Durante o seu pronunciamento na Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC), realizada na manhã desta sexta-feira, 26, o vereador líder da Bancada de Oposição, Valdemir Dias (PT) quer instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar o Escândalo da Saúde em Conquista, que veio à tona com a Operação Dropout, deflagrada pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria Geral da União com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que teria desviado recursos públicos empregados pela Secretaria de Saúde do município de Vitória da Conquista no combate e prevenção aos efeitos da pandemia (SARS-CoV-2).
Para Valdemir, a gestão impôs à cidade uma vergonha. “É uma situação grave. Desde ontem a gente acordou com essa triste notícia. Uma vergonha para o nosso município. É dever dessa Casa apurar, desenrolar esse novelo. Nós temos que apurar, buscar assinaturas para a abertura de uma CPI para que possamos investigar esses fatos, bem como o que ocorreu durante todo esse período. Não vamos ficar aqui tentando encobrir o Sol com uma peneira, essa Casa tem que cumprir o seu papel de fiscalizadora”, disse Valdemir.“Jadiel Matos, Raul Ferraz, Gildásio Cairo, Pedral Sampaio, Hélio Ribeiro, Murilo Mármore, Guilherme Menezes, José Raimundo, Herzem Gusmão e Sheila Lemos. Esses são os últimos dez prefeitos de Vitória da Conquista. O cidadão conquistense se orgulhava em falar que nossa cidade, nossos governos nunca tiveram caso de corrupção”, lembrou.
Ele lamentou ainda que o caso tenha ocorrido justamente durante a pandemia, quando muitos morreram devido à Covid. “Que pena que a população conquistense não poderá mais falar: nossos prefeitos que passaram aqui nenhum teve casos de corrupção. Vejam só: o toc toc toc bateu na porta. A Polícia Federal chegou em Vitória da Conquista. Em plena pandemia, pessoas morrendo, pessoas internadas, e acontece uma situação dessa”, destacou Valdemir.
Valdemir chamou atenção para o fato de o autor da denúncia, procurador do município foi exonerado após apresentar a documentação ao Ministério Público. “Quem fez a denúncia foi um procurador, que inclusive foi exonerado”, disse ele.
Dias ressaltou ainda que, mesmo tendo feito a denúncia, a Prefeitura não afastou os envolvido ao identificar os indícios das graves irregularidades. “Houve omissão da gestão. Se há indícios de irregularidades e corrupção dentro de um governo a primeira coisa quase tem que fazer é afastar os envolvidos até que se apure. Não julgar, nem condenar, mas que sejam fastados os envolvidos até que se apure, o que não aconteceu. Tem secretário que ficou até 2023, teve gente que ficou até ontem”, apontou ele.