Câmara Municipal de Vitória da ConquistaSessão OrdináriaNotíciaPTAlexandre Xandó
21/02/2025 14:06:00
Na manhã desta sexta-feira (21), o vereador Alexandre Xandó (PT) usou a tribuna para fazer considerações sobre a capoeira, a laicidade do Estado e a gestão cultural no município. O vereador iniciou seu discurso destacando o trabalho do mestre Tim Tim, de Paramirim, que tem se destacado pelo trabalho com a capoeira na Região Sudoeste da Bahia. Além disso, o vereador fez uma menção especial ao trabalho de Pai Iago Ti Òssóòsí - Ilé Àse Èfòn Olófà Imó e do pai Ruddy T'Òsún - Ilé Àse Èfon Yèyé Omi Titun, que estão iniciando um trabalho importante com seus grupos.
Xandó também aproveitou para refletir sobre a laicidade do Estado e a liberdade religiosa. Ele explicou o motivo de sua escolha pessoal de usar branco às sextas-feiras, esclarecendo que isso não tem a intenção de prevalecer sobre outras crenças. "Algumas pessoas questionam o motivo de eu estar usando branco às sextas-feiras. Quero esclarecer que essa é uma escolha pessoal e, como qualquer outra expressão religiosa, deve ser respeitada. Não busco colocar minha religião à frente das demais, pois o Estado é laico e deve garantir a liberdade de crença para todos", afirmou.
O vereador também fez uma crítica à proposta de leis que favorecem exclusivamente uma religião, argumentando que a legislação deve proteger todas as crenças. "A legislação deve ser voltada para a proteção de todas as crenças e religiões, uma vez que o Estado não pode favorecer uma em detrimento de outra", disse, em referência a um projeto de lei que tramita na Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista.
O parlamentar fez um alerta sobre o descaso com a cultura local. Ele trouxe à tona a perda de uma importante oportunidade para o município ao não receber o CEU da Cultura, equipamento avaliado em R$ 1,5 milhão. O vereador lamentou: "Perdemos uma grande chance ao não receber o equipamento do Governo Federal, o CEU da Cultura. Isso aconteceu porque a Prefeitura de Vitória da Conquista não se habilitou para receber esse equipamento, que poderia ter sido um grande avanço para a área cultural da nossa cidade”, lamentou.
Além disso, o vereador questionou o fato de a Prefeitura ter devolvido R$ 300 mil da Lei Aldir Blanc, recursos que poderiam ter sido usados para reformas em importantes equipamentos culturais, como o Teatro Carlos Jeová e o Cine Madrigal. Ele afirmou que a falta de uma gestão eficaz tem prejudicado o desenvolvimento cultural de Vitória da Conquista. "O principal responsável por essa perda de recursos é, sem dúvida, a falta de uma gestão eficaz na área cultural. Infelizmente, a coordenação de cultura foi confiada a pessoas que não entendem a importância da cultura para o desenvolvimento de nossa cidade", criticou.
O vereador ainda relembrou uma polêmica ocorrida durante a pandemia, quando um secretário sugeriu que os artistas da cidade "passassem o chapéu" na feira da Patagônia. Para Xandó, essa atitude foi inaceitável. "Isso é inadmissível para uma cidade que deveria valorizar seus artistas e a cultura local", disse. Por fim, o vereador fez um apelo à Prefeitura de Vitória da Conquista para que revise sua política cultural. "Fica claro que a gestão cultural precisa ser repensada urgentemente. A atual coordenação cultural não está cumprindo seu papel de forma adequada, e isso reflete diretamente na perda de oportunidades para nossa cidade. Peço à Prefeitura que revise sua política cultural e faça uma gestão mais comprometida com o futuro da nossa cultura", concluiu Xandó.
Por Giselle Trindade