A Comissão Especial de Enfrentamento à Covid-19 da Câmara de Vereadores se reuniu, na tarde dessa quarta-feira (26), com os secretários municipais de Saúde e de Administração, respectivamente, Ramona Cerqueira e Kairan Rocha, integrantes do Comitê de Gestão de Crise para enfrentamento da pandemia do coronavírus da Prefeitura Municipal. Viviane Sampaio (PT), Orlando Filho (PRTB) e Ricardo Babão (PCdoB), integrantes da Comissão da Câmara, e o vereador Valdemir Dias, Líder da Bancada de Oposição, apresentaram questionamentos sobre a fiscalização das medidas de prevenção da Covid-19, andamento da vacinação e de outras medidas. 

Orlando Filho afirmou que a principal preocupação da Comissão é com o aumento de aglomerações em bares e restaurantes da cidade, apesar de estar vigorando um protocolo municipal de segurança. Ele assegurou que a Câmara está atenta à situação e pronta para contribuir com ações de combate às concentrações.  

Já Viviane Sampaio destacou que vem recebendo denúncias de aglomeração e sobre estabelecimentos que não estão cumprindo regras como a oferta de álcool em gel, distanciamentos mínimo em filas e entre mesas. A vereadora frisou que as reclamações sobre mal funcionamento do Call Center Covid-19 persistem, com chamadas não completadas, por exemplo. Para Viviane, a prefeitura deve intensificar as ações educativas e alertar a população, de forma enfática, sobre a gravidade da pandemia. “A sensação é que as ações de combate e controle estacionaram”, disse. 

A parlamentar explicou que faz parte da Oposição e que seu compromisso é colaborar com a gestão municipal na resolução dos problemas. “Minha preocupação é com a política de saúde”, afirmou. Viviane também cobrou a vacinação de mães lactantes, direito garantido em decisão da CIB – Comissão Intergestores Bipartite.

Ricardo Babão propôs à prefeitura abrir um canal de diálogo com a Associação de Bares e Restaurantes de Vitória da Conquista (ABRACON) para coibir os estabelecimentos que estão descumprindo as medidas. Ele explicou que “ninguém quer fechamento”, por isso os comércios devem seguir as regras que diminuem as possibilidades de contaminação. Para ele, a Prefeitura Municipal tem que agir junto ao segmento com ações educativas e punitivas, pois a situação da economia “não é brincadeira mesmo”, mas pode piorar se a pandemia se agravar ainda mais.  

Para Valdemir Dias, a prefeitura também deve disciplinar melhor as ações de fiscalização. Ele falou que, além de bares e restaurantes, espaços públicos como a Avenida Olívia Flores têm sido palco de aglomerações. O vereador reclamou do desencontro de informações entre o Estado e o Município e cobrou uma comunicação mais direta e transparente. 

Prefeitura vai intensificar fiscalização e medidas punitivas para quem aglomerar – O secretário de Administração, Kairan Rocha, afirmou que a gestão está ciente das aglomerações e tem uma agenda marcada para esta quinta-feira (27) com a ABRACON. A ideia é conscientizar o segmento para o cumprimento dos protocolos de segurança, mas se as concentrações continuarem “vai ter resposta”. Kairan avalia que as punições devem ser direcionadas a apenas quem estiver fora da lei. Ele informou que a estrutura de fiscalização vai ganhar o reforço da Guarda Municipal a partir do dia 31 de maio, quando os agentes estarão à disposição. 

O gestor ressaltou que o poder administrativo da prefeitura, muitas vezes, não inibe as aglomerações, por isso o apoio da Polícia Militar é fundamental. Ainda assim, explicou que a prefeitura vai aplicar punições como notificações, multas e até cassação de alvará de funcionamento. Kairan se comprometeu em levar as propostas de melhorias na comunicação da prefeitura em relação à pandemia à pasta da área.  

Ramona Cerqueira, secretária de Saúde, frisou que o Call Center está funcionando e apresentou dados como uma média de 350 pessoas atendidas por dia e encaminhamento de 250 testes diários. Ela falou que não existe, no momento, resposta sobre novas variantes do vírus porque o município não estava no serviço de sequenciamento genético, situação já revertida com o aumento a realização de testes PCR, condição para o sequenciamento. 

A secretária informou que a vacinação de lactantes não começou porque o município vinha recebendo vacinas da AstraZeneca, proibida para gestantes. Em resposta às reclamações sobre lentidão na imunização de grupos prioritários, Ramona frisou que a secretaria segue as recomendações do Estado e que não possui autonomia para alterar os critérios da vacinação. Ela também explicou que Conquista não recebe a vacina da Pfizer porque não possui um super freezer para armazenar as doses que necessitam de baixas temperaturas. 

Conquista vem atingindo entre 96% e 99% de aplicação das doses recebidas, a porcentagem não é maior porque os frascos estão vindo em quantidades menores que as informadas. Ramona ainda informou que a vacinação segue de segunda a sábado, mas poderia ser estendida aos domingos caso o município recebesse mais doses. Ela alertou para o receio de muitas pessoas em retornar para a segunda dose diante das reações.