23/08/2013 09:47:00
Motivada pela audiência pública que trouxe à tona fatos e injustiças cometidas em Vitória da Conquista no período do Regime Militar, a vereadora Lúcia Rocha (DEM) narrou, emocionada, na sessão desta sexta-feira (23), a história de crueldade cometida contra seu pai e seu tio.
Disse que os fatos narrados em relação à Ditadura Militar continuaram ocorrendo em Vitória da Conquista depois de 1985 e que sua família foi vítima de atos de crueldade em 1989, quando seu pai e seu tio foram presos pelo delegado regional na época, Wilson Feitosa de Brito, torturados e mortos na Delegacia da cidade.
Segundo ela, após a prisão, ambos foram algemados e conduzidos para local ignorado, tendo 13 presos como testemunhas. No dia seguinte, no entanto, um preso, por nome Ubiratan, teria sido obrigado a conceder entrevista em uma rádio de grande audiência na cidade, afirmando que os presos políticos haviam simplesmente fugido na noite anterior.
No dia seguinte, Ubiratan e os outros presos que testemunharam o fato, também desapareceram. A mesma emissora de rádio foi utilizada para, agora pelo delegado Wilson Feitosa, informar o desaparecimento dos presos, sem justificativa.
“Fico triste e envergonhada, por saber que, como vereadora, há mais 20 anos, depois do desaparecimento de meu pai e meu tio, não posso fazer nada”, desabafou, solicitando o apoio dos colegas vereadores para que a justiça seja cobrada aos governantes.
Por Camilla Aguiar