04/08/2016 22:55:03
A Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC) realizou nessa quinta (04), Audiência Pública para debater a questão da violência contra juventude. A participação popular através do uso da palavra aberta ao Plenário, cobrou ações que visam minimizar o problema da violência em nossa sociedade.
[caption id="attachment_13641" align="alignright" width="300"] Alexandre Gomes, 10 anos[/caption]O jovem Alexandre Gomes, 10 anos, disse que “a violência tirou a vida do meu tio, tia e pai”. Perguntou “cadê os direitos e a segurança? ” Afirmou que sua tia foi esfaqueada com 20 anos. “A vida está muito corrida. Você vai na rua e já há coisa ruim”. Seu pai foi assassinado com 25 anos e seu tio com 20, ambos com tiro de arma de fogo. “O que faz uma criança sem seu pais? Onde está a lei? ”
[caption id="attachment_13642" align="alignleft" width="300"] Lindielson de Jesus[/caption]O jovem Lindielson de Jesus afirmou que as falas foram interessantes, destacando a de Welder que “falou pela juventude”. Para ele faltou um jovem do Campinhos, do Alto Marom e do Guarani. “É preciso ouvir quem está na base. Lá é que infelizmente acontece a violência. Vimos os números e as ações”. Acrescentou que “temos uma grande massa de cristãos e a Bíblia, no livro de Apocalipse diz "vi novo Céu e nova Terra". Precisa acontecer aqui e agora. Precisamos acordar e fazer que o novo Céu e Terra seja efetivo em nosso meio. A juventude é plural. Precisamos tirar o olhar de casa grande e entrar e ver o que acontece na senzala”.
[caption id="attachment_13643" align="alignright" width="300"] Alexandre Xandó[/caption]O vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Alexandre Xandó, cobrou a presença de jovens e de mães negras da periferia da cidade na mesa de debates da audiência pública. Segundo ele, a presença dessas pessoas poderia enriquecer o debate com depoimentos de como a polícia age na periferia da cidade.
Xandó apontou que os autos de resistência legitimam o assassinato de jovens pela polícia. O advogado defendeu ainda a desmilitarização da polícia a fim de melhorar a relação da população com este aparelho do estado.[caption id="attachment_13644" align="alignleft" width="300"] Flávia Viana[/caption]A integrante da Pastoral da Família, Flávia Viana, disse estar inquieta. “O debate tem falta de muita coisa. Vejo como pontapé inicial”. Para ela, faltou o delegado que cuida do tráfico de drogas, dos homicídios, da Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) e do Juiz da Vara da Infância e da Família, Dr Juvino Henrique Souza Brito. Esclareceu que na Pastoral “vemos famílias sofrendo com drogas, alcoolismo, problemas de crianças indisciplinadas. Precisamos debater, discutir e apontar soluções. A cidade toda está tomada de violência”. Enfatizou que “não podemos perder a sensibilidade”. Para ele, a Igreja é comunidade para orar e trabalhar. “Vamos unir forças. Fazer uma rede, corrente do bem, do poder judiciário, da igreja, comunidades e entidades”.