Durante a audiência pública que discutiu a respeito das políticas públicas LGBT no município de Vitória da Conquista, realizada pela Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC), na noite desta quarta-feira, 8, as pessoas presentes utilizaram o espaço destinado às manifestações da plenária, participando diretamente das discussões.
União necessária – A psicóloga Sabrina Portela, membro do núcleo Una em Vitória da Conquista destacou a importância da união e da ocupação dos espaços de discussão de temáticas LGBT. “Olhem só o plenário quando a gente vai discutir políticas públicas para o LGBT. É um tema que sofre um pouco de repressão e um pouco de medo nas pessoas”, disse ela. “Eu acho que ainda falta por parte nossa, nós LGBT em Vitória da Conquista, uma maior união”, concluiu Portela.
Avanços nas políticas públicas – Anderson Rocha apontou que o município tem a felicidade de ver os investimentos em políticas públicas de defesa dos direitos LGBT crescerem. “A diversidade sexual, a promoção de políticas públicas são pontos inegociáveis. É imperioso que os processos de exclusão sejam combatidos através de políticas públicas”, analisou ele destacando o trabalho realizado pelo Centro Integrado de Direitos Humanos, na Praça Tancredo Neves, no Centro.
Ausências sentidas – Ricardo Oliveira lamentou as ausências de boa parte dos vereadores, o que, para ele, é um sinal da importância dada à causa LGBT no Legislativo Municipal. “A ausência me incomoda. Os ausentes respondem porque Vitória da Conquista é tão perigosa para os LGBT”, disse ele, que ressaltou a necessidade de a comunidade LGBT buscar também a representatividade através de cargos eletivos. “Nós temos que ocupar aqui”, analisou.
Arlen Novais também disse sentir a falta dos parlamentares ausentes. “O que me angustia estar aqui nesta Casa são os vereadores faltosos que deveriam estar aqui”, lamentou. Novais disse que é preciso estar disposto a ouvir os anseios da comunidade para atendê-los. “É complicado tentar fazer política pública sem que os nossos representantes estejam aqui para nos ouvir”, apontou Arlen. “Só quem é LGBT sabe dizer o que passamos, o que sentimos no dia a dia”, ressaltando a necessidade de avanços nas políticas públicas destinadas à garantia de diretos da comunidade LGBT.
Visibilidade necessária – A coordenadora de Políticas Públicas para Mulheres, Dayana Andrade, disse que é preciso pôr fim ao silenciamento que existe em relação à violência contra a comunidade LGBT. “Cadê a imprensa que não anunciado os assassinatos do público LGBT?”, disse ela ressaltando a necessidade de colocar fim no silêncio em torno da violência contra a população LGBT.