A Câmara Municipal de Vitória da Conquista realizou na noite desta sexta-feira (4), a Sessão Especial sobre a Campanha da Fraternidade 2025, que tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema bíblico, extraído de Genesis 1, 31: “Deus viu que tudo era muito bom”. A sessão integra o calendário anual de atividades legislativas.
O presidente da Câmara, vereador Ivan Cordeiro (PL), afirmou que a Igreja Católica cumpre um papel social e político fundamental ao pautar um tema tão sensível e urgente, ressaltando que tratar do meio ambiente significa sensibilizar o conjunto da população para os cuidados necessários para garantir a vida no Planeta Terra. “Fico feliz de presidir uma sessão tão representativa, com a nossa casa repleta de pessoas que certamente sairão daqui cientes da nossa responsabilidade para preservação da natureza”, afirmou.

O vereador Fernando Jacaré (PT) falou da grandeza da Campanha da Fraternidade que mobiliza todo a sociedade, ressaltando a importância e o impacto que causa na vida das pessoas a cada ano. Segundo Jacaré, a iniciativa da Igreja Católica significa assumir a responsabilidade com a sociedade, devendo englobar todas as religiões, crenças e cores partidárias. “Dom Vitor chama a casa legislativa a responsabilidade. Onde quer que estejamos, temos que defender a vida, enquanto igreja e enquanto sociedade, independente do partido que representa”, afirmou.
O vereador Ricardo Gordo (PSB) falou que tentou levar a plenária da Campanha da Fraternidade para as paróquias, mas não conseguiu. Ele prometeu que irá tentar novamente em 2026 e, para isso, pediu apoio da Igreja Católica e do arcebispo. O vereador deu destaque para o Rio Catolé, afirmando que a situação de momento é complicada por conta da estiagem. “Estamos com 58% da capacidade da nossa barragem. Esse é o nível mais preocupante dos últimos 3 anos”. Por fim, Gordo fez um apelo à prefeitura, à Igreja Católica e a todas as religiões: “Vamos cuidar desta obra divina chamada Planeta Terra”.

O vereador Hermínio Oliveira (PP) destacou a importância da Campanha da Fraternidade para sensibilizar a comunidade em torno do tema ambiental, afirmando que é fundamental o engajamento de toda a sociedade, independentemente de filiação partidária ou orientação religiosa, porque o tema é grave e deve unir a todos. “Foi sábia a escolha do tema da Campanha da Fraternidade em relação a um tema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos e soluções com base na justiça e no amor, que são exigências centrais do evangelho”.
A vereadora Dra. Lara afirmou que “é com responsabilidade e compromisso com a verdade que precisamos questionar a real eficácia da gestão ambiental do governo Lula”, ressaltando que, durante a campanha eleitoral, o atual presidente prometeu que o Brasil voltaria a ser exemplo global de sustentabilidade. “O discurso foi bonito, aplaudido por ONGs internacionais e pela elite ambientalista global, mas a realidade em campo é bem diferente”, disse.
Segundo ela, sob o governo Lula, o Brasil bateu recordes negativos em 2024: “foram mais de 278 mil focos de incêndio, o maior número em 15 anos; na Amazônia, a situação é ainda mais grave: os incêndios cresceram 154% em relação ao ano anterior. Isso sem falar no aumento de quase 80% na área queimada, ultrapassando 30 milhões de hectares — uma área maior que a Itália”, destacou. Segundo ela, as estatísticas “desmontam a narrativa” do governo que “fracassou em garantir proteção ao meio ambiente sem paralisar o país”.
A vereadora Cris Rocha afirmou que “todos têm um papel fundamental para o equilíbrio da vida” e citou espaços de Vitória da Conquista, como a Lagoa das Bateias, a Serra do Periperi, a Reserva do Poço Escuro, o Rio Verruga, locais que sofrem pela ação humana e que precisam ter garantida a sua preservação. “O que não é uma responsabilidade apenas do poder público, mas de cada filho de Deus, de todos nós”. A vereadora deu destaque para a seca, uma vez que tem recebido constantemente em seu gabinete pessoas pedindo carros-pipa. “A pauta ambiental precisa ser tratada com urgência como uma questão de justiça social e a campanha traz isso. Precisamos unir forças: gestão municipal, vereadores e cidadão. Juntos precisamos batalhar pela casa comum que tem sido destruída”, concluiu.
O vereador Luís Carlos Dudé (UB) fez um breve relato sobre as gestões dos governos locais, lembrando que a cidade tem um histórico de cuidado com o meio ambiente. “Quero fazer justiça aos administradores. Todos eles cuidaram do meio ambiente, uns mais e outros menos, mas todos cuidaram”, afirmou. O parlamentar defendeu que as diretrizes da CF 2025 sejam de fato aplicadas no município. “O que vamos tirar dessa sessão? Políticos, vereadores, sociedade civil. O que nós, da Igreja, vamos tirar de concreto?”, disse, sugerindo a criação de um documento com os resultados da sessão e os compromissos que a sociedade deve assumir com o meio ambiente. “A gente não pode ficar apenas olhando, porque a cidade cresce. Precisamos fazer uma boa reflexão na defesa da ecologia”.