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Sociedade participa de discussão sobre Acessibilidade

Arquivo

01/12/2015 11:50:00


A Sessão Especial realizada na manhã dessa terça-feira (01), na Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC), discutiu a Acessibilidade em Vitória da Conquista, contou com a presença de representantes de associações das pessoas com diversos tipos de deficiência, além de pessoas com deficiência e seus familiares, que aproveitaram a oportunidade para fazer cobranças e relatar pontos principais voltados para a acessibilidade.
 
O ex-presidente a ACIDE, Hemenilson Oliveira de Souza, conhecido como Nino, lembrou que o espaço Glauber Rocha tem acessibilidade, mas que durante a festa do servidor, realizado pela Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista (PMVC), interditou o banheiro que seria destinado aos deficientes.

Outro ponto questionado foi o terminal de ônibus. Segundo Vivaldo Santos Brito, o local é perigoso para os deficientes visuais. “Quando a gente chega ali em horário de pico ninguém tem a sensibilidade de nos emprestar os seus olhos. Os motoristas que conduzem os veículos passam sobresaltados na velocidade. Por isso, peço que disponibilizem um agente do Sintrans para nos ajudar a atravessar e nos colocar no ônibus”, relatou.

Gislane tem deficiência auditiva, e usou a plenária para relatar sua experiência. Através de uma intérprete, ela disse que a comunicação dela e de tantas outras pessoas deficientes auditivas é sempre muito complicada.  “Vamos ao banco e não conseguimos nos comunicar. Ficamos nervosos pois não temos ajuda. Temos o direito a comunicação. Precisamos socorrer à todos. O acesso aos ônibus como pessoas humanas. Eu não pedi para nascer com deficiência. Hoje o dia da pessoa com deficiência se inicia, estou feliz com tudo isso”, relatou.

O empresário Jailton Pereira usou sua fala para explicar o que é uma pessoa “ostomizada”. Ele relatou que existem três tipos de pessoas ostomizadas: “Existem as pessoas coloscomizadas que tem o intestino direito para fora; o Irestorizado, que tem o intestino esquerdo para fora; o urostomizado, que é o desvio da bexiga”. Ele relatou ainda, que mais de 140 pessoas hoje na cidade tem esse problema. “Nós ganhamos o direito de ser considerado como pessoas com deficiencia física. A associação só tem um ano e alguns meses e estamos começando na militância para ajudar as famílias, pois essas pessoas, muitas vezes, precisam da família para cuidar”, concluiu.

Caroline Quaresma, Relações Públicas da ACIDE, relatou que muito se falou em comemoração e que “quando Luís Fernando proferiu algo em sua fala me chamou a atenção, o que de fato vamos comemorar na semana do deficiente? Se nas redes sociais as pessoas dizem que não precisa de vagas de deficiente nos estacionamentos, se tem quem é contra as cotas. Fico pensando como seria um muletante subir a escada do ônibus se o motorista não quer acionar o elevador porque ele diz que é só para o cadeirante”. Caroline lembrou ainda que essa luta não é só do deficiente, mas de toda a sociedade: “Temos o idoso, temos a mãe com o carrinho de bebê, o cadeirante, precisamos da melhoria porque é pra todos nós e não só para quem tem deficiência”. E encerrou sua fala propondo que “cada um tente sair daqui da CMVC, só até o elevador, com os olhos fechados. Não é fácil. Muitos vão se desesperar. Não quero que nos vejam como coitados, apenas queremos os nossos direitos”.

Representando o Núcleo de Acessibilidade da UESB, Rosilda Magalhães disse que toda a sociedade merece um “puxão de orelha” por fazerem vistas grossas com às pessoas com deficiência”. Relatou que teve uma aula durante a sessão: “Não podemos discutir questões de deficiência sem a pessoa com deficiência. Temos uma dívida imensa com essas pessoas e pagamos com respeito”. Ela explicou que a UESB já possui a inclusão. “Começamos em 2009 por conta de uma aluna que tinha cegueira. Depois veio Joselito e aos poucos foram chegando outros deficientes. O núcleo da Uesb hoje é referência. Esse ano temos 70 alunos com alguma deficiência inscritos no vestibular e nossa maior dificuldade é conseguir intérprete. Peço que todos reflitam sobre o que está sendo feito para a inclusão, o que deve ser feito”, concluiu.

Quem também fez uso da palavra foi Luzineide da associação de pessoas com paralisia cerebral. Ela disse, que não poderia ir embora e deixar de marcar presença no evento. “Começamos agora e temos a certeza que o caminho é longo, mas acreditamos que tudo pode ser mudado. É fácil estarmos aqui hoje falando de acessibilidade, mas lá fora é diferente”. Ela disse que espera que todos tenham tolerância. “Nenhuma mãe pede pra ter um filho com deficiência, mas somos mais que especiais e vamos sim chegar lá”. Lembrou que no próximo dia 03 de dezembro “vamos marcar presença em nossa caminhada. São crianças como qualquer outra, e temos que mostrar isso a sociedade”. Luzineide Rosa disse que enfrenta várias dificuldades, mas lembrou que precisa mudar. “Cansei de brigar e vou continuar brigando, pois não podemos aceitar preconceitos. Nossos filhos não tem doenças contagiosas, só tem deficiências”, relatou.

Deise Cristina Rocha, representando a APAE, justificou a ausência da presidente da instituição, Janilde, e lembrou da fala de Joselito: “Ele trouxe alguns pontos em relação a legalidade, que temos em relação a pessoa com deficiência, mas o que a gente observa é que quando temos esse tanto de lei é porque os direitos não estão sendo respeitados”. Ela lembrou dos avanços, mas garantiu que é preciso mais. “A gente precisa ver esse ser humano como ser humano, e não como deficiente. O avanço é grande mas temos uma preocupação, temos várias instituições, mas não podemos perder o foco, porque a questão não é o tipo de deficiência, é a pessoaa que precisa de respeito, precisa ir a escola”, lamentou. Deise lembrou ainda, que “vivemos no século 21 e depois de tantos avanços, o estatuto nem entrou em vigor e já vemos vários movimentos contra. Não precisaríamos de cota se esse cidadão tivesse a oportunidade de uma educação igualitária. Hoje precisamos fazer valer o que diz a nossa constituição”.

Finalizando as participações, Glícia Miranda, parabenizou a iniciativa da CMVC e registrou algumas ações que a Secretaria de Saúde vem realizando. “Temos sim, muito a comemorar, temos sim muito o que fazer ainda. A secretaria tem um serviço de ostomia onde 22 pessoas já estão cadastradas. A Política Nacional da pessoa com deficiência está muito bem escrita e Conquista está correndo atrás”, relatou. Glícia disse ainda, que a Semev contempla mais de 10 mil pessoas com deficiência física e auditiva. “Conseguimos a cadeira de rodas com bancada para facilitar nas aulas. Estamos buscando as cadeiras motorizadas. Estamos lutando pelo sistema FM para às pessoas com deficiência auditiva”, descreveu. Por fim, ela pediu mais consciência: “Vamos respeitar essas pessoas e os direitos delas”.



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