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Programa Mais Médicos é discutido na Câmara

Arquivo

08/04/2016 13:15:33


Mais_Medicos_08_Abr_30A Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC) realizou na manhã dessa sexta-feira (8) uma sessão especial que discutiu o projeto Mais Médicos, implantado há três anos no Brasil. A sessão foi proposta pelo vereador Florisvaldo Bittencourt (PT) e contou com a presença e prefeito municipal, Guilherme Menezes; do deputado estadual, José Raimundo Fontes; Laura Ivette Pujol Torres, Consul Geral de Cuba na Bahia; Doutor Luís Wonh , Coordenador da Organização Panamericana de Saúde; Karine Brito, Secretária Municipal de Saúde; Alexandre Garcia Araújo, Representante dos Movimentos Populares e da Comissão de Direitos Humanos da OAB;  Lúcia Dórea Presidente do Conselho Municipal de Saúde; Magaly Perez, Médica do projeto.

[caption id="attachment_11112" align="alignright" width="300"]Alexandre Xandó Alexandre Xandó[/caption]

Programa Mais Médicos no Brasil significa resistência  - Para o advogado Alexandre Xandó é uma honra para o Brasil receber os médicos de Cuba, “representantes desse povo de luta que é o povo cubano”. Segundo Xandó, o Programa Mais Médicos no Brasil significa resistência. “Com as devidas exceções, a classe médica no Brasil hoje configura uma casta que está acima das classes sociais, que acredita que pode mandar no Brasil”, falou. Ele informou que as faculdades particulares detêm mais de 80% das vagas oferecidas em cursos de medicina. “O que não tem é um povo pobre sendo médico”, disse. Ele acredita que a participação de médicos negros no programa causou estranheza aos críticos do programa, mas configura uma importante conquista. “O jovem da periferia que nunca viu um médico negro não pode sonhar em ser médico. Essa é a importância do Programa”, assinalou. O advogado sublinhou que a medicina de Cuba, colocada em xeque no início do programa, é referência mundial. Ele reconheceu as dificuldades enfrentadas pela saúde pública no país, mas destaca o empenho dos cubanos que vem imprimindo uma nova forma de atendimento médico. “A gente vê médicos do Mais Médicos montando em moto para ir na casa de paciente atender. Isso não é uma coisa que a gente vê cotidianamente aqui no Brasil”, afirmou.

[caption id="attachment_11113" align="alignleft" width="300"]Karine Brito Karine Brito[/caption]

Mais Médicos prevê não só atendimento, como investimentos na saúde - A secretária municipal de Saúde, Karine Brito, considera que o Programa Mais Médicos é  resultado de um amplo esforço pela melhoria da qualidade e da quantidade de atendimentos. “Além de levar mais médicos para as regiões onde há escassez ou ausência desses profissionais, o Programa Mais Médicos prevê ainda mais investimentos para a construção, reforma e ampliação de unidade de saúde, além de novas vagas de graduação e residência médica para construir a qualificação dos novos profissionais”, disse a secretária. Karine Brito destacou que 44% dos atendimentos médicos na atenção básica, porta de entrada preferencial da assistência à saúde da população, foram realizados por profissionais do Programa Mais Médicos. “Este ano já se pode verificar o avanços dos atendimentos e a ampliação do acesso da população ao serviço de saúde”, apontou a secretária.

[caption id="attachment_11114" align="alignright" width="300"]José Raimundo Fontes José Raimundo Fontes[/caption]

Precisamos ser mais generosos em dialogar esse tema - O deputado estadual José Raimundo Fontes (PT) iniciou seu pronunciamento parabenizando à CMVC que acatou a preposição do vereador Florisvaldo Bittencourt (PT) e agradeceu o convite. “Presenciei o debate do programa Mais Médicos e venho testemunhando em todo o sudoeste. Precisamos ser mais generosos em dialogar esse tema”. Afirmou que a presença do médicos cubanos é porque no Brasil não houve a formação de profissionais suficientes para atender a atenção básica nos mais distantes lugares desse país. “O Sistema Único de Saúde (SUS) cuida da atenção básica e quer levar a saúde a todos os brasileiros”. Esclareceu que o Mais Médicos é um conjunto de ações, como a ampliação na oferta de vagas nos cursos de medicina em universidades federais. O deputado disse que “Cuba à 57 anos vem sendo isolada do imperialismo. A revolução não era para ser socialista. Era libertadora nacional. Quem a tornou socialista foi o imperialismo. Cuba é um país pobre, simples, que exporta médicos para salvar vidas no mundo inteiro. Deixando as questões ideológicas de lado, precisamos olhar para Cuba como os médicos cubanos olham para as pessoas mais simples do sertão, do interior e da periferia”.

[caption id="attachment_11115" align="alignleft" width="300"]Luis Wonh Luís Wonh[/caption]

Organização Panamericana de Saúde  - Doutor Luís Wonh explicou que a Organização Panamericana de Saúde é a mais antiga da instituição de saúde existente e que vem ajudando na implementação do programa no país e não só no brasil, mas para toda América Latina: “Esse projeto ajuda não só com que possamos aprender com o Brasil, mas também, permite que o Brasil aprenda com o exterior”.  Agradeceu o prefeito municipal, a secretária municipal de saúde, as equipes de saúde e ao povo de Vitória da Conquista que acolheu esses profissionais e “isso ajudou na realização de um bom trabalho”. Lembrou da importância do trabalho em conjunto, onde médicos cubanos, estrangeiros e brasileiros puderam compartilhar experiências. Finalizou dizendo que o “programa existe para unificar, unir todos e não separar”.

[caption id="attachment_11116" align="alignright" width="300"]Magaly Perez Magaly Perez[/caption]

Mudança de comportamento dos setores - Representando os médicos que compõem o Programa Mais Médicos, Magaly Perez destacou a mudança na  postura de alguns setores diante dos médicos estrangeiros, que chegaram com o objetivo de ajudar a superar a falta de médicos. “Pela primeira vez na história do Brasil foi enfrentado, em âmbito nacional, o histórico problema de escassez de médicos, que tanto dificultava a efetiva universalização do acesso e a promoção de um sistema de saúde mais justo e equânime”, disse a médica. “Em um primeiro momento houve resistência por parte de alguns setores da sociedade, principalmente em relação aos médicos cubanos. À medida que os resultados na vida cotidiana das pessoas foram sentidos, foram sendo superados as dúvidas e os questionamentos. Hoje temos um programa que a população aprova. O atendimento humanitário que caracteriza a todos nós mudou muitas vidas”, finalizou Magaly Perez.

[caption id="attachment_11117" align="alignleft" width="300"]Laura Ivette Pujol Torres Laura Ivette Pujol Torres[/caption]

Municípios Nordestinos abraçaram o programa - A consulesa Geral de Cuba na Bahia, Laura Ivette Pujol Torres, disse que se orgulha do trabalho realizado pelos médicos cubanos no Brasil. Ela informou que têm percorrido municípios nordestinos que receberam os profissionais e comprovado o sucesso do Programa Mais Médicos. Para a consulesa, o programa conseguiu atingir um de seus principais objetivos – levar atendimento médico de qualidade à população mais carente. Outro ganho importante é o bom relacionamento entre médicos e pacientes. Segundo Ivette, os médicos construíram laços afetivos fortes por onde passaram e vão levar o carinho dos brasileiros. Ela ressaltou que Cuba envia médicos a outros países desde a década de 1960 e hoje possui profissionais em 28 países. Trata-se de uma experiência rica para a população cubana que pode ter contato direto com outros povos e culturas, frisou Ivette. A consulesa assinalou que os médicos retornam ao seu país com uma ideia mais clara e ampla do Brasil, pois os cubanos só conheciam o país retratado nas telenovelas da Rede Globo.



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