Na tarde desta terça-feira, 09, vereadores das bancadas de Situação e Oposição participaram da audiência pública que discutiu a volta às aulas no em Vitória da Conquista. A audiência foi proposta pelo vereador Dr. Augusto Cândido (PSDB) e contou coma presença do presidente da Casa, Luís Carlos Dudé (MDB), Orlando Filho (PRTB), Viviane Sampaio (PT), Alexandre Xandó (PT), Fernando Jacaré (PT), Chico Estrella (PTC) e Ricardo Babão (PCdoB).

Discussões como essa não podem se limitar a quem é a favor ou contra - A vereadora Viviane Sampaio (PT) afirmou que quem deve garantir o retorno às aulas são as autoridades sanitárias das três esferas do governo, garantindo inclusive o orçamento para as medidas posteriores. Ela ressaltou que discussões como essa não podem se limitar em dizer quem é a favor ou contra. Ela parabenizou a presença dos secretários do Governo Municipal e cobrou a mesma atenção quando o convite for feito por vereadores da oposição. Viviane encerrou o discurso dizendo que não é contra o retorno das aulas presenciais, mas que esse retorno precisa respeitar os fatores de segurança para toda a comunidade escolar.

A população aguarda uma resposta nossa - O vereador Orlando Filho (PRTB) ressaltou a importância da discussão nesse momento tão adverso para a Nação. “Não planejamos, as crianças e adolescentes também não. Hoje estamos aqui para discutir esse assunto, sou pai, educador e sei da importância do retorno das aulas, de forma segura para que não tenhamos mais prejuízos tanto para os educadores quanto para os alunos”, afirmou finalizando que “a população aguarda uma resposta nossa sobre as necessidades de um todo e não de um segmento, seja ele qual for. Que sejamos respostas para atender as necessidades do bem comum”.

Perguntas a serem respondidas - O vereador Alexandre Xandó (PT) apontou que é preciso responder a algumas perguntas antes de estabelecer uma data de retorno às aulas presenciais. “Os profissionais da educação do grupo de risco vão retornar às atividades? A prefeitura sabe qual é esse quantitativo? Quantos testes diários a prefeitura vai realizar nas escolas públicas e privadas das zonas urbana e rural? Quais as alterações de estruturas para diminuir o contágio nas escolas? Será mantida a mesma quantidade de alunos por sala de aula? Os alunos que não forem às aulas irão tomar falta ou serão aprovados sem pisar na sala de aula?”, questionou ele.

Ainda em seu pronunciamento, Xandó apontou que em São Paulo escolas precisaram ser fechadas antes mesmo do retorno às aulas. “Ontem, o Governo do Estado de São Paulo fechou sete escolas antes do retorno das aulas por causa de pessoas infectadas”, finalizou.

Preocupação do governo estadual com o tema - O vereador Fernando Vasconcelos (PT) parabenizou a iniciativa, enfatizando que o retorno às aulas não pode ser visto pela ótica partidária ou ideológica. Ele ressaltou a preocupação do Governo Estadual com esse tema, que, desde a última sexta-feira (5), vem intensificando a articulação com os municípios para debater esse retorno. “É uma complexidade que requer responsabilidade e envolvimento de todos os envolvidos na busca por uma solução”, afirmou Fernando Vasconcelos. O vereador encerrou o discurso reforçando a necessidade de ofertar a vacina contra a Covid-19 a todos os profissionais da educação.

Quem mais sofre hoje é o servidor municipal, principalmente os professores  - Para Ricardo Babão (PCdoB), é lamentável a situação das crianças que estão pelas ruas sem ter o que fazer. Ele afirmou que isso ocorre por falta de fiscalização dos poderes responsáveis. “Estamos aqui para ajudar nossa cidade. Somos a favor do retorno, mas com segurança”, afirmou. Babão levantou diversas questões que estão atreladas à volta às aulas, como transporte público e alimentação dos estudantes. “Quem mais sofre hoje é o servidor municipal, principalmente os professores”, disse.

Decisão exige responsabilidade - O vereador Chico Estrella (PTC) ressaltou que a decisão da retomada das aulas presenciais deve ser tomada com base na responsabilidade. “Precisamos ter uma responsabilidade muito grande. Estamos enfrentando uma segunda onda da Covid-19. A cada dia, mais pessoas morrem e nós temos que ter o máximo de responsabilidade”, apontou o parlamentar.

Para Chico, o retorno às aulas presenciais colocará a saúde pública sob o risco do caos. “80% das escolas não têm condições de uso. Algumas nem banheiro possuem. Retornar às aulas, agora, significará o caos da saúde pública”, disse, acrescentando que “os jovens são os maiores disseminadores da Covid-19, pois são assintomáticos”, apontou o vereador, lembrando ainda que além do ambiente escolar, os alunos serão expostos ao transporte público, com ônibus completamente lotados nos horários de pico.

Responsabilidade de todas as esferas de governo - O presidente da Câmara Municipal, vereador Luís Carlos Dudé (MDB), parabenizou a iniciativa e ressaltou a necessidade de emitir um documento com orientações obtidas a partir dessa discussão. O presidente criticou a ausência dos profissionais da educação no grupo prioritário da vacinação e responsabilizou as três esferas do governo por essa situação. “Se nós tivéssemos profissionais da educação no grupo prioritário, já teríamos avançado nessa questão, favorecendo o retorno das aulas”, alegou o presidente.

O vereador Luís Carlos Dudé ressaltou a importância da ciência como norteadora das ações futuras e criticou o fato de todos os setores econômicos estarem funcionando, mas as escolas estarem fechadas. “A população não aguenta mais a briga política e econômica, enquanto a população vai morrendo”, comentou.

Dudé ainda ressaltou a importância do papel da Câmara de Vereadores. “Essa Casa não se curvará, não deixará de debater os temas importantes para a melhoria da vida da população de Vitória da Conquista. Esse é o papel de um Legislativo franco, democrático e independente”, finalizou Dudé.