializada, enquanto bilhões são desviados por esquemas de corrupção. É preciso uma fiscalização mais rigorosa dos recursos públicos. Nós, representantes do povo, precisamos ser vigilantes incansáveis contra a corrupção que corrói os alicerces da nossa sociedade”.

“Devemos exigir transparência absoluta na aplicação dos recursos destinados à saúde e à educação. Precisamos revisar nossas prioridades orçamentárias. Finalizo com um apelo: que a indignação que sentimos hoje se transforme em ação concreta para construir um sistema de saúde eficiente, justo e digno para todos os brasileiros.