19/05/2014 18:00:00
A Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Vitória da Conquista deu início, na manhã desta segunda-feira (19), à agenda de visitas às unidades de saúde da cidade. O primeiro a receber a visita da Comissão foi a Santa Casa de Misericórdia, onde os vereadores Ademir Abreu (PT) e Cícero Custódio (PV) foram recebidos pelo provedor Abmael Alves Brito e pela gerente administrativa, Ludimila Oliveira. O vereador Juvêncio Amaral (PV) não participou dessa primeira visita, pois se encontra em Salvador a serviço do mandato.
A primeira abordagem feita pelos vereadores foi com relação ao atendimento no pronto-socorro, a taxa de ocupação na obstetrícia e as vagas de estacionamento. O presidente da Comissão, Ademir Abreu, questionou também a ausência de um espaço para acolhimento dos familiares dos pacientes, tendo em vista o longo período que eles permanecem no hospital acompanhando seus entes.A gerente administrativa Ludimila Oliveira disse que a Santa Casa não tem recursos para construir uma ala de acolhimento, pois o que o hospital recebe do SUS é insuficiente até para saldar as contas básicas, chegando a um déficit mensal em torno de R$ 200 mil. “Nós fizemos malabarismo para construir o pronto-socorro, tirando recursos de um lado e de outro, consideramos isso um grande salto, mas nós não contamos com doações e nem com ajuda do poder público, então não podemos nos comprometer com algo que é impossível às nossas condições econômicas”, afirmou.
O provedor Abmael Alves explicou que a Santa Casa completa 100 anos no dia 8 de dezembro e seu objetivo principal continua sendo a filantropia, ou seja, “dar guarita às famílias necessitadas”. Segundo ele, a grande maioria do atendimento da Santa Casa é pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e apresentou um demonstrativo com o número de leitos do SUS. O hospital possui 138 leitos, dos quais, 19 para obstetrícia, 24 de pediatria, 36 cirúrgicos e 59 leitos para clínico adulto. A rede particular detém 35 leitos na unidade. O quadro de trabalhadores chega a 150 médicos e 700 funcionários, totalizando uma folha de pagamento que corresponde a R$ 800 mil.Para o provedor, não se pode fazer filantropia de forma irresponsável e descompromissada, sem as parcerias com a rede privada que ajudam a manter o paciente do SUS. “Às vezes o repasse da Secretaria de Saúde demora mais de 60 dias para acontecer, mesmo sabendo que temos compromisso a honrar, como o pagamento dos fornecedores e os salários. Aqui a gente responde a processo administrativo até por não bater a meta de ocupação, como a obstetrícia, cuja ocupação chega a cerca de 70%, a gente não tem culpa se as pessoas não procuram o serviço, por outro lado, serviços como o de cardiologia, que está entre as maiores demandas hoje, quando ultrapassamos a meta, também somos criticados”, afirmou, acrescentando que a unidade não tem credenciamento para serviço de oncologia, mas o serviço é prestado e o hospital não recebe por isso. “A saúde parece ter sido esquecida, não consigo entender o descaso do poder público com um setor que possui tanta demanda”, salientou.
Após os esclarecimentos, os vereadores visitaram as instalações do Pronto Socorro e ouviram as demandas dos pacientes.
A cada segunda-feira, uma unidade será visitada. Constam do cronograma, visitas ao Hospital Regional (HGVC), Hospital Unimec, Esaú Matos, Hospec, Cemae, Laboratório Central, Afrânio Peixoto, Central de Marcação, Central de Regulação e Samu 192. Posteriormente, serão visitados os centros de saúde do município. Além das visitas, a comissão vai solicitar à Secretaria Municipal de Saúde o valor do repasse feito a cada hospital do município.
Por Bia Oliveira / ASCOMCV