Imagem Câmara discute efeitos de fechamento de agências bancárias em Conquista

Câmara discute efeitos de fechamento de agências bancárias em Conquista

Arquivo

20/12/2016 18:29:38


Na tarde desta terça-feira, 20, a Câmara Municipal de Vitória da Conquista discutiu os efeitos do fechamento de agências do Banco do Brasil e do eventual fechamento das superintendências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal durante uma audiência pública sobre o assunto.

[caption id="attachment_15631" align="alignright" width="300"] Fernando Jacaré[/caption]

O vereador Fernando Jacaré disse que após a homenagem feita à reeleição do Sindicato dos Bancários, a Casa identificou a necessidade urgente de debater o fechamento de agências do Banco do Brasil e a possibilidade de fechamento das superintendências da Caixa e do Banco do Brasil de Vitória da Conquista. “Nós estamos repudiando este fato enquanto vereador, enquanto cidadão”, disse o parlamentar.

A discussão do tema, segundo o parlamentar, demonstra que o problema é tratado como prioridade na Câmara Municipal. “Nós marcharemos lutando, debatendo discutindo e lutando por aquilo que é de nosso direito”, disse Jacaré deixando claro o seu posicionamento contrário à política de cortes adotada nos dois bancos.[caption id="attachment_15632" align="alignleft" width="300"] Andreson Ribeiro[/caption]

O vereador Andreson Ribeiro (PCdoB) explicou que a Federação dos Bancários da Bahia encaminhou requerimento pedindo aprovação dessa da audiência. A solicitação foi ainda reforçada pelo Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista via vereador Fernando Jacaré (PT). O vereador lamentou a pouca adesão à audiência. “É um tema extremamente importante porque querem fechar agências, querem fechar superintendências, tanto do Banco do Brasil (BB) como da Caixa Econômica Federal”, afirmou. Ribeiro lembrou que Vitória da Conquista é um polo regional, para o qual converge as economias da região. Para ele, a agência do BB na praça Barão do Rio Branco “é incapaz de absorver mais demandas do que já tem porque há limites, e esse limite há muito já foi extrapolado”. Segundo Andreson, trata-se de uma luta de toda a população de Conquista que necessita de um serviço bancário cada vez mais eficiente. Ele aponta um retrocesso caso as agências sejam fechadas. “Jamais poderíamos ficar silente. Temos que repudiar esses atos nefastos desse governo neoliberal”, afirmou.

[caption id="attachment_15633" align="alignright" width="300"] Matheus Moreira[/caption]

Matheus Moreira, representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), destacou que é bancário, servidor da Caixa Econômica Federal e conhecer as implicações do fechamento de agências bancárias. “Fecham agências, fecham postos de terceirizados, pessoal da limpeza, vigilantes, vagas de estagiários, vagas de aprendizes que não vão ser repostas”, disse ele. “É uma série de consequências, um efeito dominó”, completou.

Disse que discutir é uma atitude importante porque, segundo ele, a superintendência do Banco do Brasil em Vitória da Conquista é lucrativa, de modo que é importante entender a motivação da superintendência. O advogado pediu que o sindicato divulgue essas informações.Ele disse ainda que não há a discussão sobre fechamento de agências ou mesmo da superintendência da Caixa em Vitória da Conquista, ao contrário do que tem acontecido no Banco do Brasil.[caption id="attachment_15634" align="alignleft" width="300"] Larissa Couto[/caption]

A diretora do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e representante dos Servidores do Banco do Brasil, Larissa Couto, frisou que audiência serve para “dar notoriedade às preocupações do funcionalismo do Banco [do Brasil] que estão sendo recebidos, além da preocupação com a própria defesa do banco enquanto empresa pública”. Ela lembrou que o Banco do Brasil é um dos principais articuladores do desenvolvimento nacional e tem fundamental importância para a agricultura, cultura, programas sociais, além de sua inserção nas comunidades e municípios pequenos. “A reestruturação, que nós também chamamos de desestruturação, e porque também não dizer desestatização, é um modelo planejado pelo governo do golpista Michel Temer com a tentativa de privatização de empresas públicas, como a Petrobras e a Caixa Econômica também. Essa medida vai trazer prejuízos para toda a sociedade que paga altos juros e tarifas”, afirmou. Para ela, o resultado dos fechamentos será o aumento das filas, do tempo de espera e mais dificuldades para conseguir atendimento. Já os funcionários devem amargar mais precárias condições de trabalho, mais cobrança no cumprimento de metas, sobrecarga de trabalho e adoecimentos. Segundo Larissa, o Sindicato vai lutar para garantir os direitos de todos os direitos do Banco do Brasil.

[caption id="attachment_15635" align="alignright" width="300"] Rafael Pereira[/caption]

O funcionário da Caixa Econômica Federal, Rafael Pereira, agradeceu à Câmara pelo espaço aberto para a discussão. Ele apontou que o fechamento das agências é prejudicial para toda a sociedade e principalmente por bancários que sofrerão redução de até 80% de seu salário, no caso de ocupantes de cargos comissionados.

Rafael destacou que o fechamento da superintendência irá dificultar ações do poder público, uma vez que o Banco do Brasil é um grande parceiro das políticas públicas e no caso da Caixa, vários programas realizam o pagamento através deste banco.[caption id="attachment_15636" align="alignleft" width="300"] Hermelino Souza Neto[/caption]

O Secretário Geral da Federação dos Bancários da Bahia, Hermelino Souza Neto, explicou que a entidade está realizando sessões em diversas cidades para discutir o projeto de reestruturação que prevê o fechamento de agências. Para ele, o que se discute não diz respeito apenas aos bancários, mas à toda a sociedade. Ele frisou que vivenciou o período Fernando Collor e o de FHC, tendo acompanhado planos de demissão voluntária (PDV). “Nós tivemos, só no Banco do Brasil, no ano de 1995, 28 suicídios. Depois que se finalizou esse processo de reestruturação do Banco do Brasil, e de massacre, nós tivemos 181 bancários e bancárias que cometeram suicídio porque não sabiam mais o que fazer das suas vidas”, declarou. Hermelino acusa um grupo de ter sido o responsável pela reestruturação das empresas pública na época de FHC. Segundo ele, o mesmo grupo atua agora, tendo o presidente Michel Temer como testa de ferro. “O maior prejuízo é para a sociedade brasileira”, disse.

[caption id="attachment_15637" align="alignright" width="300"] Paulo Barrocas[/caption]

O presidente do Sindicato dos Bancários, Paulo Barrocas, destacou que a audiência tem o objetivo de dar notoriedade aos cortes que os bancos estão sofrendo. “As pessoas não sabem da proposta do Governo”, apontou Barrocas.

O presidente do sindicato destacou a importância social dos bancos que atuam como parceiros do governo em diversos programas de apoio à agricultura familiar, por exemplo, que trazem diversos avanços sociais. Segundo ele, a intenção do Governo é conduzir o Banco do Brasil à privatização, a partir do seu sucateamento.


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