Na sessão especial desta sexta-feira (1º), que discutiu os efeitos da seca em Vitória da Conquista e região, o vereador Ademir Abreu (PT) afirmou que a economia da Bahia depende das regiões que sofrem com a seca, o que justifica a urgência da elaboração de um plano de combate aos efeitos da longa estiagem. O parlamentar cobrou políticas públicas de fixação do homem do campo na zona rural, com o objetivo de melhorar as condições de vida da população rural.

Abreu lamentou o desmatamento e a degradação das matas ciliares, o que agrava as consequências da estiagem prolongada. O parlamentar chamou atenção dos presentes sobre a importância da construção de açudes no interior do município. “Se o governo investir em abastecimento de água, o estado vai progredir”, finalizou.

Já o líder da bancada de oposição, vereador Arlindo Rebouças (PMN), questionou os critérios para distribuição das cestas básicas na zona rural de Vitória da Conquista. O parlamentar afirmou que mais importante que a cesta básica é a distribuição de água para o consumo humano. O vereador explicou que nem todos da zona rural necessitam de cestas básicas, mas todos precisam de abastecimento de água.

Rebouças apontou para a perfuração de poços artesianos como estratégia de minimizar os efeitos da seca em curto prazo. Como medidas de médio e longo prazo, o parlamentar sugeriu a construção de grandes barragens. “Necessitamos de recursos e equipamentos como prioridade para enfrentar os efeitos da estiagem”, declarou.

O vereador afirmou, ainda, que a população da zona rural está migrando para a cidade diante da falta d’água para beber. Rebouças salientou que os produtores de café também precisam de políticas públicas de incentivo e questionou a eficácia da construção da barragem do rio Pardo. “Em Conquista, podemos resolver o problema da seca com menos recursos”, disse.

Segundo o vereador Vivi Mendes (PT) tanto a cidade quanto a zona rural sofre com a seca. O parlamentar falou que produtos essenciais como feijão, café e milho estão sendo vendidos na cidade a preços bem acima da média. “Sabemos que a Prefeitura tem demonstrado interesse em resolver os problemas, porém as dificuldades são muitas”, afirmou.

O líder do Governo na Câmara, vereador Gildásio Silveira (PT), destacou que Vitória da Conquista tem uma política de convivência com a seca, que busca minimizar os problemas decorrentes da falta de chuvas. O parlamentar disse que é preciso unir forças para enfrentar a seca e apontou para a construção de pequenas barragens como estratégia viável para combater a estiagem prolongada.

Silveira afirmou que mais de 40 pequenos agricultores foram beneficiados com as pequenas barragens, em um município de Minas Gerais. O parlamentar rebateu as críticas feitas contra a distribuição de cestas básicas na zona rural e ressaltou que tudo está sendo feito de forma transparente e sem interferências político partidárias.

O vereador Beto Gonçalves (PV) afirmou que plantações não devem ser substituídas por florestas. O parlamentar criticou a plantação de eucalipto na região, destacando que a cultura do eucalipto causa sérios prejuízos para a região, pois afeta a agricultura regional. “A plantação desordenada de eucalipto deve ser repensada, pois traz prejuízos, especialmente quando se trata das questões relativas ao abastecimento de água”, disse.

Gonçalves destacou a importância de discutir o tema e enfatizou que é preciso fiscalizar a plantação de eucaliptos na região. “Esta cidade precisa se posicionar. Fico aguardando um amplo debate sobre o tema nesta Casa. Nossa população precisa de água e alimento”, concluiu.

O vereador Luciano Gomes (PR), autor da sessão, agradeceu a presença de todos e reafirmou a importância de prosseguir nas discussões sobre o tema. O parlamentar salientou o papel da Câmara, em fomentar o debate sobre a seca, no sentido de contribuir para a elaboração de estratégias de enfrentamento da seca.