Na sessão desta sexta-feira (10) da Câmara Municipal, o vereador Alexandre Xandó (PT) declarou que “a terra plana não gira, ela capota” ao comentar a carta do presidente Jair Bolsonaro publicada após os atos do 7 de Setembro. “Bolsonaro arregou”, falou ao se referir a trechos da carta no qual o presidente afirma que não tinha a intenção de agredir nenhum dos poderes e que medidas judiciais devem ser respeitadas.
O vereador lembrou que na terça, Bolsonaro bradava, na Av. Paulista, em São Paulo, que não cumpriria decisões judiciais. Ele ainda frisou que Bolsonaro pediu ajuda ao ex-presidente Michel Temer para ligar para o ministro do STF, Alexandre Moraes, alvo principal das críticas bolsonaristas. “O leão virou gatinho. Só fala na rede social, só fala para os seus. Na hora que aperta, ele corre atrás é do Centrão”, detalhou.
O vereador criticou o presidente por liberar emendas parlamentares em troca de apoio do Centrão. “Se hoje tá chovendo emenda nesta cidade é de deputado pilantra que aprovou reforma da Previdência. De deputado como Arthur Maia, que é relator da Reforma da Previdência e da Reforma Administrativa, porque recebeu muito de propina, muito de corrupção para poder atochar no couro do trabalhador e depois vir aqui pegar os nossos votos”, falou Xandó.
Audiência – Em sua fala, o parlamentar convidou a população para uma audiência pública sobre moradores em situação de rua, que ocorrerá na próxima terça-feira (14), às 19h. A iniciativa é da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Defesa da Mulher, da qual o vereador faz parte. Ele explicou que “esse tema é mais do que urgente” porque tem se registrado um aumento dessa população diante da crise sanitária. Além disso, o vereador frisou que o Brasil apresenta deficit habitacional alto, quase seis milhões de pessoas não possuem moradia, e 7,5 milhões de brasileiros sofreram com insegurança alimentar, entre 2018 e 2020. “O povo está passando fome”, afirmou.
Xandó ainda explicou que 19 de agosto marca o Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua. A data rememora o “Massacre da Sé”, ocorrido em 2004, em São Paulo, quando sete pessoas foram assassinadas e oito ficaram gravemente feridas. Elas dormiam na região da Praça da Sé.