Câmara Municipal de Vitória da ConquistaAudiência PúblicaNotíciaAdinilson PereiraNildo FreitasOrlando Filho
08/06/2021 11:41:00
Na manhã desta terça-feira, 08, a Câmara Municipal promoveu pelo Sistema de Deliberação Remota (SDR), uma Audiência Pública sobre a situação dos Missionários durante a pandemia. Proponente da audiência, o vereador Nildo Freitas (PSC) falou das dificuldades que os pastores e missionários estão passando neste período de pandemia, “é difícil em todos os lugares do mundo. Fora do Brasil já existem as dificuldades e com a pandemia aumentou. Mas essas pessoas, comprometidas com a palavra de Deus, não pararam de atuar na pregação do evangelho”. Relatou, ainda, as dificuldades das igrejas na cidade, e da aprovação da lei que torna as igrejas e templos serviços essenciais na cidade.
A missionária Fátima Fernandes, que atua em Joanesburgo, na África do Sul, relatou que a pandemia não parou as obras missionárias, as quais têm avançado, mesmo com as dificuldades. “Estávamos acostumados com o trabalho corpo a corpo, as pessoas querem nossa presença e com a pandemia ficamos privados desses encontros”, lamentou, lembrando que na África as leis na pandemia são severas devido ao isolamento social. “Estamos enfrentando dificuldades também para viajar para ministrações e para arrecadar fundos para serem aplicados no trabalho missionário”, concluiu.
O pastor Celso Lima, da Assembleia de Deus de Vitória da Conquista, relatou o trabalho de Fátima como missionária há 18 anos na África do Sul, e lembrou que esse tem sido um período difícil para a congregação, que é uma igreja que envia missionários para todo o mundo e para a região. “Está sendo muito difícil porque o trabalho do missionário é de corpo a corpo, de acompanhar as pessoas e nesse período estamos impossibilitados de desenvolver esse tipo de trabalho. Fomos obrigados a implementar outras formas para facilitar o atendimento a esses missionários e às pessoas que são atendidas por esses missionários”, contou, lembrando que “mesmo com a vacina avançando, está sendo difícil porque não estamos mais tendo a possibilidade de entrar na casa das pessoas para realizar o trabalho corpo a corpo”.
Missionário Marcelo Lima, que atua na Malásia, relatou todos os problemas que vêm passando no país: “O país entrou em lock down nas últimas duas semanas e estamos sofrendo porque às vezes não entendemos muito o processo legal de repatriação”. Relatou que tem dois filhos com problema de saúde severo e por isso optou em permanecer no país. “Chegou o dia em que todas as pessoas com visto de turismo deveriam deixar o país, e agora com lock down não podemos nem sair, nem ficar, e a situação é difícil”, relatou e lembrou que “com fé chegaremos a um futuro próspero, e por isso aqui permanecemos”. Finalizou falando um pouco do seu trabalho no país, onde atua como professor de futebol em escolas públicas, e de sua mulher, que trabalha com crianças especiais e mães dessas crianças.
Pastor Evan Gouveia disse que os desafios são diferentes, mas os desafios à pregação do evangelho sempre foram desafiadores. “Nenhum missionário pode dizer que o trabalho não é desafiador. Mas quantos missionários não vivem em meio a perseguições, dificuldades e tantas outras situações. Recentemente diversos missionários foram expulsos da China só por serem missionários. Esses desafios são enormes, mesmo sem a pandemia”, explicou. Ele disse ainda que a pandemia ou a dor nem sempre leva o homem a Deus e esse é o maior desafio dos missionários. “As pessoas não conhecem a Deus, colocando todas as expectativas na ciência, enquanto a igreja é atacada. Estamos nos adaptando com as normas e leis, continuamos pregando o evangelho, mas o nosso desafio maior é mostrar a misericórdia de Deus, o propósito de Deus que é quem determina todas as coisas. Nosso maior desafio será sempre pregar o evangelho ao que não crê, ao que não tem fé e esse sempre será o nosso desafio. A ajuda da igreja aos que estavam necessitados”, afirmou.
Partor Edmilson Souza, que atua na Itália, contou que há 13 anos conhece a vida missionária da Itália, e lembrou do dia 23 de fevereiro de 2020, quando uma irmã chegou ao culto de máscara relatando o que estava por vir: “Achamos ela exagerada. À tarde chegou a notícia e já não tivemos culto, o que perdurou por vários meses”. Lembrou que as redes sociais passou a ser usada durante meses para que o evangelho pudesse ser passado para as pessoas, e das adaptações que foram feitas. “No coração existe a certeza que o campo é de Deus e certamente algo ele fará em meio a essa pandemia”, falou, lembrando que “começamos a perceber que as pessoas estavam presentes. Quando conseguimos voltar aos cultos, mesmo com tanta burocracia e leis, percebemos que as pessoas retornaram e crescemos em meio à pandemia”, concluiu.
O Pastor Valdenilton Ribeiro, que atua na periferia de Vitória da Conquista, relatou que teve que parar os trabalhos de casa em casa e também nos hospitais, onde acompanhava pessoas enfermas. “Temos atendido muito as pessoas pelo Whatsapp e redes sociais. O desafio e a missão continuam mesmo com a mudança na atuação para pregar o evangelho”, afirmou, lembrando que mesmo com os desafios é preciso continuar com a missão missionária.
O vereador Adinilson Pereira (MDB, que também é pastor, lamentou as incansáveis perseguições às pessoas que pregam a palavra de Deus, principalmente fora do país: “Em muitos locais, a pregação do evangelho já era difícil e com a pandemia ficou ainda pior”, concluiu. Adinilson lembrou do Projeto de Lei 17/2021, que estabelece as igrejas e templos como atividade essencial em qualquer período de calamidade pública e pandemia. “Foi aprovado e hoje Vitória da Conquista tem uma lei que proíbe, mesmo em calamidades públicas, o fechamento das igrejas e templos religiosos”. Lembrou que mesmo assim é preciso ter o cuidado, “mas temos a liberdade de manter as portas abertas recebendo as pessoas para pregar o evangelho”, falou, lamentando as dificuldades que os missionários estão passando em outros países. “A porta que Deus abriu ninguém fecha com o desafio, e todos estão de coração aberto”, concluiu.
O pastor e vereador Orlado Filho (PRTB) lembrou que é preciso incentivar os jovens para as missões. Relatou que o momento é difícil, que a pandemia tem privado muitas ações, “mas nesse momento não podemos nos omitir em propagar essas missões”. Relatou que estará sempre militando pela obra cristã de Vitória da Conquista, e sobre os missionários que atuam fora do país. “Vocês não estão sozinhos, além do Espírito Santo e da presença do Senhor, existem famílias, vereadores, pastores e irmãos que estão trabalhando e orando para que vocês continuem propagando o trabalho de vocês. A igreja é essencial nesse período”, finalizou.