Imagem Vereadores, técnicos e comunidade defendem que governo priorize investimentos em macrodrenagem

Vereadores, técnicos e comunidade defendem que governo priorize investimentos em macrodrenagem

Câmara Municipal de Vitória da ConquistaAudiência PúblicaNotíciaLuis Carlos DudéFernando JacaréIvan CordeiroRicardo Babão Subtenente MunizRicardo GordoPaulinho Oliveira

17/11/2025 21:40:00


Na noite desta segunda-feira (17), a Câmara Municipal de Vitória da Conquista realizou uma audiência pública para discutir as enchentes e alagamentos que há anos atingem vários bairros da cidade. O encontro reuniu especialistas, representantes de órgãos públicos e moradores afetados, com foco na busca por soluções estruturais e duradouras para o sistema de macrodrenagem.

Autor da proposta, o vereador Ivan Cordeiro (PL) destacou que a audiência é um passo essencial para enfrentar um problema constante. Ele afirmou que a cidade não pode mais conviver com prejuízos recorrentes durante o período de chuvas e defendeu a necessidade de planejamento técnico e investimentos consistentes e permanentes.

O engenheiro civil Leandro Fonseca destacou a urgência de ações estruturais no sistema de drenagem do município ao afirmar: “Vitória da Conquista tem um passivo de mais de 30 anos em macro e microdrenagem. Nós já escapamos de tragédias recentes e não estamos preparados para enfrentar, por exemplo, uma chuva de 210 milímetros como a que já tivemos no passado. É urgente que gestão, técnicos e Legislativo arregacem as mangas para devolver à população a tranquilidade de enfrentar as chuvas sem tanto dano”.

Representando o comandante do 7º Batalhão de Bombeiros Militar, o capitão Milson Ramos lembrou que a cidade “quase teve um óbito” dias atrás por causa dos problemas de drenagem e destacou que o debate já passou da fase de questionar se as obras são necessárias. Segundo ele, o momento agora é discutir como elas serão feitas de forma planejada, técnica e alinhada ao que apontam os especialistas. Ramos afirmou que o Corpo de Bombeiros está à disposição da Câmara e da sociedade para participar das discussões e oferecer todos os esclarecimentos que possam contribuir.

O inspetor-chefe do Crea-BA, Raoni Correia, ressaltou que o principal desafio da macrodrenagem em Vitória da Conquista não é técnico, mas financeiro: “As soluções existem e os profissionais as enxergam. O grande desafio para o Poder Público Municipal é descobrir de onde virão os recursos para executar os investimentos necessários. Precisamos, como sociedade e como gestão, nos organizar financeiramente para que a drenagem urbana avance de forma planejada e contínua”.

Representando o movimento Duplica Sudoeste, José Maria Caires destacou que Vitória da Conquista funciona como uma grande bacia que despeja suas águas no Rio Verruga e defendeu que a solução passa pelo fortalecimento da microdrenagem, com parte do volume das chuvas sendo direcionado para áreas como a Lagoa das Bateias. 

Segundo ele, bairros como Boa Vista e Ibirapuera e ruas como Guanambi e Frei Benjamin poderiam ter suas águas drenadas para essa região, aliviando pontos críticos no centro, como a Baixa da Jurema. Citando conversas com engenheiros, afirmou que locais altos, como o Vila América,são mais simples de resolver, enquanto áreas centrais exigem mais planejamento. Finalizou sua fala destacando que Conquista já avançou na drenagem, mas precisa ampliar intervenções de microdrenagem para evitar que todo o volume de água se concentre na Baixa da Jurema e na Bartolomeu de Gusmão.

O representante do bairro Vila Elisa, Jefferson Silva Santos, cobrou transparência e fiscalização sobre os recursos destinados ao saneamento básico no município: “Em 2016, a Prefeitura e a Embasa firmaram um convênio que garante 370 milhões de reais em 30 anos - cerca de 12 milhões por ano - para investimentos em saneamento. Existe um fundo criado para receber esses valores, mas falta fiscalização sobre para onde esse dinheiro está indo. Precisamos acompanhar esse Fundo Municipal, porque as obras são urgentes e a cidade não pode mais esperar”.

Representando a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil, Gabriel Queiroz afirmou que a drenagem é um tema sensível e destacou o papel da Defesa Civil antes, durante e depois de situações de risco. Ele lembrou os eventos de 2021 e 2022, quando Vitória da Conquista registrou altos volumes de chuva, alagamentos, inundações e danos em áreas urbanas e rurais e ressaltou que o município atuou com assistência humanitária, ações de resposta e reconstrução de trechos afetados, inclusive ligados ao sistema de drenagem.

Queiroz avaliou que as medidas foram efetivas e citou a parceria entre Prefeitura e Câmara na liberação de recursos. Olhando para o futuro, afirmou que a prioridade deve ser a prevenção, mencionando o novo Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil apresentado na COP30, que prevê o fortalecimento das defesas civis municipais e investimentos em drenagem. Ele defendeu a união entre Executivo, Legislativo, técnicos e população para enfrentar eventos climáticos extremos e destacou que a gestão municipal está disposta a avançar nessas melhorias, incluindo a busca por recursos federais.

O secretário municipal de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos, Luis Paulo Souza, destacou que, apesar das limitações financeiras, a gestão tem buscado alternativas para avançar em obras de drenagem no município: “Todos sabemos que o município não dispõe de recursos próprios suficientes para uma obra dessa dimensão. Mesmo assim, temos realizado manutenções preventivas e corretivas nos canais e os resultados aparecem em locais como o Bateias 2 e o Panorama, onde intervenções planejadas transformaram a realidade dos moradores. A prefeita Sheila Lemos continua buscando novas fontes de financiamento e parcerias porque o trabalho não pode parar e deve sempre ter como foco os cidadãos conquistenses”.

O secretário municipal de Infraestrutura, Jackson Apolinário, afirmou que a drenagem vem sendo tratada com prioridade pelo município, que já realizou estudos técnicos e implantou redes nos últimos anos. Ele destacou que ocupações irregulares e construções sem alvará agravam os alagamentos em diversos pontos da cidade e explicou que as equipes têm atuado junto a outras secretarias em ações de manutenção, limpeza de canais e resposta a ocorrências. Apolinário citou a expectativa de novos investimentos do PAC e lembrou que projetos foram encaminhados à Conder para intervenções em áreas críticas. Segundo ele, a Secretaria seguirá ampliando obras de macro e microdrenagem e permanece à disposição para contribuir com o debate.

O vereador Luís Carlos Dudé destacou a urgência em tratar com firmeza a macro e microdrenagem do município, lembrando contribuições de técnicos e retomando sua defesa pela conclusão do canal Oeste–Leste, que, segundo ele, teria evitado muitos dos alagamentos enfrentados hoje em bairros como Jurema, Leblon e áreas centrais. Ao citar as chuvas recentes - 70 milímetros em apenas 43 minutos - afirmou que o problema é resultado de décadas sem os investimentos necessários. Dudé ressaltou que a Câmara precisa se posicionar com responsabilidade diante do pedido de R$ 400 milhões enviado pelo Executivo e disse estar disposto a votar favoravelmente ao financiamento, desde que haja garantia de que parte expressiva dos recursos seja destinada à drenagem urbana, defendendo inclusive uma emenda coletiva para assegurar essa prioridade.

O vereador Ricardo Babão afirmou que Vitória da Conquista cresceu rápido e que os problemas de drenagem exigem obras responsáveis e fiscalização rigorosa. Ele destacou que a Câmara tem buscado melhorias em todas as esferas e que, embora gestões anteriores tenham contribuído, a cidade precisa de ações mais amplas para acompanhar seu desenvolvimento. Babão lembrou intervenções antigas em bairros como Jurema e Alegria, ressaltando que hoje a demanda é maior e pede planejamento integrado. Ele também citou a necessidade de atenção às ocupações irregulares e afirmou que a prefeita Sheila Lemos tem buscado alternativas de financiamento para ampliar as obras de infraestrutura.

O vereador Subtenente Muniz destacou que o problema da drenagem não é só de Vitória da Conquista, mas também da Bahia e do país. Muniz questionou a disparidade na distribuição de recursos federais, lembrando que Conquista recebe menos que cidades como Juazeiro e muito menos que Petrolina, apesar de sua importância econômica. Defendeu que vereadores de todos os partidos cobrem seus deputados por mais investimentos, já que o município não possui recursos próprios para realizar uma macrodrenagem completa. Muniz também chamou atenção para comunidades rurais como Lagoa das Flores e o Pradoso, que ficam isoladas após chuvas intensas, e reforçou que sem repasses adequados não há como resolver problemas antigos e agravados pela impermeabilização da cidade.

O vereador Fernando Jacaré destacou a importância da audiência pública e ressaltou que a presença de lideranças comunitárias reforça a urgência do debate sobre drenagem em Vitória da Conquista. Ele afirmou que a cidade praticamente dobrou de tamanho nos últimos 25 anos e que, apesar das grandes obras já realizadas - desde intervenções na Rio-Bahia até ações no Jurema e na Bateias - o crescimento acelerado exige investimentos ainda maiores.

Jacaré lembrou programas como PAC e Finisa, que viabilizaram obras essenciais, mas reforçou que a demanda atual é muito superior. Defendeu união entre município, estado e governo federal para garantir recursos e afirmou que temas como drenagem e mobilidade são suprapartidários. 

O vereador Ricardo Gordo contou que esteve no Jurema às quatro da manhã acompanhando os transtornos e alertou que os problemas da cidade não podem ser esquecidos quando a chuva passa. Ele lembrou intervenções antigas de drenagem, criticou a polarização política e cobrou foco nas necessidades dos moradores. Gordo também chamou atenção para outras áreas atingidas, onde construções irregulares podem afetar bairros vizinhos. Defendeu ainda a união dos governos para resolver pontos críticos como a Lagoa das Bateias e o Baixão.

O vereador Paulinho Oliveira afirmou que a audiência precisava ser apartidária e voltada a soluções para os problemas de micro e macrodrenagem da cidade. Disse que pretende votar a favor do crédito de R$ 400 milhões por entender que a cidade precisa avançar e que a prefeita deve incluir investimentos em drenagem no orçamento. Destacou a importância da presença de técnicos na mesa e defendeu que o debate é construído “a várias mãos”, pensando no futuro de Vitória da Conquista.


Por Anuska Meirelles e Jenifer Vital



Prestação de Contas Anual
Acesse o Prestação de Contas
  Live Offline
Rádio Câmara 90.3
Rádio Câmara 90.3
Facebook
Calendário

Novembro 2025
14

Seg

Ter

Qua

Qui

Sex

Sab

Dom

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30