Na sessão da Câmara de Vereadores desta quarta-feira (10), realizada por meio do Sistema de Deliberação Remota (SDR), a vereadora Viviane Sampaio (PT), Líder da Bancada de Oposição, afirmou que a atual gestão municipal, mesmo chegando aos quatros anos de mandato, ainda patina no planejamento da administração pública. Ela criticou o que considera falta de diálogo da gestão, apontando a ausência de representantes da prefeitura em diversos debates realizados na Câmara. Foi o que aconteceu na última audiência que discutiu a reforma do Terminal de Ônibus da Lauro de Freitas. Apesar de a prefeitura ser a responsável pela obra, não enviou ninguém para a audiência que foi realizada para discutir detalhes do projeto.
Para Viviane, a situação é grave, pois um empresário da região do terminal, presente na audiência, afirmou que não teve acesso ao projeto. A parlamentar cobrou da prefeitura uma posição e quer que a gestão apresente todos os projetos de obras que estão ou serão executados com recursos do Finisa, empréstimo feito pela prefeitura junto à Caixa. Para fazer a transação, a prefeitura teve que pedir autorização da Casa. Ela lembrou que a Bancada de Oposição, na época da discussão do Finisa, cobrou projeto com detalhes da aplicação dos recursos.
Em sua fala, a edil frisou que a falta de diálogo da prefeitura se estende a outras esferas. A atuação de agentes de Serviços Públicos junto a barraqueiros também não foi comunicada ao segmento e um vídeo em tom zombeteiro ainda foi feito por funcionários dessa secretaria. Para Sampaio, o governo municipal “não valoriza dialogar com as pessoas”.
A Líder da Oposição também condenou a decisão da prefeitura em assinar contrato com a Viação Rosa sem fazer licitação. O contrato é da ordem de R$ 2,6 milhões. Viviane ressaltou que existe uma decisão judicial determinando que a prefeitura faça licitação do transporte público. Para ela, não existe justificativa para a não realização da licitação, já que a prefeitura tem gastado quantias vultuosas com contratos de consultoria que poderiam fazer estudos sobre o transporte coletivo. “Infelizmente, as coisas não estão sendo devolvidas em ações efetivas para a população”, afirmou. Ela frisou que a Casa deve provocar o Ministério Público para que a prefeitura se explique.
A vereadora falou que a prefeitura aporta milhões numa empresa, sem fazer licitação, ao tempo em que não paga bolsas auxílio a crianças atendidas pelo Programa Conquista Criança e efetua cortes em salários de professores, situação agravada pela crise da pandemia. Para ela, “este governo não trabalha pensando nas pessoas”. Viviane afirmou que a qualidade de vida de uma cidade não é promovida apenas por concreto. Ela cobrou a efetivação de políticas públicas estruturantes em áreas como saúde, educação, cultura e transporte público.
*Fotografia de arquivo. As sessões estão acontecendo remotamente.