Câmara Municipal de Vitória da ConquistaAudiência Pública
21/09/2017 23:00:00
A comunidade católica se reuniu na noite dessa quinta, 21, na Câmara de Vereadores numa audiência pública em comemoração aos 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. O requerimento é de autoria do vereador Luis Carlos Dudé (PTB). Compuseram a mesa da audiência: os padres Danilo da Silva Pacheco e Carlos Valério de Oliveira; Carmelita Nere Almeida Costa, coordenadora da festa de Nossa Senhora Aparecida; a vice-prefeita e secretária de Desenvolvimento Social, Irma Lemos; o 1º Secretário da Câmara, o vereador Gilmar Ferraz (PMDB); e o vereador Fernando Jacaré (PT).
O vereador Luís Carlos Dudé (PTB) expressou sua satisfação em propor e participação esta audiência em comemoração aos 300 anos de aparição da imagem de Nossa Senhora de Aparecida. “Fico honrado, pois Nossa Senhora sempre foi quem procurei em toda minha vida, minha intercessora de todos os momentos”, afirmou. Devoto da santa, afirmou que a realização da audiência é um momento especial, e está fincada nos propósitos de Nossa Senhora: “Simplicidade, humildade, serenidade, e sempre pregando o servir ao outro”. Dudé agradeceu a presença de todos os paroquianos e todas as pessoas que participaram deste momento.
Carmelita Nere Almeida Costa, popularmente conhecida como Dona Carmen, agradeceu a realização da audiência. Sobre a festa da Santa, ela ressaltou que tem encontrado acolhida independente de religião. Em sua fala, pediu um momento de silêncio e reflexão sobre a situação do México, atingido por um forte terremoto que deixou dezenas de prédios no chão em diversas cidades atingidas. Após 48 horas os serviços de resgate procuram crianças desaparecidas sob os escombros de uma escola que veio abaixo.
Para o Pe. Carlos Valério de Oliveira, a imagem de Nossa Senhora já fez com que várias pessoas chegassem ao encontro de Jesus Cristo. “Pessoas foram abraçadas pelo seu projeto de amor”, disse. O Padre afirmou que esta homenagem reforça o compromisso da Igreja e de seus devotos com as pessoas que mais precisam e com os mais carentes. “E a própria Maria, a mãe Aparecida, nos aponta algo que tanto o seu filho pediu: nossa sensibilidade com as pessoas que se encontram pobres, destruídas e escravizadas”, afirmou. Ele pediu ainda que a Santa ilumine toda a Casa Legislativa de Vitória da Conquista.
O vereador Gilmar Ferraz relatou, emocionado, visita recente que fez ao Santuário de Aparecida. Ele ressaltou sua fé e afirmou ser devoto fervoroso de Nossa Senhora Aparecida. Diante da grandiosidade do lugar e da imagem da Santa, lembrou: “Eu sentei e chorei, ainda me emociono quando falo Dela. Ela tem operado tanta coisa na minha vida que eu me emociono todos os momentos”. O edil frisou: “Ela é verdadeiramente a mãe de todos nós. É quem nos protege e quem nos ensina, nos mostra o caminho dessa vida”.
"Nós sabemos que essa Casa, neste momento, ela está sendo purificada”. Em sua fala, o vereador falou que orações são bem-vindas porque abençoam o trabalho dos parlamentares.
O vereador Fernando Jacaré (PT) iniciou seu pronunciamento contando um pouco da sua trajetória de vida e ligação com paróquia de São Francisco de Assis, “filha da paróquia de Nossa Senhora Aparecida”. Ele conta sua inserção na vida política foi incentivada pelos colegas de ambas paróquias. Jacaré relembrou também que em outras oportunidades a Câmara já teve a honra de celebrar o aniversário da paróquia, e afirmou que em todas as vezes foi tomado pela emoção. “Nesta noite é celebrado mais um capítulo importante da história da Câmara. Momento em que houve uma audiência pública com representação dos vereadores e do poder Executivo, representação política da sociedade de Conquista, comemorando os 300 anos de Nossa Senhora de Aparecida”, disse.
Ao falar da importância da figura de Nossa Senhora Aparecida para o Brasil, o Padre Danillo da Silva afirmou que “não é apenas uma questão de fé, é algo que toca toda uma nação”. Ele conta que já são 300 anos da aparição da imagem e este fato ainda toca muitas pessoas. “Uma pequena imagem foi encontrada e isso bastou para servir de sinal de fé. Fé que agrega, não aliena, deslumbra e procura um desisto melhor para o seu povo”, disse.
O Padre destacou a imagem como um símbolo de libertação. “ Uma imagem que é apenas uma imagem e nada mais. Não é amuleto e não possui poderes mágicos. Mas representou um sinal que falou e fala de forma contundente a muitos brasileiros”, ressaltou. Ele conta também que essa compreensão já atravessou três séculos trazendo esperança ao coração de muitas pessoas. “ Esperança essa que agrega a determinação do povo”, finalizou.
A vice-prefeita, Irma Lemos, relatou experiências de vida em que a fé em Nossa Senhora Aparecida a fortaleceu para enfrentar grandes desafios. Ela lembrou que, em 2004, passou 21 dias internada, em coma, num estado bastante grave e que foi a fé que a salvou. Irma, que também já foi vereadora, lembrou emocionada da perda de dois filhos: o primeiro em 2006 de forma trágica, num atropelamento no Anel Viário. Naquele momento, ela pediu forças à Santa: “Oh Mãe! Não deixe eu abrir minha boca para falar nada que não seja da tua vontade e do seu Filho. Me dê forças Senhora. A força que tu me deu para tê-lo, parir esta criança. Me dê força para te entregar nas tuas mãos como um dia entreguei. Digo para vocês, a dor foi grande, como é até hoje. Mas, Maria me deu aquela sustentação”.
Num curto intervalo de tempo, ela relatou, perdeu cinco familiares. Segundo Irma, a atuação na política a ajudou a superar a dor. “A política me ajudou muito. Porque ali eu fui trabalhar pensando naqueles menos favorecidos, pensando em Maria. Eu tenho que fazer o que Maria fez por mim”, detalhou. Anos depois ainda sofreria a perda do genro e de mais um filho. Os dois sofreram um grave acidente de carro, no qual o genro foi vítima fatal e o filho sobreviveu, mas com sequelas graves que o levaram ao óbito três anos depois. Segundo ela, a fé a sustenta até hoje.
Ela detalhou: “Tem três anos e meio que ele foi. Até hoje eu digo: obrigada Mãe porque se você permitiu que Cristo, teu filho amado, chamasse meus filhos é porque eu merecia e eles mereciam. No maior acalento que eu tinha era quando lembrava que Maria, pura, limpa, teve teu filho no colo ensanguentado, quem era Irma para dizer alguma coisa para essa Mulher? Quem era Irma para dizer ‘por que meu filho’? E o dela que era puro, que não tinha pecado?”. Para Irma, Maria deixou o grande exemplo para todas as demais.
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