17/10/2016 22:57:30
A audiência pública sobre saúde mental, ocorrida nessa segunda, 17, na Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC), reuniu, além de instituições de saúde, profissionais, pacientes e familiares. Temas como a luta antimanicomial e a defesa do Hospital Afrânio Peixoto foram destaque nas falas dos participantes. A audiência foi proposta pelo mandato do presidente da Casa, Gilzete Moreira (PSD). O debate gravitou sobre a situação do Afrânio e seu possível fechamento diante do processo de precarização pelo qual a unidade vem passando, segundo relato de profissionais.
[caption id="attachment_14254" align="alignright" width="300"] Monique Brito[/caption]A representante do Coletivo da Luta Antimanicomial, Monique Brito, frisou que é necessário discutir sobre quais as melhores formas de cuidado que a sociedade e os governos possam oferecer às pessoas com transtornos mentais.
[caption id="attachment_14255" align="alignleft" width="300"] Isabela Arruda[/caption]Isabela Arruda disse que ao ter sido convidada achou que toda a rede estaria representada, e se sentiu impactada ao não encontrar representantes de alguns setores da Saúde. Apontou que a equipe de profissionais é insuficiente para atender à população. Segundo ela, manicômios são instituições onde direitos humanos são desrespeitados e a tortura é praticada.
[caption id="attachment_14256" align="alignright" width="300"] Cleonice Maia[/caption]Mãe de um paciente do Afrânio Peixoto, Cleonice Maia, lamentou a situação por que passa o hospital. Ela relatou as dificuldades que sua família enfrentou quando o filho sofreu surtos. Cleonice chegou a procurar outros hospitais, mas encontrou apoio no Afrânio, onde o filho ficou internado por um mês.
[caption id="attachment_14257" align="alignleft" width="300"] Margarete[/caption]Margarete disse que quando seu irmão necessitou ser atendido no Hospital Afrânio Peixoto foi bem recebido. “O Afrânio Peixoto é um apoio, um suporte. A gente tem que gritar em alto e bom som: Não à extinção do Hospital Afrânio Peixoto”.
[caption id="attachment_14258" align="alignright" width="300"] Suzana Ribeiro[/caption]A ex-secretária municipal de Saúde e ex-subsecretária de Saúde do Estado da Bahia, Suzana Ribeiro, fez alguns esclarecimentos e afirmou que lhe causou estranheza os relatos de um possível fechamento do Hospital Afrânio Peixoto. Para ela, é necessária retaguarda, como a existência do hospital, porque os pacientes precisam de uma referência. Ribeiro afirmou que a saúde mental deve ser encarada coletivamente. Segundo a profissional, em sua passagem pelo Estado, toda uma programação e rede de parcerias para o setor foram programadas.
[caption id="attachment_14259" align="alignleft" width="300"] José Barros[/caption]O técnico de Enfermagem José Barros disse que o Hospital Afrânio Peixoto está sendo propositalmente sucateado. Pediu que, caso o hospital seja realmente fechado, outras estruturas estejam aptas a receber os pacientes com deficiências mentais.
[caption id="attachment_14260" align="alignright" width="300"] Marina Carvalho[/caption]A funcionária do Afrânio, Marina Carvalho, ressaltou que a audiência é fruto de uma provocação do Sindsaúde. Ela afirmou estar satisfeita com o resultado do debate e defendeu o tratamento propiciado pelo hospital que difere de manicômio. Segundo a profissional, todos os pacientes são tratados com dignidade e humanidade.
[caption id="attachment_14261" align="alignleft" width="300"] Marcos Silva[/caption]Marcos Silva, usuário do Caps II, disse que os casos de transtorno mental estão crescendo. Para ele mais CAPS tipo III precisam ser construídos para atender às pessoas com deficiência mental. Ele leu um poema de sua autoria falando sobre os anseios e dificuldades das pessoas com deficiência mental.
[caption id="attachment_14262" align="alignright" width="300"] Lucimara Soares[/caption]Lucimara Soares disse que no Hospital Geral Prado Valadares, em Jequié, onde trabalhava, havia leitos psiquiátricos e nunca teve a oportunidade de visitar a ala de psiquiatria. Segundo ela, após ser transferida para o Hospital Afrânio Peixoto pôde se sentir realizada enquanto uma servidora da Secretaria de Saúde realizando atendimento digno aos usuários do Hospital, a quem são garantidos atendimentos que respeitem a sua condição humana.
[caption id="attachment_14265" align="alignleft" width="300"] Joilson[/caption]Joilson destacou que o Estado tem o dever de garantir a saúde, visando reduzir o risco de doenças, bem como a recuperação delas. Disse ficar mais aliviado de ver o Ministério Público se envolvendo em defesa do sistema de saúde e do Hospital Afrânio Peixoto.