Câmara Municipal de Vitória da ConquistaVereadoresAudiência PúblicaNotícia
06/10/2022 21:47:00
A Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC) realizou na noite desta quinta-feira, 6 uma audiência pública para debater a falta d’água na Zona Rural. Na oportunidade, participaram da discussão moradores de comunidades rurais, o vereador proponente, Dr. Augusto Cândido (PSDB), e a Ordem dos Advogados do Brasil – Subseção Vitória da Conquista.
Zona Rural sofre – O vereador Dr. Augusto Cândido (PSDB) apontou que a zona rural enfrenta sérios problemas devido à falta d’água. “Nós temos aqui uma representação daquele pessoal todo da Zona Rural. Eles são os que sofrem, são aqueles para os quais a água não chega”, disse ele.
Cândido chamou a atenção para uma obra do Governo do Estado da Bahia que deverá quadruplicar a oferta de água na região. “Aqui na nossa cidade nós temos a Barragem de Água Fria, feita no século passado, uma prometida Barragem do Catolé. Estive lá visitando. Felizmente está saindo. Será praticamente quatro vezes maior que a Barragem de Água Fria”, contou o parlamentar, lembrando que a oferta de água influencia também na geração de emprego e renda. “Nós precisamos de água para a indústria, vocês precisam de água para consumo humano. A briga pela água é para produção de emprego e renda também”, ressaltou o vereador.
Direito Coletivo - O representante da OAB, presidente da Comissão de Direito Ambiental da Ordem, Dr. José Nilton, reforçou que a água é um direito coletivo. “A situação não diz respeito unicamente à questão do abastecimento residencial. Quando a gente fala de água a gente está falando de um bem que pertence à coletividade. É um direito fundamental de todo cidadão”, explicou.
Diante do aumento do consumo de água tanto nas residências como em empresas e indústrias, o advogado destacou a necessidade de que haja uma discussão ampla a respeito do uso desse recurso essencial à vida. “Essa questão nos chama pro seguinte questionamento: Como é que nós vamos nos posicionar em relação à gestão do consumo da água?”, questionou.
Ainda em seu pronunciamento ele assegurou que a OAB está à disposição para discutir mais vezes e se aprofundar nas reflexões sobre o tema. “A OAB se coloca à disposição”, concluiu.
População cobra respeito – A moradora de Cachoeira dos Porcos, Lucineia Fernandes, queixou-se da ausência de vários convidados para compor a mesa de honra da audiência pública. “Quando entrei por essa porta eu percebi que nos moradores do campo estamos cada vez mais sendo desvalorizados”, disse ela. “Quando falta água nas nossas cassa o nosso sentimento é de tristeza, indignação e abandono. A gente quer água pra beber. A gente está numa situação precária. Nós não temos direito de tomar banho, de lavar roupa”, apontou ela.
História antiga – Outra moradora da região de Cachoeira dos Porcos, Vivalda Dias apontou que o problema é antigo. “A nossa história de falta d’água não é de hoje, é de 50 anos atrás. A gente não é tratado com respeito, como pessoas de bem. A gente paga os nossos impostos”, disse a cidadã. “Esse tipo de coisa deixa também as nossas comunidades umas contra as outras. Queremos solução. De problemas a gente está cheio”, disse ela cobrando que algo seja feito para que as comunidades não fiquem sem abastecimento de água, como estão.