05/08/2015 11:40:00
Durante a manhã dessa quarta-feira (05), durante a primeira sessão realizada na Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC), após o recesso legislativo, a tribuna livre foi usada por Jamile Carvalho, representando os servidores do núcleo de saúde Crescêncio Silveira, que se encontram em greve.
Jamile, em seu pronunciamento, esclareceu que a categoria esta em greve por tempo indeterminado, pois buscam avanços na saúde e fortalecimento das gestões. Segundo ela, algumas decisões, por parte do governo, são tomadas e a categoria não é consultada. “as decisões impactam sobre a saúde e são contraditórias ao que foi proposto” – lamenta a servidora.
Ainda segundo Jamile, várias tentativas de negociação com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), mas que até o momento nenhum avanço foi obtido. “Passaram-se 27 para que a categoria fosse chamada para defender o modelo do SUS que queremos” – justificou , completando dizendo que “Não podemos assistir o desmonte das estruturas da saúde sem se quer discutir as mudanças. Não se pode jogar o ônus da crise em cima dos trabalhadores.”
A servidora relatou que os salários dos profissionais foram reduzidos de 30 a 50% no mês de julho e que o governo não emitiu contracheques para que eles possam saber o motivo dessa redução. 10 pontos de pautas. Por fim, ela relatou os pontos de pauta da categoria: revisão da mudança de gestão; a mudança de nove para 28 núcleos de saúde no estado; realização de concurso público para técnico administrativo; melhoria das condições de trabalho; Melhoria nos insumos, medicamentos e equipamentos; revogação do corte de adicional de salubridade de mais de 1.500 servidores; revisão do ticket refeição, diárias e transporte; plano de carreira; implantação de carreira; incorporação das gratificações; fim da privatização dos serviços públicos.Ao comentar a Tribuna Livre, o vereador Arlindo Rebouças (PROS), representando a bancada de oposição da CMVC, enfatizou que “o governo do estado está promovendo um verdadeiro desmanche na sáude”. Denunciou que no Hospital de Base estão mandando economizar água e luz. “Faltam servidores”. Segundo o parlamentar, as “nomeações são políticas, pessoas sem capacidade de administrar hospitais”. Também criticou a saúde municipal, dizendo que foi inaugurado um posto de saúde em Abelhas, mas não tem médico. Finalizou afirmando que “saúde , segurança e educação tem que ser levados mais a sério no Brasil”.
O líder da Bancada de Situação, Florisvaldo Bittencourt (PT), cobrou da Secretaria Estadual de Saúde mais diálogo e criticou o corte de benefícios como o adicional de insalubridade. “Nós não podemos aceitar, por exemplo, que a insalubridade seja cortada desses profissionais, sendo que é essencialmente um serviço insalubre. Quando você corta a insalubridade, atinge diretamente o recebimento do salário, você afeta a vida das famílias”, disse. Segundo ele, “a nossa posição é contrária a qualquer corte que afete o rendimento do trabalhador”. Para Bittencourt, é compreensível que o governo faça ajustes na estrutura da saúde, mas essas adaptações não podem ser feitas a partir do salário do trabalhador.