A convite da direção do Conjunto Penal Defensor Público Paulo Hortélio (CPVC), a Comissão de Direitos Humanos, presidida pelo vereador Alexandre Xandó (PT), em parceria com o Conselho Municipal de Igualdade Racial, promoveu, na manhã desta quinta-feira, 23, o Projeto Novembro Negro. 

O evento teve como propósito celebrar o Dia da Consciência Negra, buscando expandir o entendimento dos indivíduos privados de liberdade sobre temas relacionados à cor, raça e negritude. Também aconteceram oficinas de Hip Hop com o MC Sid Loko, sobre religiões de matriz africana com a Makota Laiz Gonçalves e de Capoeira com o Professor Esqueleto Alakindê.

Xandó, em seu discurso, destacou a complexidade do racismo no sistema prisional, da seletividade penal que existe para a população negra desde o código penal de 1890, tipificando crimes como capoeira, mendicância, vadiagem, curandeirismo e feitiçaria.

Xandó chamou atenção que 68% da população carcerária é negra, que na Bahia, a cada 100 pessoas mortas em confronto com a polícia, 98 são negras, e que a maioria dos policiais vitimas de violência também são negros. "Foi um momento para falar sobre discriminação, mas também de reflexões educativas para que essas pessoas busquem outros caminhos após a saída do cárcere".