13/04/2012 11:58:00
A Câmara Municipal realizou, nesta sexta-feira (13), sessão especial para discutir a educação pública na zona rural. A falta de professores e o transporte escolar insuficiente para alunos e professores das extensões das escolas estaduais rurais foram os principais assuntos discutidos. A sessão foi uma iniciativa da Comissão de Educação, Cultura e Esporte, composta pelos vereadores Arlindo Rebouças (PMN), Hudson Castro (PCdoB) e Hermínio Oliveira (PDT), e contou com a presença de professores, alunos e representantes do governo estadual.
O vereador Arlindo Rebouças, presidente da Comissão de Educação, criticou o Governo do Estado pela ausência de professores nas extensões das escolas estaduais. O parlamentar afirmou que a inclusão social só é possível por meio da educação de qualidade. “Se o município e o Estado não oferecerem educação para os adolescentes e jovens, o futuro dos nossos alunos será incerto”, disse.
Em seu discurso, Rebouças solicitou solução imediata para o problema da falta de professores e cobrou um transporte adequado para os professores que atuam na zona rural. “O que nos adiantou o alinhamento do PT em níveis municipal, estadual e federal se nossa educação está da forma como está? Queremos a reposição de professores e transporte digno para os educadores”, disse o parlamentar.
O professor Enoque Alves, representante da Liga Unificada dos Trabalhadores em Educação (LUTE), cobrou nova postura do Governo do Estado no que diz respeito à educação pública, especialmente na garantia de uma educação de qualidade para os alunos da zona rural. Alves defendeu a criação de um conselho de educação que envolva toda a comunidade, com o objetivo de fiscalizar e lutar por uma educação inclusiva.
A professora Maria do Carmo Rodrigues, representante dos professores do Colégio Estadual D. Climério, afirmou que a infraestrutura da extensão do D. Climério na zona rural é inadequada. Rodrigues lamentou a ausência de recursos tecnológicos e de material didático, e afirmou que as salas de aula estão superlotadas, não há merenda escolar e o transporte de alunos e professores é inadequado.
Cesar Henrique Nolasco, representante dos professores do Colégio Estadual Nilton Gonçalves, afirmou que a educação pública estadual nunca esteve tão ruim como atualmente. Nolasco destacou o início do movimento grevista, ressaltando que as escolas estaduais sofrem com infraestrutura precária, ausência de material didático e falta d’água. “Falta professor, merenda escolar e livros”, disse, referindo-se à situação da extensão do Colégio Nilton Gonçalves.
Segundo o gerente da Direc-20, professor Ricardo Costa, a educação é de responsabilidade de toda a sociedade, não apenas do governo. O professor afirmou que é preciso discutir estratégias para melhorar o ensino na escola pública, porém ressaltou os avanços ocorridos nos últimos anos. “A Bahia apresenta os piores índices de educação, mas nós estamos mudando esta realidade”, declarou.
Costa afirmou que a Direc já está providenciando professores para as escolas que apresentaram a solicitação formalmente. Sobre as críticas quanto à infraestrutura, Costa reconheceu as dificuldades, porém destacou o comprometimento do atual governo estadual para com a educação. “Temos nos empenhado para melhorar a educação”, garantiu, informando que a Direc-20 disponibiliza livros didáticos gratuitamente, além de incentivar o uso de recursos tecnológicos nas extensões da zona rural.
Geanne Oliveira, presidente do colegiado da Escola Estadual Anísio Teixeira, afirmou que, na extensão do distrito de Iguá, algumas turmas estão sem professores de determinadas disciplinas há cerca de um mês.
A estudante Aline Lima parabenizou a Câmara pela realização da sessão e garantiu que os estudantes estão mobilizados por melhorias na educação estadual. Lima cobrou o aumento dos recursos destinados à educação, com o objetivo de oferecer ensino público de qualidade.
Leonardo Lima, vice-diretor do Colégio Nilton Gonçalves, afirmou que os alunos e professores lutam pela construção do prédio da referida escola, o que vai oferecer melhores condições de infraestrutura para a educação.
Já Luciano Fernandes, pai de aluno do Colégio Nilton Gonçalves, reivindicou a doação do terreno para a construção do prédio definitivo do referido colégio. “Peço aos vereadores que lutem para que o colégio seja construído”, disse.
Câmara garante aprovação de doação de terreno - O presidente da Câmara, vereador Fernando Vasconcelos (PT), solicitou da Comissão de Educação e líderes do Governo e das bancadas, a articulação junto à Prefeitura Municipal, para doação de um terreno onde poderão ser construídas as novas instalações do Colégio Nilton Gonçalves. “A Câmara vai aprovar o mais rápido possível a doação do terreno para a construção do Nilton Gonçalves”, disse.