Na sessão desta quarta-feira (2), o vereador Natan da Carroceria (Avante) iniciou sua fala trazendo à tona o debate sobre os impostos e a situação das famílias em Vitória da Conquista. O vereador fez uma crítica ao sistema de impostos no Brasil: "O seu carro não é seu. A sua moto não é sua, a sua casa não é sua, tudo que você compra, você paga imposto. Se você paga imposto, então é seu. Oxe, se você não paga o imposto, o governo toma o que é seu”.

Natan ressaltou a situação dos pais e mães de família que têm perdido seus bens, com muitos carros sendo apreendidos e levados para o pátio da Ciretran de Vitória da Conquista, "que se encontra entupido de modos de carros". E reclamou: “Quando você compra um carro, 51% é do governo, apenas 49% é seu. Aí você paga uma taxa de licenciamento que vai correr nesse carro. Aí você tem uma taxa anual para cobrir essas alíquotas e ali seu carro só vai depreciando, acabando o valor", afirmou, criticando o peso dos impostos e a perda de valor dos bens.

O vereador também abordou as dificuldades das famílias mais humildes: "Eu não tenho um carro, mas você tem sua casa. Assessores de Justiça chegam na casa de vocês com papel ameaçando tomar o bem mais precioso que você tem", expressou, enfatizando a necessidade de defender a população mais vulnerável.

Em relação ao governo federal, Natan criticou a proposta que mexe nos recursos dos trabalhadores. "O governo federal está querendo pegar o seu imposto de renda, o seu fundo de garantia", disse, comparando a situação a uma perda financeira: "Digamos que ele pegue R$ 100. Ele lhe tomou R$ 100, o dinheiro seu, mas ele lhe tomou e passou para o banco lhe devolver 80 parcelado em uma forma de imposto. Que justiça, né? Pegarmos o que é da gente 100% e o governo nos devolveu 80%".

Natan ainda fez referência à teoria econômica chamada Curva de Laffer, ressaltando que "quanto mais imposto você cobra, menos você arrecada", e afirmou que isso não se aplica apenas ao governo atual, mas a todos os governos ao longo das últimas décadas. "Seis meses e meio de tudo que nós produzimos é corroído pelo Estado", destacou, apontando que muitos cidadãos se encontram endividados, com impostos como o IPTU e o licenciamento de carros atrasados.

Ele também criticou a falta de mobilização do poder público para resolver questões urgentes da cidade: "Onde está a nossa mobilização? Cadê a nossa força? Cadê a presença da Câmara? Cadê a Prefeitura? Precisamos de mais atitude", afirmou, lembrando a necessidade de ação coletiva.

Por fim, o vereador fez uma reflexão filosófica, citando um trecho do escritor inglês Aldous Huxley: "A ditadura perfeita terá aparência da democracia, uma prisão sem muros, na qual os prisioneiros não sonharão sequer com a fuga, no sistema de escravatura, onde graças ao consumo e ao divertimento, os escravos terão um amor à sua ingratidão".

Por Giselle Trindade