30/09/2011 12:30:00
Centenas de pessoas lotaram o auditório da Câmara Municipal, na manhã desta sexta-feira (30), para participar da sessão especial que discutiu o Projeto de Lei 26/2011. Trata-se de uma iniciativa do Executivo Municipal, que propõe a criação da Fundação Pública de Saúde de Vitória da Conquista, que vai administrar o Hospital Municipal Esaú Matos.
Na participação do plenário, Patrícia Carvalho questionou como se dará o controle social diante da criação da fundação. A ex-vereadora Lygia Matos rebateu as críticas feitas quanto à criação da fundação. Matos afirmou que o tema foi discutido em conferências municipais, sendo aprovado pelos delegados de tais conferências. “Não se trata de privatização. É uma vergonha um vereador querer enganar a população com afirmações falsas”, disse, defendendo a criação da fundação.
Bartira Coelho, enfermeira e funcionária do Hospital Esaú Matos, também defendeu a criação da fundação. “Quem trabalha lá sabe que o trabalho é feito com o coração”, declarou. Mariene Brito, diretora do Sindsaúde, afirmou que é contra a criação da fundação estatal, pois a mesma fere os princípios básicos do Sistema Único de Saúde (SUS). Para Márcio Fonseca, o PL proposto abre brechas para a corrupção. “Isto é perigoso, pois pode facilitar a corrupção”, declarou.
Já o enfermeiro Gustavo Santos, afirmou que o uso do termo privatização foi uma atitude maldosa e não corresponde com a verdade. “O que está sendo posto é a criação de uma fundação que vai melhorar a administração do hospital”, declarou. O médico Carlos Elias afirmou que os maiores beneficiários com a criação da fundação serão os usuários que dependem dos serviços oferecidos pelo hospital.
O presidente da Força Jovem Evangélica Conquistense, Esdras Tenório, a criação da fundação é apenas uma forma de disfarçar um processo de privatização. “Temos 2.380 filiados e todos dizem não à privatização do Hospital Esaú Matos”, declarou, criticando o Governo Municipal.
Lídia Rodrigues, presidente da União de Mulheres, manifestou sua posição contrária à fundação, ressaltando que as principais entidades sindicais também manifestaram posição contrárias à criação de fundações estatais de direito privado. A secretária Municipal de Transparência, Nadjara Régis, disse que a criação de uma fundação não é sinônimo de privatização. “Não estamos leiloando o Hospital Esaú Matos, muito menos privatizando”, declarou, ressaltando que a Conferência Municipal de Saúde aprovou moção de apoio à criação da fundação.