Imagem Lúcia Rocha, mãe de Glauber, recebe homenagens no Dia da Cultura

Lúcia Rocha, mãe de Glauber, recebe homenagens no Dia da Cultura

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14/03/2014 22:10:00


A Câmara Municipal de Vitória da Conquista, a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) e a Prefeitura Municipal celebraram nesta sexta-feira (14) o Dia Municipal da Cultura, com uma noite de homenagem póstuma à dona Lúcia Mendes de Andrade Rocha, mãe do cineasta Glauber Rocha.

Desde a morte do cineasta, Dona Lúcia preservou filmes e o acervo documental em um centro cultural - o Tempo Glauber, em Botafogo. O Dia Municipal da Cultura foi instituído por meio da Lei 1.367/2006, que escolheu a data 14 de Março, por ser o dia de nascimento de Glauber Rocha.

O presidente da Casa, vereador Fernando Vasconcelos (PT), destacou o legado do cineasta Glauber Rocha e o papel fundamental de Dona Lúcia na formação de sua personalidade de gênio. Os vereadores Luciano Gomes (PR) e Ricardo Babão (PSL) também participaram na noite de homenagem.

A coordenadora do Programa Janela Indiscreta e professora do Curso de Cinema e Audiovisual da Uesb, Milene Gusmão, relatou como conheceu Dona Lúcia e a impressão deixada por ela, de mulher à frente do seu tempo, que nasceu nos primeiros 20 anos do século XX e pode compreender os filhos com uma visão artística. A professora salientou que Dona Lúcia entendeu a função criativa de seu filho e foi uma companheira de Glauber.

“Uma pessoa de formação religiosa restritiva, mas que apoiou a arte do filho. Foi uma mãe que criou relações que deram apoio ao seu filho”, disse, ressaltando que com a perda de Glauber, Dona Lúcia transformou sua dor em motivação para criar uma fundação para dividir a criatividade de seu filho. “É uma homenagem muito justa”, afirmou.

Presidente da Associação Amigos do Tempo Glauber, Paloma Rocha, neta de Dona Lúcia, agradeceu a iniciativa da homenagem e afirmou que a história da família Rocha pode ser considerada, na linguagem de Glauber, uma tragédia épica. “Foi uma carreira fulminante, com dez longas, 18 curtas, 224 projetos inéditos e uma obra que hoje compõem um acervo cultural”, relatou, chamando atenção para o fato de sua avó ser uma mulher que era um exemplo de preservação cinematográfica no mundo. “Não existe uma organização como a do Templo Glauber”, destacou. Louvou o fato de a Prefeitura ter adquirido o Cine Madrigal, possibilitando que a população possa ter de volta a “experiência estética de ir ao cinema”.

Para Pola Ribeiro, diretor do Instituto de Radiodifusão do Estado da Bahia, Dona Lúcia colocou uma força de mulher de mãe na obra de Glauber Rocha. “Glauber é a explosão e Dona Lúcia é a referência da memória que olha sempre para frente. Dona Lúcia pensava o cinema além de Glauber Rocha, ela sempre esteve presente em tudo”, afirmou.

Segundo Pola, Glauber é o gênio que rompe barreiras e esta expressão faz de Vitória da Conquista uma cidade para o Brasil. Destacou ainda que Conquista deve disputar orçamento para cultura, pois tem condição de proporcionar a construção de pensamento crítico e produção cultural. “A gestão municipal não pode abrir mão desta missão de associar o nome de Vitória da Conquista à Glauber Rocha, que é fazer o de melhor para esta cidade”, concluiu.

O secretário municipal de Cultura, Gildelson Felício, afirmou que Glauber Rocha é o ícone maior que a cidade possui. “Temos um legado de cultura, uma veia muito rica e intensa em diversas áreas culturais. A história do cinema brasileiro nunca poderá ser contada sem citar o nome da mãe de Glauber Rocha, esta mulher que preservou a obra de Glauber Rocha. É preciso que nós, do poder público sejamos cobrados em manter a memória destes ícones da cultura de nossa cidade”, afirmou.

Destacou também que o Templo Glauber é um acervo para o mundo e que para preservação deste legado cultural na cidade, o município tem procurado garantir alguns espaços para que a cultura possa fluir, citou o fechamento do Centro de Cultura e a aquisição do Cine Madrigal como uma preocupação em devolver este equipamento cultural para sociedade. O secretário ainda falou das programações diferenciadas que a prefeitura realiza e lembrou que “não é possível dar conta de uma política cultural somente no âmbito municipal”, e finalizou afirmando que é preciso celebrar o legado que Dona Lúcia deixou.

O Reitor da Uesb, Paulo Roberto Pinto, disse que é preciso fortalecer o audiovisual na região com a união de forças dos agentes culturais da cidade. Falou do curso de Cinema Novo, com a produção que já existe e das possibilidades que se abrem quando há um investimento na cultura. “Neste dia está se homenageando uma pessoa que deixou um legado que pode ser aproveitado para o desenvolvimento da região”, disse destacando o empenho da Universidade em apoiar e fomentar iniciativas culturais.

A cerimonialista Carla Andrade fez a leitura de duas cartas em homenagem à “mãe de Rocha do Cinema”, escrita pelos professores Marcele Koury e Rogério Luiz, e outra enviada pela Prefeitura Municipal. A Câmara entregou uma Placa com Moção de Aplauso, iniciativa do mandato do vereador Fernando Vasconcelos (PT) aprovada por unanimidade por toda Casa. Ao final da noite, dois filmes foram exibidos - ‘‘Mãe’’, de Fernando Belens e Umbelino Brasil, e “Abry – O filme de Lúcia Rocha”, de Joel Pizzini e Paloma Rocha.

Por Camilla Aguiar



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