Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (18), a vereadora Doutora Lara (Republicanos) fez um pronunciamento contundente em que anunciou sua saída da bancada feminina da Câmara Municipal de Vitória da Conquista, alegando falta de respaldo institucional diante de um episódio que classificou como violência política de gênero. O desabafo veio após críticas à ausência de providências da Mesa Diretora e de suas colegas vereadoras.

“Fui atacada pessoalmente durante a Sessão Especial do Dia das Mulheres, protocolei uma representação no dia 15 de março e, até hoje, nenhuma providência foi tomada. Nenhuma ação, nenhuma resposta. Já não me sinto representada. Estou fora da bancada feminina,” afirmou. 

A parlamentar ressaltou que sua decisão é resultado do silenciamento institucional diante de um episódio que, segundo ela, deveria ter motivado ações imediatas de defesa e solidariedade. “Ser mulher na política não pode ser apenas um símbolo para discurso em datas comemorativas. É preciso agir diante das agressões, sobretudo quando partem de colegas desta Casa,” criticou.

Apesar do tom firme ao final da fala, Doutora Lara iniciou sua participação comemorando avanços no Congresso Nacional. Ela destacou a derrubada de vetos presidenciais considerados prejudiciais a grupos vulneráveis, como crianças com microcefalia causada pelo zika vírus, crianças autistas e portadores de diabetes tipo 1. “Esses vetos retiravam direitos fundamentais. A rejeição deles é uma vitória das mães que lutam todos os dias por dignidade e acesso à saúde,” afirmou.

Também celebrou a aprovação, em regime de urgência, do Projeto de Decreto Legislativo (PDC) nº 314/2025, que susta um decreto do Governo Federal que aumentaria a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). “Não se pode corrigir o rombo fiscal do país penalizando ainda mais o trabalhador brasileiro. O Congresso reagiu e derrotou a proposta por ampla maioria: 647 votos contra apenas 97,” declarou.

Doutora Lara ainda comentou a aprovação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que vai investigar possíveis fraudes contra aposentados. A vereadora criticou parlamentares de esquerda que votaram contra a medida: “Se não há nada a esconder, por que o medo de investigar? É preciso transparência com os aposentados, que estão entre os mais atingidos por irregularidades,” questionou.

Ela também retomou críticas à gestão da pandemia por autoridades locais e estaduais, citando supostas falhas na compra de respiradores e na estrutura de atendimento hospitalar.

Anuska Meirelles