Imagem AUDIÊNCIA PÚBLICA: Cultura da paz é destaque em audiência sobre a Campanha da Fraternidade

AUDIÊNCIA PÚBLICA: Cultura da paz é destaque em audiência sobre a Campanha da Fraternidade

Câmara Municipal de Vitória da ConquistaAudiência Pública

22/03/2018 23:30:00


Aconteceu nessa quinta, 23, uma audiência pública sobre a Campanha da Fraternidade 2018, cujo tema é “Fraternidade e superação da violência lema” e o lema: “Em Cristo somos todos irmãos”, (Livro de Mateus 23:8). Promovida pela Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC), o evento foi realizado num salão da Paróquia Nossa Senhora das Graças. Segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o objetivo da campanha é ampliar a discussão sobre a questão da violência no Brasil. A audiência foi articulada pelo mandato do vereador Professor Cori (PT).

Participaram da audiência: o arcebispo metropolitano, Dom Luís Gonzaga Pepeu; o juiz de direito da Vara do Juri, Execuções Penais e Corregedor de Presídios da Comarca de Vitória da Conquista, Reno Viana Soares; a advogada Pauline Porto Souza, representou o presidente da OAB, Ubirajara Brito; o pesquisador do Grupo de Estudos em Prisões, Violência e Direitos Humanos, o capitão da Polícia Militar, Hilderim dos Santos Tomaz; o pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Padre Gérson Bittencourt; e os vereadores Professor Cori (PT), Lúcia Rocha (DEM) e Valdemir Dias (PT).

Cultura da paz é temática recorrente em campanhas – Dom Pepeu destacou que a Campanha da Fraternidade, em seus 54 anos de existência, sempre aborda temas atuais, nos quais a Igreja trabalha a dimensão sócio-comunitária da fé cristã. Ele ressaltou que é a sétima vez que a violência e o seu enfretamento são tema de uma Campanha da Fraternidade. A primeira vez foi em 1983, com o tema “Fraternidade sim, violência não”. Já em 2009, a Igreja se voltou para a promoção da cultura da paz com a campanha “Fraternidade e Segurança Pública”.

Dom Pepeu frisou que a violência é um problema complexo e persistente, com raízes históricas no Brasil. Para ele, a naturalização e a banalização da violência são um dos fatores agravantes no cenário atual. O religioso defendeu o estabelecimento de políticas públicas voltadas para a melhoria dos indicadores sociais da população como uma estratégia para redução da violência. Dom Pepeu advertiu que a promoção de uma cultura de paz é também responsabilidade de cada indivíduo, deve ser uma busca cotidiana de cada um. Posição também defendida pelo Vereador Professor Cori que ainda ressaltou: ocupantes de funções públicas têm uma responsabilidade dobrada no enfrentamento à violência.

Campanha traz texto base consistente – O juiz de direito, Reno Vieira, parabenizou a Câmara por realizar um evento que trata um tema atual e com repercussões em toda a sociedade. Ele elogiou o texto base da Campanha da Fraternidade e explicou que, como profissional criminalista, considera um material bastante consistente e embasado. Vieira destacou o que considera uma das principais conclusões do trabalho – a violência é um mal e nunca constitui uma resposta aos problemas da sociedade. O juiz lembrou que os dados apontam os jovens negros de periferia como as grandes vítimas da violência, cenário fortemente impactado pelo narcotráfico. Para ele, um dos grandes desafios para a sociedade, em nível mundial.

Fraternidade e empatia devem ressignificar relações – Professor Cori defendeu a busca por ações cotidianas empáticas, a necessidade de pensar no outro, adotar uma cultura de gentileza, “olhar o outro com respeito e dignidade”. O vereador foi acompanhado pela advogada Pauline Porto. Ela explicou que uma linha do direito vem buscando a mediação de conflitos, o que exige uma nova postura em relação à violência. Pauline ressaltou que não se trata de assumir uma postura passiva, mas de entendimento e mediação. Ela afirmou que uma “justiça vingativa” não diminuirá a violência.

O capitão Hilderim afirmou que a violência acontece em etapas e começa dentro de casa. Segundo o pesquisador, é preciso refletir sobre o que é a paz, a violência e que tipo de paz a sociedade quer. Hilderim explicou que, na História, são inúmeros os casos em que instituições usaram a força para manutenção de um status quo. O capitão e pesquisador defendeu a construção de uma sociedade com respeito às diversidades e à democracia. Para ele, situação possível somente a partir de um esforço de redefinição do ser humano.

A vereadora Lúcia Rocha lamentou que Conquista figure como um dos municípios mais violentos do mundo. “Isso significa que algo está muito errado, principalmente no que se refere às políticas públicas de educação, cultura, saúde e segurança pública”, disse. Rocha defendeu que o enfrentamento à violência passe a ser tratado como uma questão social e de saúde pública. 

Já Valdemir Dias defendeu ações articuladas para se vencer o crescimento da violência. Ele afirmou que uma cultura de paz passa pela valorização da família, da educação, a regulação dos meios de comunicação, justiça para todos e combate à desigualdade social.



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