Na manhã desta sexta-feira, 10, a Câmara Municipal realizou uma Sessão Especial em homenagem ao Dia dos Pais, conforme estabelece o artigo 3º da Lei Nº 1.937/2016 que institui a comemoração do Dia dos Pais no município na segunda semana do mês de agosto. 

Equilíbrio familiar - A vereadora Lúcia Rocha (DEM) apontou que Vitória da Conquista tem visto seus jovens morrerem vítimas da violência, causada, segundo ela, pela falta de equilíbrio nas famílias. A parlamentar lamentou que ainda existem muitas pessoas sem o nome do pai em seus registros de nascimento. “Isso representa uma cultura do abandono em que pais não assumem as suas responsabilidades fazendo com que as mães arquem com o sustento, educação, saúde e tudo mais”, disse ela. “O desequilíbrio familiar é o principal motivo das mazelas sociais que enfrentamos na atualidade. É na família que as crianças aprenderão normas de conduta, de respeito às diversidades de cor, sexo, orientação sexual, religião e tudo aquilo que diferencia as pessoas umas das outras”, concluiu Lúcia Rocha.

Paternidade, uma responsabilidade honrosa - Rubens Oliveira de Carvalho afirmou que é uma honra exercer a paternidade – ele tem quatro filhos. Ele fez um apelo aos pais que assumam a responsabilidade com amor e ressaltou que o futuro da humanidade passa pela família. Carvalho lamentou que muitas mulheres mães são obrigadas a assumir os dois papéis – mãe e pai, situação que é impossível. Para ele, trata-se de um espaço que precisa ser preenchido, por isso reforçou que a paternidade deve ser assumida com coragem e amor. 

“Família – Igreja doméstica” – O diácono Zezinho destacou que, conforme apontou o Papa Paulo VI, “a família é a igreja doméstica”. “O pai é o sacerdote do lar. Cabe ao sacerdote, o pai, abençoar, santificar e proteger a sua família”, disse o diácono. Ele lembrou que a missão de educação dos filhos cabe à família, sendo a escola responsável apenas pela escolarização e conhecimento acadêmico. 

Ele chamou a atenção para a necessidade de que os pais sejam exemplo para seus filhos. “Nossos filhos refletem o que nós somos. Se a juventude encontra tantos problemas, precisamos rever o nosso comportamento enquanto pais e sacerdotes em nossos lares”, concluiu. 

Alegria da paternidade - Miguel dos Anjos Cabral afirmou que é uma alegria a paternidade. Ele frisou que se considera pai adotivo de mais de 30 jovens do Clube de Desbravadores, no qual foi capelão. Cabral lamentou que na atual sociedade muitos pais se esquecem de sua função. Ele frisou que a presença do pai é fundamental para a formação da família, dos jovens, e que o pai é o verdadeiro alicerce dos valores que devem ser passados aos filhos. Mas, segundo Cabral, o contexto é de desafios para os pais que devem administrar o tempo corrido e estressante e dedicar tempo e amor aos filhos.  

Amor incondicional – O proprietário do Conselho de Música Frederic Chopin, José Mário Francisco, lembrou a Parábola do Filho Pródigo, presente na Bíblia, destacando que os pais devem amar incondicionalmente os seus filhos. “Como nós temos sido pais que esperam por seus filhos?”, questionou ele. “Quantas vezes nossos filhos chegam da balada e nós não sabemos nem como?”, perguntou. “Abrace seu filho, diga que o ama, antes que o mundo o faça e você perca o seu filho de vez”, recomendou.

Aprendizado diário - O vereador Danillo Kiribamba (PCdoB) representou a Bancada de Oposição. Ele agradeceu o voto de confiança de poder falar em nome dos colegas de bancada. O parlamentar convidou os filhos à tribuna e disse que é uma alegria ser pai, que aprende todos os dias seu papel na convivência com os filhos. O edil saudou o próprio, o senhor Manoelzito. Kiribamba, que é músico, relatou que seu primeiro violão foi dado pelo pai. Em sua fala, frisou que é a família que educa para a vida e os pais são fundamentais nesse processo. O vereador reconheceu que muitas mulheres cumprem os dois papéis – pai e mãe, e isso precisa ser valorizado. Ele ainda se solidarizou com o colega Álvaro Pithon (DEM) que ficou emocionado e não pôde falar em nome da Bancada de Situação.

A dor da perda de um pai – O vereador Luís Carlos Dudé (PTB), líder do prefeito na Câmara, falou sobre a dor de perder um pai. “Nós sabemos o quanto dói não ter mais o pai por perto, para conversar pra bater aquele papo. Uma dor que nunca passa, nuca cicatriza”, apontou ele. Dudé destacou a necessidade de que aqueles que ainda tem seus pais vivos aproveitem a sua presença. “Não pense duas vezes em dizer ao seu pai que você o ama. Ouça os conselhos de seu pai. Tudo o que ele lhe falar é para o seu bem. É necessário que você abrace o seu pai”, aconselhou Dudé. 

O líder do prefeito cobrou ainda o desenvolvimento de políticas públicas que evitem a morte prematura de jovens, fazendo com que pais chorem a morte de seus filhos. “Nós precisamos buscar aqui construir políticas públicas, elaborar projetos, cobrar do Município, do Governo do Estado e do Governo Federal que possa contribuir mais com as políticas públicas para que a gente possa tirar das ruas jovens e adolescentes que aí estão fazendo com que seu pai chore a cada dia a cada momento porque perdeu sua filha, perdeu seu filho”, disse ele.