A Campanha da Fraternidade 2023, mobilização encabeçada pela Igreja Católica através da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi debatida em Sessão Especial nessa quarta-feira, 22, na Câmara Municipal de Vitória da Conquista. A solenidade, que faz parte do calendário do Poder Legislativo e contou também com a participação dos vereadores.
O tema deste ano é “Fraternidade e Fome” e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer”. É a terceira vez que a emergência sobre o enfrentamento da fome é escolhida pela CNBB como tema. Segundo a entidade, o objetivo é fomentar ações, em todos os níveis, para minimizar os impactos desta realidade na vida do povo brasileiro.
Além de representantes da Igreja Católica, Prefeitura Municipal e sociedade civil, a sessão contou com a participação dos vereadores que reforçaram a Campanha da Fraternidade e a necessidade de o tema do combate à fome ser discutido e enfrentado o ano inteiro.
“Ação social é cuidar das pessoas” – O vereador Luis Carlos Dudé (MDB), Líder da prefeita Sheila Lemos (União), criticou duramente o atual secretário de Desenvolvimento Social, Michael Farias. O parlamentar afirma que o gestor não fez qualquer campanha de combate à fome, não participou de nenhuma ação da Câmara sobre esse tema e dificulta o apoio a projetos sociais.
Dudé ressaltou que “ação social é cuidar das pessoas” e conclamou a prefeita a tomar uma atitude para a situação da pasta porque as críticas vêm de vários segmentos. “Não é porque sou Líder da prefeita que vou aqui acobertar secretário”, alertou.
Em sua fala, parabenizou as ações de projetos sociais que levam ajuda a quem mais precisa nos bairros periféricos. Ele frisou que é preciso vontade política e “chamar quem tem a caneta na mão”, seja a União, estados e municípios, para um esforço conjunto para acabar com a fome. Do contrário, alerta: “vai entrar governo, vai sair governo, e não se resolve”.
Os desafios para superar a fome no Brasil – O vereador Valdemir Dias (PT) ressaltou a importância da Campanha da Fraternidade, destacando a oportunidade em colaborar para transformar a vida das pessoas, promovendo a solidariedade e fortalecendo a evangelização. Ele lamentou o fato de o Brasil ainda sofrer com a fome, apesar de toda produção de alimentos registrada no país. “Ainda estamos num dos maiores flagelos da humanidade. Temos tecnologia, produção em larga escala, mas ainda nos debatemos com a fome. Temos que fomentar políticas de combate a esse mal”, declarou. Valdemir parabenizou a iniciativa da Igreja Católica, reafirmando o compromisso de promover esse debate durante todo ano.
Mãos dadas – O vereador Nildo Freitas (PSC) destacou que o problema da fome exige que todos deem as mãos, independente de posicionamentos político-partidários. “A proposta da Igreja Católica é fazer com que todos nós unamos forças para que possamos ajudar a cada irmão, a cada irmã que nesse momento não tem o que comer na sua casa. Precisamos estar de mãos dadas”, disse o parlamentar.
A alimentação é um direito garantido pela constituição – Chico Estrella (Agir) destacou que a Constituição Federal de 1988, a partir da emenda constitucional nº 64, elevou a alimentação como direito social. Ele questionou a força jurídica diante de uma realidade tão controversa. “De que adianta a Constituição impor que não devemos ter fome em um país que é campeão em produção de alimentos?”, questionou. Chico fez uma reflexão sobre o enfrentamento da fome, responsabilizando todos os atores sociais do país. “Será que estamos fazendo a nossa parte ou esperando os nossos governantes?”, questionou.
Ação e oração – O presidente da Câmara, vereador Hermínio Oliveira (PODE), destacou que é importante aliar ação social e oração. “Conclamo a sociedade a agir para que essa triste situação tenha outro cenário. Roguemos à Nossa Senhora das Vitórias que interceda na vida de cada um de nós a trilharmos no caminho do Vosso Filho que é a Verdade e a Vida, despertando o compromisso de dar o pão a quem tem fome e fome de justiça a quem tem pão”, disse o presidente do Poder Legislativo.