Câmara Municipal de Vitória da ConquistaVereadoresSessão EspecialNotícia
10/09/2025 11:00:00
O vereador Fernando Jacaré (PT), coautor do pedido da sessão, juntamente com o vereador Luciano Gomes (PCdoB), destacou a gravidade do problema no Brasil, que registra 42 mortes por dia por suicídio e onde 17% da população já pensou em tirar a própria vida. “A valorização da vida deve ser prioridade permanente, e não apenas um compromisso no mês de setembro. É fundamental identificar sinais, oferecer acolhimento e construir rede de proteção”, afirmou. Ele também ressaltou a importância do Disque 188, canal gratuito de apoio emocional, disponível 24 horas por dia.
A sessão contou com a participação ativa de estudantes da rede pública, como Esther Freire, do Colégio Estadual José de Sá Nunes, para quem “cada pessoa precisa se sentir acolhida e compreendida, sabendo que não está sozinha”. Ela defendeu a ampliação de espaços de escuta e a construção de uma sociedade mais humana e solidária.
Sua colega, Yasmin Teixeira dos Santos, reforçou que falar sobre saúde mental é fundamental para quebrar o silêncio que gera sofrimento. “Ao falar de suicídio, estamos falando, sobretudo, sobre a vida – e a vida é algo muito importante”, declarou.
A vereadora Gabriela Garrido (PV) destacou a importância da Lei 15.199/2025, sancionada pelo presidente Lula, que oficializa o dia 10 de setembro como Dia Nacional de Prevenção ao Suicídio e o dia 17 como Dia de Prevenção à Automutilação. Ela alertou para a sobrecarga dos serviços como o CAPS e CREAS, e criticou a longa espera por atendimento psicológico – que pode chegar a oito meses.
O vereador Nelson de Vivi (PSDB) lembrou que a depressão é considerada a “doença do século” e atinge desde crianças até idosos. “Temos um déficit grave de serviços especializados. Até quem pode pagar enfrenta longas filas”, criticou, pedindo união entre os governos e sociedade civil para ampliar o atendimento em saúde mental.
Márcio de Vivi (PSD) chamou atenção para a realidade da zona rural, onde o sofrimento mental muitas vezes passa despercebido. “É fundamental que os debates desta Casa se transformem em ações concretas. A saúde precisa chegar a todas as localidades”, pontuou.
Já o vereador Paulinho Oliveira reforçou que a depressão é uma doença silenciosa e cobrou mais afeto, acolhimento e atenção. “A depressão não é "mimimi". Quantas pessoas estão sofrendo neste momento? Precisamos agir e ajudar essas pessoas”, declarou.
A vereadora Viviane (PT) alertou que o Brasil registra cerca de 14 mil mortes por suicídio por ano, uma média de 38 pessoas por dia. Ela defendeu que o tema seja tratado de forma transversal nas políticas públicas, envolvendo saúde, educação, cultura, esporte e assistência social. “Precisamos identificar sinais, acolher e encaminhar para tratamento”, afirmou.
A psicóloga Natália Ferraz, coordenadora do Núcleo de Atendimento Psicopedagógico da Uninassau, lembrou que 98% dos casos de suicídio estão associados a transtornos mentais, e que a prevenção começa com o simples gesto de escutar. “Precisamos de espaços seguros e políticas públicas que funcionem de verdade. Falar sobre suicídio não é incentivar, é abrir espaço para o diálogo e quebrar tabus”, destacou, cobrando mais investimento em programas de conscientização, grupos de apoio e leis que ampliem a rede de atendimento.
A ex-vereadora e gestora ambiental Nildma Ribeiro defendeu que a prevenção ao suicídio seja uma política pública permanente. “O Brasil ocupa o 8º lugar no ranking mundial de suicídios. Precisamos garantir atendimento psicológico humanizado, especialmente para jovens, mulheres e idosos, muitas vezes vítimas de uma sociedade excludente”, disse. Para ela, pedir ajuda é um ato de coragem, e toda a sociedade precisa se envolver nesse esforço coletivo de cuidado.