Câmara Municipal de Vitória da ConquistaVereadoresSessão EspecialNotícia
15/05/2019 11:40:00
A Câmara Municipal de Vitória da Conquista realizou na manhã desta quarta-feira, 15, uma sessão mista em homenagem ao dia do assistente social. A sessão foi proposta pela vereadora Nildma Ribeiro (PCdoB) e aprovada pelos demais parlamentares, com o objetivo de discutir políticas públicas e valorização profissional.
Nildma Ribeiro disse que é necessária a realização de ações junto a categoria, considerando as violências e violações de direitos que acometem a juventude negra, mulheres negras, população quilombolas, indígenas e comunidades periféricas. Ela afirmou que “os que deveriam garantir direitos têm sido omissos e, em casos mais extremos, têm sido os responsáveis pela violação de direitos; o conservadorismo, inclusive nas instâncias decisórias; na fragilização das legislações; restrições das políticas sociais básicas e repressão aos movimentos sociais”. Ela questionou onde estão as políticas públicas, “ou você também acha que o preto é bandido e que bandido bom é bandido morto?” Finalizou seu pronunciamento parabenizando o trabalho de todas as assistentes sociais: “parabéns por andarmos de mãos dadas”.
Cortes nas políticas públicas sociais dificultam serviço - A assistente social Lucimeire de Jesus apontou que 15 de maio deveria ser um dia de comemoração, mas que a atual conjuntura impede e transforma a data em dia de luta contra os cortes do Governo Federal nas verbas destinadas às várias políticas públicas sociais. “Deveria ser dia de comemoração, mas não é. Só temos cortes. Quando o corte acontece nas políticas públicas sociais, o serviço social é atingido porque essa população fica vulnerável e nós, como profissionais mediadores de benefícios e serviços, não conseguimos trabalhar, atender as demandas”, disse, e reclamou ainda da desvalorização profissional. “A cada dia nós temos ganhado menos. Nós somos trabalhadores e merecemos respeito”, cobrou.
Reflexão sobre a profissão - Para a assistente social Tânia Costa Silva, a data é uma oportunidade de reflexão sobre a profissão e os desafios. Ela relatou as dificuldades enfrentadas pelos profissionais que se formam no sistema EAD. Na região de Vitória da Conquista, apontou, 69% dos assistentes sociais fizeram graduação a distância ou semipresencial. Tânia explicou que o assistente social não é mais um agente apenas executivo, mas um profissional capacitado de forma teórica, técnica e política.
Racismo em nosso país tem classe e cor - Marília do Amparo Gomes, assistente social, tratou a questão do racismo e da pobreza em seu pronunciamento. “temos que falar de racismo, cortes em políticas públicas, porque esse é o nosso trabalho”, contou. Ela ressaltou ainda que qualquer política que se queira fazer e que não passa pelo serviço social, que está lá na ponta, não vai servir, porque não vai garantir direitos. “Esse ano trabalhamos raça, gênero e pobreza, que se interligam com cortes de direitos”. Apresentou dados sobre o aumento da violência na juventude negra. “Mulheres com traços mais finos são sexualizadas e as com cabelos crespos, lábios mais grossos, são ridicularizadas”, lamentou. E finalizou lembrando que, por ser negra, sofre racismo em todos os lugares, repartições públicas, rua e até onde universidade que trabalha.
Trabalhar por uma melhor qualidade de vida - A assistente social Débora Santana, da Defensoria Pública do Estado da Bahia, iniciou sua fala saudando as colegas de profissão e afirmou que seu pronunciamento não teria cunho partidário. Segundo ela, sua a função e de suas colegas é trabalhar por uma melhor qualidade de vida para os mais necessitados. Também afirmou que ouve, constantemente, diversas reclamações de colegas como falta de condições de trabalho, assédio moral, interferência nas análises e nos pareceres, etc. “Como profissional é proibido esquecer que todos tem uma história, e nós precisamos ouvi-lo para atender a sua demanda, mas temos a obrigação de entender e perceber o que foi dito nas entrelinhas. Temos a responsabilidade de cobrar o atendimento a este cidadão”, comentou. Por fim, afirmou que é preciso olhar para os usuários por outras perspectivas e que a rede socioassistencial realmente aconteça em prol do cidadão e citou algumas colegas de profissão, como por exemplo, a vereadora Nildma Ribeiro (PCdoB).
Cotidiano desafiador - Representando a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, a coordenadora municipal da Proteção Social e Especial, Vanessa Santos, destacou que o profissional da Assistência Social tem o desafio de garantir direitos às populações vulneráveis. “O nosso desafio é conseguir direitos num mundo globalizado e totalmente desigual. Nosso cotidiano é um desafio”, concluiu Vanessa.
Durante a sessão especial foram homenageadas as Assistentes Sociais: