Imagem Audiência pública marca comemoração dos 38 anos da União de Mulheres de Vitória da Conquista

Audiência pública marca comemoração dos 38 anos da União de Mulheres de Vitória da Conquista

Câmara Municipal de Vitória da ConquistaAudiência PúblicaNotíciaLuciano GomesMárcia Viviane

23/11/2021 22:15:00


De acordo com documento da própria entidade, a “União de Mulheres de Vitória da Conquista (UMVC) foi fundada em 13 de novembro de 1983 como parte desse processo de luta pela democracia, com uma proposta de entidade de massa, aglutinando mulheres do povo por políticas públicas de garantia de direitos e promoção da igualdade de gênero”. Em 38 anos de existência, esteve presente em todas as lutas das mulheres em solo conquistense e se filiou a outras iniciativas de atuação nacional, como a União Brasileira de Mulheres (UBM). 

Para festejar as quase quatro décadas da UMVC, a Câmara Municipal promoveu uma audiência pública, em formato virtual, nesta terça-feira, 23. A iniciativa foi do vereador Luciano Gomes (PCdoB) e contou com o apoio dos demais parlamentares. Gomes parabenizou a instituição e destacou que a UMVC “nasceu e cresceu pela coragem e luta de muitas mulheres que hoje estão participando dessa audiência e de tantas outras que não estão conosco neste momento”. 

Em sua fala, o vereador afirmou que “sabemos que a estrada é longa, a luta é difícil, e que muitas batalhas ainda serão travadas para manter essa entidade tão importante e que tanta diferença faz na vida de mulheres e crianças”. Luciano também festejou a data: “rendo as minhas homenagens a essa entidade tão séria, de mulheres guerreiras, e aproveito para colocar o meu mandato à disposição para ajudar a fortalecer a União de Mulheres”.  

Durante a audiência, foi exibida uma matéria da TV Uesb sobre o aniversário da entidade e os trabalhos desenvolvidos. 

Você pode assistir à audiência, acessando o link da transmissão: https://www.youtube.com/watch?v=BYV_dgEbz7c 

Trajetória eleva o feminismo moderno – Uma das participantes da audiência foi a deputada federal Alice Portugal (PCdoB), que parabenizou Luciano pela proposição do evento. Alice frisou que a UMVC tem sido exemplo de luta social e participou de todas as batalhas das mulheres por direitos, nas últimas décadas, porque “nasceu como uma entidade completa, emancipatória”. A deputada enfatizou que a União eleva a bandeira do feminismo moderno, que busca a emancipação feminina e a garantia da presença da mulher nos vários espaços da sociedade, além de promover uma cultura da solidariedade e sororidade. Alice afirmou que só tem a agradecer pela trajetória da UMVC e por poder participar dela e desejou que homens e mulheres caminhem lado a lado. 

União de Mulheres faz a diferença – Inês Maria de Andrade, presidente do Instituto Social Vivendo e Aprendendo (ISVA), afirmou que acompanha o trabalho da entidade há muitos anos, especialmente iniciativas como a implantação da Creche Dinaelza Coqueiro e as ações em defesa da vida das mulheres. Ela frisou que são mulheres que se dedicam à causa com afinco e enfatizou o trabalho de atendimento a crianças e adolescentes, uma forma também de acolher as mulheres. Para Inês, é um trabalho coletivo de mulheres “que fazem a diferença no município”. 

Resiliência é marca do movimento de mulheres – Maria Otília Soares, atual presidente do Conselho Municipal da Mulher e integrante da UMVC, destacou uma trajetória de muitas batalhas. Ela afirmou que “temos um longo caminho pela frente” diante de um governo central misógino que “tem feito de tudo para minar a resistência das mulheres, mas não deixaremos isso acontecer”. Otília assegurou que o movimento de mulheres será reconstruído quantas vezes for necessário e alertou para pessoas que ignoram a trajetória feminina ao longo da história, com nomes destacados em todas as áreas. Em sua fala, informou que o Conselho da Mulher passa por um processo de reestruturação e destacou que o organismo é uma importante conquista, tendo sido implantado em 1997. 

Movimento vem se renovando – A ex-vereadora e integrante da UMVC, Nildma Ribeiro, agradeceu a Luciano pela iniciativa do evento e reconheceu o trabalho das mulheres que fundaram e construíram os 38 anos da entidade. “Todas essas mulheres constroem essa luta”, falou. 

Nildma ressaltou que a União de Mulheres esteve presente no debate e cobrança por projetos fundamentais para as mulheres, como a implantação do Centro de Referência da Mulher Albertina Vasconcelos (CRAV), a instalação da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), e a Ronda Maria da Penha, além de manter ações própria como o serviço de fisioterapia para pessoas com fibromialgia e projetos de combate à violência doméstica. Nildma afirmou que se trata de um trabalho cotidiano na busca por melhorias para a vida das mulheres. “Vida longa à União de Mulheres. Seguiremos firmes e fortes contra esse desgoverno”, disse. 

Luta por direitos avançou – A Delegada do Núcleo da Criança e do Adolescente Juliane Ribeiro, Rosilene Moreira Correia, agradeceu o apoio que teve da UMVC quando ocupou o posto de delegada da DEAM e também agora, noutra instituição. Ela destacou o trabalho da entidade para avanços significativos da rede de proteção às mulheres em Vitória da Conquista. 

Ela afirmou que é uma honra festejar os 38 anos de UMVC e destacou que o movimento de mulheres avançou, mas existe um conjunto de reivindicações a serem conquistadas. Rosilene falou das dificuldades de a mulher ocupar espaços na sociedade e que a União de Mulheres vem plantando sementes para mudar esse contexto.  

Entidade nasceu num contexto de luta pela redemocratização – Lídia Rodrigues, atual presidente da UMVC, também agradeceu ao vereador Luciano pela defesa da audiência. Ela explicou que a instituição nasceu de uma conjuntura nacional de retomada da democracia, na abertura do regime militar, e que no mesmo período surgiram outras uniões de mulheres. Lídia enfatizou que as mulheres estavam nas ruas defendendo a democracia, a anistia e melhores condições de vida para a população e também para conquistarem espaço para as mulheres. 

Em sua fala, a presidente da UMVC falou do papel incentivador do PCdoB, que ajudou a criar espaços de organização das mulheres comunistas que buscavam equidade, democracia e o direito de viver em paz. Entre personagens flagrantes para ela, Lídia destacou o papel de Julieta Palmeira, atual secretária estadual de Políticas para as Mulheres, e Loreta Valadares, essa já falecida, no estímulo a esse processo, à continuidade da luta das mulheres. 

Lídia reconheceu as inúmeras parcerias ao falar que a UMVC não trabalha sozinha. A presidente relatou ações da entidade, especialmente a criação da Creche Dinaelza Coqueiro, nas palavras de Lídia, uma “grande guerreira” que deu a própria vida pela causa revolucionária. Dinaelza é conquistense e foi uma das militantes comunistas desaparecidas na Guerrilha do Araguaia. 

De acordo com Lídia, a UMVC participou de todas as lutas populares do povo brasileiro. No combate à violência contra a mulher, a instituição conta com advogadas voluntárias e os profissionais de órgãos governamentais da rede de proteção à mulher, como a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM). Lídia parabenizou a secretaria por criar, durante a pandemia, mecanismo mais acessível para denúncias. 

Recentemente, a UMVC encampou a luta por dignidade menstrual, realizando campanhas de doação de absorventes e outros itens de higiene pessoal para mulheres vulneráveis. A presidente festejou os 38 anos da instituição, as mulheres que já passaram pela direção e a nova composição da diretoria.

Pioneirismo e contribuição para políticas públicas – A secretária de Políticas para as Mulheres, Julieta Palmeira, relembrou o fato de a UMVC ter sido criada antes da UBM. “É uma organização pioneira na luta das mulheres”, disse. Para ela, a UMVC vem sendo ampliando e se renovando nesses 38 anos. A gestora ratificou a importância de movimentos sociais, como a União de Mulheres, na construção de políticas públicas. Ela ressaltou que o combate à violência contra mulheres vai além de punir e evitar a impunidade, mas passa pela desconstrução de uma cultura machista e misógina, que reproduz a desigualdade social e o racismo estrutural.

Em sua fala, a secretária afirmou que a União de Mulheres tem unidade de luta ao tocar projetos como a Creche Dinaelza Coqueiro, especialmente num momento de desmonte por parte do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de políticas voltadas para mulheres, negros e indígenas. “Esse é um governo que não gosta de mulheres”, afirmou. Julieta destacou que as mulheres são as principais atingidas. Segundo ela, a maioria das pessoas desempregadas, subempregadas e em insegurança alimentar são mulheres. “Nós temos que combater a omissão de Bolsonaro na pandemia e a política econômica dele”, falou.  

A secretária ainda informou que o Governo da Bahia organiza uma repactuação com as prefeituras e consórcios regionais para requalificar os serviços de atendimento às mulheres e renovação das DEAMs.  

Mulheres conquistenses foram beneficiadas pelo trabalho da UMVC – A vereadora Viviane Sampaio (PT) explicou que não pôde subscrever a proposta da audiência porque estava de licença-saúde quando da apresentação do pedido pelo colega Luciano Gomes. Para ela, trata-se de um momento festivo pelas quase quatro décadas de UMVC. Viviane avalia que a entidade foi pioneira com ações importantes para a vida das mulheres conquistenses, como os projetos da DEAM e de estruturas de Justiça voltadas para mulheres. 

A parlamentar afirmou que seu mandato está à disposição da UMVC, com a qual aprende e sente orgulho de fazer parte da comemoração. Sampaio reconheceu o trabalho de Nildma, da qual foi colega de parlamento, na última legislatura da Câmara. Viviane ainda parabenizou os esforços da SPM pela criação de ações de proteção à mulher e estímulo à sua autonomia. 

A luta continua – Elizabeth Felício, integrante da UMVC, agradeceu a Luciano pela audiência e falou de sua alegria em fazer parte da trajetória da instituição. “Eu me sinto muito honrada em fazer parte dessa história”, disse. Beth, como é conhecida, afirmou que “amadureci acompanhando e participando dessas lutas” pela vida das mulheres. Ela relatou funções que exerceu no Sindicato dos Bancários e na própria União, por conta desse vínculo. Beth foi uma das presidentas da instituição. 

Em sua fala, ela também relembrou que esteve presente na fundação da União Brasileira de Mulheres e, anos depois, recebeu o prêmio Loreta Valadares, uma premiação da Câmara para pessoas que contribuem para a melhoria da vida das mulheres. “Tive essa honra”, disse. Beth afirmou que espera continuar firme na luta. “Espero ter saúde para continuar com as companheiras antigas e que venham as novas”, disse. 




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