04/09/2013 12:00:00
Com o objetivo de encontrar soluções para melhorar o atendimento do Hospital Geral de Vitória da Conquista/HGVC, a Câmara debateu na manhã desta quarta-feira (4) alternativas para dinamizar o atendimento na unidade. A iniciativa foi do Bloco Parlamentar, composto pelos vereadores Joaquim Libarino (PCdoB), Nelson de Vivi (PCdoB), Andreson Ribeiro (PCdoB), Hermínio Oliveira (PDT) e Sidney Oliveira (PRB).
Líder do Bloco, o vereador Nelson de Vivi (PCdoB) justificou a iniciativa da audiência, explicando que o debate sobre o tema é de grande importância para a população conquistense. Segundo ele, durante as visitas que realiza em toda a cidade, nas áreas urbanas e rurais, é possível perceber que a principal demanda e reclamação dos conquistenses é a saúde pública. Dentre as principais reivindicações estão a melhor qualidade do serviço e do atendimento, com a diminuição das filas nos hospitais, principalmente.
O parlamentar comentou ainda sobre uma visita do Bloco Parlamentar ao Hospital de Base para discutir as demandas do hospital, o que o governo tem feito para sanar os problemas e dar uma resposta à sociedade. “Temos que discutir juntos, olhando para o Governo do Estado, para buscarmos soluções definitivas, nesse que é o maior hospital de Vitória da Conquista, e tem grande importância para o município. O povo grita por um melhor atendimento na saúde, sobretudo, para os usuários do SUS, que não têm condições”.
Marilene Ferraz, diretora do HGVC, falou dos desafios apresentados à sua gestão, iniciada há dois meses, ressaltando a importância de identificar pontos positivos e negativos do hospital, apresentando alternativas de mudanças para melhorar o serviço oferecido à população. Apresentou dados técnicos e números referentes aos atendimentos realizados no HGVC, além dos serviços e profissionais que o hospital oferece. Destacou o déficit de técnicos de enfermagem, mas ressaltou os 381 especialistas disponibilizados pelo hospital para diversas áreas de atuação da medicina, atuando como o maior centro de captação de órgãos.
Diretor-administrativo do Hospital de Base, Cláudio Gomes Nascimento destacou que investimentos já têm sido feitos na saúde do município, tanto na estrutura, quanto na área de capacitação. O diretor ressaltou que nos últimos anos Conquista vem se tornando referência em saúde, atraindo pacientes de toda a região sudoeste e até mesmo do norte de Minas Gerais. Segundo ele, por se tratar de um hospital de alta complexidade, o setor de urgência e a emergência tem recebido atenção especial e até mesmo capacitação.
“São vários os ambientes que vão qualificar e ampliar o serviço prestado à população que utiliza o serviço, temos a UPA que já está sendo construída. A gente hoje tem a demanda dos corredores, e uma quantidade de pessoas muito grande a ser atendida, mas é uma situação que queremos mudar. Todo mundo que chega lá é atendido, dentro do que o HGVC pode fazer”, finalizou, pedindo que a população também participe das discussões para contribuir com melhorias ao HGVC.
A subsecretária da saúde, Karine Brito, destacou a importância do hospital na rede de urgência e a rede de atenção psicossocial, ressaltando o empenho da Prefeitura na construção de novas unidades para de desafogar o atendimento do hospital, reafirmando, dentro do contexto dos grandes desafios propostos, a parceria da administração pública com a gestão do hospital de Base.
O presidente da OAB em Vitória da Conquista, Gutemberg Macedo, afirmou que a situação do Hospital de Base atualmente é uma situação de violação dos Direitos Humanos, considerando-a como gravíssima. O presidente ainda avaliou como um problema os pacientes serem atendidos nos corredores, uma vez que a vida de todas as pessoas que passam pelos corredores também é colocada em risco, e conclamou que se busquem soluções para solucionar o problema. Segundo ele, a construção do HGVC ocorreu há aproximadamente 30 anos, e desde então não ocorreram melhorias na estrutura do local.
“Não se pode pensar em uma cidade do porte de Vitória da Conquista, em passar 30 anos e não acontecer melhorias, e somente quando chega o caos começa a pensar na situação. Por que é que chegou onde chegou? Por que é que não houve ampliação desde então? Hoje sabemos que nós temos uma gestão plena, mais recursos, só que a cidade não parou de crescer. Temos de ver alternativas de internamento para os pacientes que ficam nos corredores. Sei que o problema não é fácil, mas a sociedade tem que sentar e discutir. Não temos um hospital perfeito, mas temos um hospital bom, que sozinho não suporta a demanda”.
Para Gutemberg Macedo é necessário avaliar o que pode ser feito para ampliar as vagas e mudar o atendimento do HGVC, pois, segundo ele, a ampliação de leitos é o cerne do problema. “Precisamos ampliar os leitos para a população que precisa de um atendimento com eficiência. Além disso, temos que pensar na formação de uma Comissão para discutir soluções de forma emergencial”.
O vice-prefeito de Conquista e ex-diretor do HGVC, Joás Meira, falou dos avanços alcançados pelo hospital, destacando o nível de complexidade no atendimento realizado, e admitiu que a estrutura oferecida não é a ideal para atender a demanda. Questionou a falta de investimentos nos 100 municípios da região, onde o único hospital em 150km, com exceção de Jequié, que realiza algum de procedimento de alta complexidade. “Temos hospitais na região que não assumem sua parcela de contribuição para a saúde pública”, disse.
Sobre a melhoria do atendimento no HGVC, o médico afirmou que passa pela ampliação do hospital, que os hospitais da região possam dar conta das demandas médias e deixem para o HBVC somente a alta complexidade, além de um investimento na atenção básica, para diminuir a demanda da unidade. “Sei que é uma tarefa difícil e que a gestão estadual tem se esforçado, mas endosso a sugestão de criação de uma comissão para acompanhar a situação do hospital de Base”.