Câmara Municipal de Vitória da ConquistaVereadores
10/05/2018 21:31:55
A Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC) realizou uma audiência pública nesta quinta-feira, 10, em homenagem ao Dia Internacional da Enfermagem, comemorado em 12 de maio. A audiência, de autoria da vereadora Viviane Sampaio (PT), contou com a participação de profissionais e estudantes da área.
Para Viviane Sampaio, que é também enfermeira, é necessário um olhar político para a profissão. A vereadora chama atenção para a necessidade de ficar atento as discussões e papel do legislativo tanto nas esferas municipais e estaduais, como na federal. “É na Casa das leis: Câmara, Assembleia dos Deputados, no Senado que a vida dos trabalhadores é garantida”, frisou. “Agora, a CLT foi simplesmente rasgada por um golpe de estado. Nem o que está garantido por lei, temos mais a segurança que será cumprido”, falou sobre o cenário político atual.
Viviane reforçou a necessidade de a classe estar unida. “Somos um exército, mais de um milhão de enfermeiros no país, e até hoje não conseguimos garantir um piso salarial”, lamentou. Ela também cita a regulamentação da jornada de trabalho dos enfermeiros como algo que ainda precisa ser conquistado. “Se fossemos mais organizados já tínhamos conseguido”, disse.
A coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), Adriana Damasceno, apontou a importância da audiência, destacando a necessidade de reflexão sobre a prática e o ensino da Enfermagem. “É de suma importância a gente estar aqui para debater, discutir as expectativas e os desafios da nossa profissão. Ainda precisamos caminhar muito para alcançar a felicidade da profissão”, apontou ela. “Precisamos formar profissionais realmente críticos e não meramente formar profissionais para ter o diploma e não fazer a diferença no mercado de trabalho”, concluiu.
A representante Conselho Regional de Enfermagem da Bahia – Coren, Elaine Barbosa falou da luta dos enfermeiros e técnicos de enfermagem. “Temos que nos unir por essa classe que carrega a saúde nas costas”, afirmou.
A coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Independente do Nordeste (Fainor), Olguimar Pereira Ivo, disse que o momento pede reflexões. “A gente precisa pensar melhor a nossa profissão. Que rumos a gente quer para a nossa profissão? O que a gente pretende?”, questionou ela. “A gente sabe da nossa importância. Sem nós nada funciona em instituição de saúde”, apontou ela. “Está na hora de a gente pensar mais um pouquinho politicamente falando. Política pública de saúde é importantíssimo”, disse ela destacando o papel do Conselho Regional de Enfermagem (Coren) no processo de valorização do profissional de Enfermagem.
A coordenadora lamentou que a categoria ainda não conseguiu avanços que outras profissões já conquistaram, “A gente precisa de um piso salarial. Isso é muito triste, nós não avançamos”, lamentou. “Está na hora de a gente acordar”, completou Olguimar.
Já o professor do curso de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e membro do Conselho Municipal de Saúde, Luís Rogério Santos, lamentou o cenário político econômico do Brasil, que segundo ele, se reflete no mercado de trabalho da profissão. “Com o golpe de estado que o Brasil sofreu em 2016, subiu ao poder uma elite que retira os direitos da classe trabalhadora e também dos profissionais de enfermagem. A profissão é colocada em risco quando se retira os seus direitos”, se posicionou. O prof. defende a politização da categoria e uma formação pública de qualidade. “Temos que mudar esse currículo engessado. É preciso dialogar como os cidadãos, entender as outras linguagens do saber. É preciso entender tudo o que se passa na sociedade, como ela se estrutura, isso reflete no mercado e nos profissionais”, afirmou.
A enfermeira Saionara Coutinho agradeceu pela oportunidade de ocupar espaço na Câmara para falar sobre as dificuldades e anseios dos trabalhadores da Enfermagem. “Hoje são grandes as oportunidades que a gente tem como desafio a ser conquistado”, disse ela. “A Enfermagem é uma ciência, e como ciência ela tem que ser respeitada”, apontou. “Nós precisamos continuar buscando caminhos para que as pessoas nos reconheçam como ciência e não apenas como cuidadores”, concluiu a enfermeira.
Juliana Oliveira Santos, Enfermeira do Núcleo de Educação Permanente do HGVC e professora na Universidade Federal da Bahia UFBA, reforçou que a enfermagem precisa “para além da formação da ciência e de políticas, ter uma identidade enquanto trabalhadores”. Ao falar do empoderamento da classe ela defende: “A unidade é necessária”.
Durante a audiência pública foram homenageados:
José Andrade Louzado
Luis Rogério Cosme S. Santos
Marisa Gusmão Cairo
Vitória Maria Rocha Barra
Maria Ferraz Avelar
Cristiane Isabel das Virgens
Ana Gabriela dos Santos Moreira