Na manhã desta quarta-feira (27), a Tribuna Livre da Câmara Municipal de Vitória da Conquista foi palco de um apelo comovente da presidente da Associação de Fibromialgia do município, Maria Aparecida Rodrigues Santos. Representando centenas de pacientes, ela usou seu tempo na tribuna para denunciar o abandono e a falta de políticas públicas adequadas para pessoas com fibromialgia na cidade.

Segundo Maria Aparecida, um projeto de lei voltado ao atendimento dos fibromiálgicos, de autoria da vereadora Viviane e aprovado pela Câmara, foi vetado pela Prefeitura. A proposta buscava garantir direitos básicos para quem convive com a doença, como acesso a tratamento multidisciplinar e políticas de inclusão.

"Os fibromiálgicos precisam de socorro. Estamos sendo deixados de lado", afirmou. Ela também destacou a limitação imposta ao uso do cartão de transporte público, que só garante isenção no dia e horário da fisioterapia, excluindo outras necessidades médicas e terapêuticas essenciais. “Ficamos restritos à fisioterapia, como se esse fosse o único tratamento que precisamos. Não temos acesso facilitado a exames, especialistas, medicamentos. Somos tratados como se nossa dor fosse frescura”, desabafou.

Maria Aparecida pediu um olhar mais humano por parte do poder público e dos vereadores, cobrando mais empatia e ações concretas. “Cidades menores que Vitória da Conquista já possuem leis que defendem os fibromiálgicos. Aqui, estamos invisíveis. Nos dizem para fazer dieta, caminhar, como se isso fosse suficiente. Parece que somos um peso para o sistema de saúde.”

A fala de Maria Aparecida reforçou a importância de uma escuta ativa por parte dos representantes do legislativo municipal. A expectativa agora é que os vereadores retomem o debate sobre o projeto vetado e encontrem caminhos para atender às demandas das pessoas com fibromialgia no município.

Por Andréa Póvoas