Durante a sessão desta sexta-feira, 12, o vereador Alexandre Xandó (PT) fez um pronunciamento contundente, no qual apresentou imagens e denúncias sobre o estado atual do Estádio Municipal Murilão, além de cobrar providências sobre a qualidade das obras executadas pela Prefeitura.
Xandó iniciou sua fala prestando homenagem à ativista Tieta, celebrando sua recente conclusão do ensino fundamental pelo EJA. “Tieta, você é um orgulho para nós. Tenho certeza que essa será apenas a primeira formatura de muitas”, afirmou o vereador, ressaltando sua trajetória marcada por violência, exclusão e superação.
Em seguida, o parlamentar exibiu imagens do Murilão no dia de sua inauguração, destacando que a obra, segundo registros da Prefeitura, custou R$3 milhões oriundos do empréstimo Finisa. Xandó comparou as imagens de 2023 com registros atuais, mostrando o abandono da estrutura.
De acordo com ele, apenas dois anos após a entrega, o estádio se encontra inutilizado com o gramado deteriorado e impraticável, traves danificadas, bancos de reserva removidos, manilhas quebradas, e ausência de iluminação adequada.
“Uma obra de R$3 milhões que agora está jogada fora. Vai ter que reformar tudo de novo. Isso coloca em xeque a qualidade das obras feitas com os recursos desses empréstimos”, disse. Ele ainda lembrou que o Legislativo aprovou recentemente mais R$400 milhões em empréstimos, o que, segundo ele, reforça a necessidade de fiscalização rigorosa.
Xandó informou que encaminhou denúncia ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas dos Municípios, questionando: “Qual foi a empresa que entregou esse serviço? Quem lucrou entregando uma obra que não resistiu dois anos? Até quando vão achar isso natural?”
O vereador também citou problemas semelhantes em recentes obras de pavimentação na região do bairro Cidade Modelo, onde, segundo ele, o asfalto recém-executado “foi todo arrancado”.
Xandó abordou críticas à empresa terceirizada responsável pelas auxiliares de vida escolar na rede municipal. Segundo ele, profissionais estão sendo contratados sem treinamento adequado para lidar com crianças autistas e estudantes com deficiência, resultando em grande rotatividade e prejuízo pedagógico. “Quem mais sofre são as crianças. Cada troca de auxiliar significa recomeçar o processo de adaptação, o que atrasa o desenvolvimento escolar delas. Isso é grave e precisa ser corrigido imediatamente”, alertou.
O vereador concluiu pedindo que a Secretaria de Educação e a empresa responsável adotem medidas urgentes para garantir capacitação e estabilidade às auxiliares, preservando o direito das crianças à inclusão e ao atendimento adequado.
Por Camila Brito