Imagem Sessão sobre valorização do forró movimenta Câmara na manhã desta sexta-feira

Sessão sobre valorização do forró movimenta Câmara na manhã desta sexta-feira

Câmara Municipal de Vitória da ConquistaVereadoresSessão EspecialNotícia

27/05/2022 11:08:00


A manhã desta sexta-feira, 27, começou em ritmo de forró na Câmara Municipal de Vitória da Conquista, com a realização da Sessão Especial de valorização da maior festa cultural do Nordeste: o Forró. A sessão foi de iniciativa do mandato da vereadora Lúcia Rocha (MDB) e contou com apresentações musicais de forrozeiros locais.

O presidente da Casa, vereador Luís Carlos Dudé (MDB), lembrou a importância dos festejos juninos para a região, principalmente para Vitória da Conquista. Ele cobrou mais respeito à cultura Nordestina e aproveitou para prestar uma homenagem a Codó, produtor cultural que atuou durante muitos anos na cidade. O presidente ainda parabenizou os membros da mesa, vereadores e demais pessoas presentes no Legislativo, que juntos debateram em favor do resgate da cultura do Forró. 

Difusão do Forró - Proponente da sessão, a vereadora Lúcia Rocha lembrou que os festejos juninos são prova viva de como a cidade de Vitória da Conquista é acolhedora: “No final do ano passado, eu estava pensando nisso, em meio aos momentos de isolamento que passamos, por causa da pandemia, e resolvi fazer um 2022 bem diferente. Dentre alguns projetos e ideias pensei nesse dia, na nossa cultura e nos diversos talentos que a nossa cidade tem, sejam nascidos nessa terra ou vindos de outros tantos lugares e que aqui permaneceram”. Lúcia explicou que quando sugeriu o Projeto de Lei para criação da Semana Municipal de Fomento e Difusão do Forró, observou o quanto as leis podem colaborar para o reconhecimento dessa riqueza que é o forró. “Um patrimônio cultural amado pelo povo e que agora, em Conquista, é lei. A Lei Ordinária nº 2.614, de 25 de abril de 2022, de minha autoria”, completou, lembrando que “hoje estamos celebrando a resistência da comunidade forrozeira, com a santa trindade do forró: sanfona, zabumba e triângulo, que vence o modismo eletrônico, mas também estamos colaborando para a preservação desse autêntico gênero musical brasileiro e nordestino”. 

A vereadora citou alguns dos forrozeiros conquistenses como Joel Pinheiro, Edson Dias (o Praça), Onildo Barbosa, Joaquim do Fole, Andrade de Sertânia, Paulo Barros, Rony Barbosa, Fulô do Cangaço, Amantes do Forró e tantos outros nomes da tradição forrozeira. “Vamos continuar celebrando e abrindo os trabalhos do São João de Conquista com essa sessão, que sempre irá ocorrer na semana que antecede os festejos juninos, que não só nos traz alegria e descontração, mas, também, ajuda a movimentar o cenário econômico da nossa cidade”, concluiu

Forró precisa ser preservado - O presidente do Conselho Municipal de Cultura, Jeremias Macário, destacou a força do forró enquanto manifestação cultural. “Uma das melhores festas do Brasil. O forró é a festa típica nordestina”, pontuou. “O forró deve ser preservado e nós estamos vendo ser diluído dia a dia”, queixou-se Macário, responsabilizando prefeituras por estarem dando preferência a outros ritmos, mesmo em festas marcadas pelo forró. “Convidam bandas até de axé. Utilizam recursos do contribuinte e convidam bandas que não têm nada a ver com o forró”, finalizou.

Forró o ano todo - O produtor cultural, Maildo Nogueira, falou sobre a cultura forrozeira e a necessidade de valorizar esse ritmo em todos os períodos do ano. “Infelizmente, criou-se a ideia de que o forró só pode ser tocado no período junino. Isso prejudica todos os artistas e por isso temos a necessidade de criar uma lei de incentivo cultural para preservar o forró durante o ano todo e não só no São João”, defendeu. Ele ainda defendeu a inserção dos artistas locais no mercado cultural. “O músico que vive da arte, precisa se manter durante o ano todo. Nós somos também produtores culturais e precisamos ser inseridos nesse mercado de trabalho”, pontuou.

Mais de mil pessoas já tiveram suas vidas mudadas através das aulas de forró - O professor Vinícius Gomes, da Escola Conquistense de Dança Aconchego, ressaltou a importância do forró como forma de divulgação da cultura local, e contou um pouco sobre a história da escola em Vitória da Conquista. “A gente começou através do Projeto Roda de Forró cujo objetivo, na época, era ensinar esse ritmo tão maravilhoso que é o forró. Criamos a escola que, no início, contava apenas com dois professores. Hoje, na Aconchego, temos mais de mil alunos que tiveram suas vidas mudadas pelo forró”, disse. Ele comemorou ainda a aceitação dos conquistenses para em relação à dança. “Percebemos a grande aceitação do forró pelos moradores de Vitória da Conquista, isso nos motiva ainda mais a continuar com as aulas”, concluiu. 

Estamos pensando num festival de forró para Vitória da Conquista - A professora de dança Lara Vieira falou sobre a importância da dança como forma de superação e motivação para as pessoas que, segundo ela, “são transformadas através da dança, e em especial desse ritmo tão maravilhoso que é o forró”. Lara falou ainda sobre a disseminando do forró para crianças e adolescentes nas escolas municipais de Vitória da Conquista, como agregador social para os jovens carentes da cidade: “A dança é uma válvula de escape para os problemas da vida. E percebemos a diferença que faz na vida das crianças e adolescentes”, disse e completou falando da notoriedade desse ritmo no município. “Por isso, estamos pensando num grande festival de forró para Vitória da Conquista”, encerrou.

Vadinho Barreto, um dos grandes incentivadores e difusores da cultura forrozeira, parabenizou a Câmara pela realização da sessão que, segundo ele, serve para valorizar ainda mais a cultura no município, citou diversos colegas cantores de forró e contou um pouco da sua história. 

“Brasileiro, para todos nós” - O vereador Augusto Cândido (PSDB) falou da importância do forró para sua família e ressaltou a força do forró. “O forró sempre esteve presente em nossa família. O forró é brasileiro, é para todos nós”, disse. “Nós teremos nossos momentos de festa. Que possamos ter belos forrós”, disse ele, comemorando o retorno das festividades juninas após o período em que, devido à pandemia, as festas não puderam acontecer.

O forró nasceu em solo brasileiro - O secretário municipal de Cultura, Xangai, destacou os desafios de manter a tradição do forró diante da indústria cultural. Ele criticou agentes políticos que descaracterizam essa cultura popular. “As atrações ‘nacionais’ nem sempre são para atrair, mas para trair o povo”, afirmou. Nesse sentido, Xangai ressaltou sua autonomia para compor uma programação dos festejos juninos dentro do governo da prefeita Sheila Lemos (UB). Ele relembrou sua tradição na música e contou a preferência do avô e do pai dele pela sanfona “pé de bode”. Assim, ele lembrou a origem do forró, destacando as conversas sobre o assunto com Ariano Suassuna. “Ariano, um dia, me mostrou um dicionário do século 18 e nele já constava o significado da palavra forró. Portanto, o forró é nosso e nasceu em solo brasileiro”, pontuou.

Babão ressalta história e tradição do forró em Vitória da Conquista - O vereador Ricardo Babão (PCdoB) iniciou o pronunciamento parabenizando a vereadora Lúcia Rocha pela iniciativa da sessão sobre as Matrizes Tradicionais do Forró e Festas Juninas: “Eu morei durante 26 anos ouvindo a sanfona tocar por um grande amigo sanfoneiro e, em nossa cidade, temos o privilégio de ter essa cultura do São João viva”, disse. Babão destacou também a história cultural do forró em Vitória da Conquista, com as edições do Forró Pé de Serra do Periperi. “Esse projeto que teve início em 2009 buscou trazer para Vitória da Conquista não apenas grandes nomes da música nacional, mas principalmente abrir espaço para que os artistas regionais sejam contemplados, e valoriza os artistas da nossa cidade”, disse. Por último, ele parabenizou o secretário de Cultura, Eugênio Avelino Lopes Souza, Xangai, por sua dedicação à frente secretária de Cultura de Vitória da Conquista: “Um ótimo trabalho”, finalizou.

Tradição de Família – O vereador Subtenente Muniz (AVANTE) lembrou do seu avó Tersila do Prado, grande forrozeiro local, e lembrou que a tradição do forró em sua família é muito grande: “Tenho tios, meu irmão Gildásio, todos apaixonados pelo forró”. Aproveitou para cobrar que o resgate a essa cultura seja feita o quanto antes. Sobre a Sessão Especial, Muniz lembrou que a Câmara é a Casa do Povo e todas as manifestações nela realizadas são sempre bem-vindas. “Aqui é a Casa do Povo, onde tem que acontecer manifestações como essas. Aqui não é só para discutir a política em si, mas isso também é a política de buscar melhorias para o forró”. Contou que quando resolveu ficar noivo, reuniu mais de dez sanfoneiros em sua casa. Lembrou da tradição dos barracões, que “jamais vamos esquecer”, e falou que a festa voltará aos bairros e distritos locais: “Estamos voltando com o barracão do Pradoso, no Saguin, Retiro, Caiçara, Urbis V, Vila Serrana, e vamos estar lá apoiando esses eventos”, finalizou.

Faz parte da nossa vida - O vereador Valdemir Dias (PT) disse que o forró agrada a todos. “O forró faz parte da nossa vida. Agrada do ‘mamando ao caducando’. É uma cultura que nós temos que fomentar, valorizar”, disse Dias. Ele comemorou o retorno das festas após dois anos de pandemia. “Fez tanta falta àquela coisa de estar junto. Nós estamos com sede e esse ano iremos fazer uma grande festa, comemorar a vida”,  concluiu Valdemir.

São João o ano todo - O vereador Chico Estrella (PTC) comemorou a iniciativa da Câmara Municipal em celebrar o forró e suas matrizes. “É uma manhã especial porque estamos celebrando o forró e tudo que ele representa”, afirmou. Assim, ele reivindicou um festejo junino mais tradicional e com mais investimentos por parte do Poder Público, alegando a cadeia econômica que as tradições juninas movimentam em todo estado. Nesse sentido, também defendeu a extensão desses festejos para todos os meses do ano. 

 



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