Na manhã desta segunda-feira (10) a Câmara de Vitória da Conquista debateu os problemas que tem assolado a zona rural do município, propondo alternativas de culturas diferentes e armazenamento de água como medidas de convivência com a seca que tem assolado os pequenos produtores responsáveis pela agricultura familiar da região, provocando um êxodo rural. A iniciativa da audiência é do mandato do vereador Edjaime Rosa/Bibia (PSDB), que considera necessárioconhecer os sistemas de produção e os impactos gerados por esse tipo de agricultura tão comum na região.

O vereador Arlindo Rebouças (PROS) disse que discutir agricultura familiar é falar de educação que hoje tem salas multiseriadas “sem qualidade”; de saúde que segundo o parlamentar, tem postos de saúde sem água; de qualidade das estradas que “acabam com a primeira chuva”; além da falta de segurança. “Vamos fazer o que com o homem do campo? A cidade vai inchando porque o campo não oferece condições. Será que a Secretaria da Agricultura está correta? Penso que não. Ela não deve mexer nas estradas e sim com a melhoria da qualidade do plantio e oferecer alternativas ensinando a conviver com a seca, pois a seca não acaba”, afirmou.

Para o vereador os investimentos com o plantio do umbu gigante dariam mais resultado se colocados na plantação de palma. E defendeu a necessidade de incentivo da criação de caprino, emprestando o reprodutor para o produtor. “Não tem incentivo e mão de obra para melhorar a vida do homem do campo”, disse ressaltando que as drogas tem tomado conta da zona rural.

A vereadora Irma Lemos (PTB) falou da diferença notória com que a agricultura familiar é tratada no Nordeste e no Sul do país, além de lamentar a falta de incentivo das instituições financeiras e da Universidade Estadual da Bahia/UESB para melhorar a qualidade do que é produzido na região. Para a parlamentar, o homem do campo precisa de mais apoio para continuar a produzir e ter seu sustento da terra, não precisando sair da zona rural por falta de dinheiro. Discordou com relação às queixas sobre a qualidade das estradas, informando que sempre passa por diversas regiões e tem comprovado o trabalho realizado na manutenção dos acessos.

Por Camilla Aguiar / ASCOMCV