15/05/2014 21:20:00
Em uma noite festiva e também de debate, assistentes sociais e Câmara de Vereadores comemoraram nesta quinta-feira (15), em audiência pública, o Dia do Assistente Social. O evento debateu o tema “Mercado de trabalho do assistente social” e reconheceu os avanços da categoria na garantia e aplicação de políticas públicas voltadas para a assistência social no desenvolvimento do município.
Vereador proponente da audiência, Ricardo Babão (PSL) destacou ser o segundo ano em que seu mandato comemora o dia destes profissionais que promovem o bem estar para tantas pessoas. “Sabemos dos avanços adquiridos pela categoria, mas é preciso reconhecer que muito ainda precisa ser alcançado”, disse, ressaltando que vai trabalhar para, através de um Projeto de Lei, tornar oficial a comemoração do dia na Câmara.
A assistente social do Centro de Apoio à Família, Maricélia Alves dos Santos, lamentou não ter muito que comemorar. Disse estar preocupada com os rumos da profissão e a forma como tem sido absorvidos no mercado de trabalho. Destacou o papel de mediador dos assistentes sociais na busca de valores e na garantia de direitos para que as políticas sociais não favoreçam mais os ricos ou estimulem o consumo pela transferência de renda.
O assistente social Weber Filho (Promotoria) situou o serviço social no processo de desenvolvimento do capitalismo. Disse que a sociedade não é estática e que as transformações propiciam a reconstrução da história. Falou ainda sobre o movimento de conceituação do profissional, que era visto como aquele que ajuda o pobre, atuando sobre as sequelas da estrutura social, e que agora passa a ser sujeito de empoderamento do cidadão, construindo uma nova identidade como um importante agente de transformação para que todos tenham a garantia de cidadania. “O serviço social é uma causa”, afirmou e finalizou com um questionamento sobre de que lado os profissionais atuam.
Representante do Conselho Municipal de Assistência Social, Jaimilton Fernandes Santos afirmou que o Conselho, como controle social, tem o desafio de ajudar a consolidar a política de assistência social, não ser somente um gestor da pobreza, esquecendo do principal fundamento da relação do usuário da política social com as demais áreas. “Diante de toda luta é preciso lembrar que somos um articulador importante para o equilíbrio das políticas sociais”, afirmou.
A representante do Grupo dos Assistentes Sociais da Região Sudoeste/GASCORE, Lucimeire Passos, falou sobre o mercado de trabalho dos profissionais que atuam na garantia de execução das políticas sociais. Apresentou dados sobre o crescente número de profissionais e a falta de condições de trabalho. Segundo a assistente, numa pesquisa de comparação entre 2005/2007, o número de profissionais passou de 139 mil para 182 mil, mas isso não garantiu melhorias mas sim a precarização das relações de trabalho. Disse que a partir destes dados é preciso debater melhorias da qualidade de trabalho, com vínculos frágeis ou inexistentes, além da alta rotatividade. Finalizou solicitando que fosse promovido um plano de carreira para todos os trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social/Suas de Vitória da Conquista.
A coordenadora do Programa de Proteção Especial, Kátia Silene Freitas Souza, destacou que a formação de assistente social transforma e é transformadora. Disse que há muito que comemorar pelo reconhecimento da profissão e a crescente demanda de políticas públicas, com a efetivação do Suas. A coordenadora chamou atenção para as oito unidades do Centro de Referência de Assistência Social/CRAS implantados no município, uma ação de fortalecimento de vínculos, além de outras iniciativas que coloca o assistente social como referência nestas equipes de trabalho.
O secretário Municipal de Desenvolvimento Social, Miguel Felício, salientou que a administração pública tem um carinho especial pela assistência social, disse que é nova a percepção da atual política social aplicada em todo país. Destacou o fato de que, após o concurso, toda equipe da Secretaria será composta por assistentes sociais, agora com 40 profissionais concursados. Para o secretário, com o avanço das políticas públicas as lutas da categoria estão mais dinâmicas. Disse ainda que considera o profissional como fundamental, e que talvez seja uma das categorias mais dedicadas, por acreditar sempre em sua causa.
Ao final da audiência pública foram homenageadas profissionais que tem desenvolvido um trabalho de destaque no município.
Por Camilla Aguiar / ASCOMCV