25/02/2010 21:37:00
Na sessão que discutiu a Campanha da Fraternidade 2010, o vice-prefeito e secretário Municipal de Meio-Ambiente, Ricardo Marques, ressaltou a necessidade de refletir sobre a relação do homem com a natureza e sobre a maneira como os recursos naturais são utilizados pelo mesmo. “Precisamos unir as necessidades do ser humano com o equilíbrio com o meio-ambiente”, disse, destacando que a Campanha da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) 2010 veio no momento correto.
Marques defendeu uma economia solidária e humana, orientada para o bem comum e nunca para reafirmar as desigualdades sociais. “É preciso educar para uma prática de solidariedade”, declarou, apontando o Banco do Povo como experiência que deu certo no desenvolvimento econômico em Vitória da Conquista.Já Luciano Lima Santana, presidente da Cáritas Arquidiocesana, afirmou que a Igreja Católica tem por missão defender e promover a vida, participando da construção de uma sociedade justa e igualitária. Ressaltou que a Campanha da Fraternidade tem por objetivo fomentar a cooperação solidária e ajudar as pessoas a desenvolverem suas potencialidades.
“É preciso tomar consciência de nossa responsabilidade na construção de uma sociedade onde todos tenham direito à vida”, declarou Santana, ressaltado a necessidade de “romper as barreiras do ecumenismo”, unindo as diversas religiões em torno de um propósito: promover uma economia à servido da vida e do bem comum.O Pe. João Cardoso, pároco da paróquia Nossa Senhora das Graças, afirmou que a Campanha da Fraternidade 2010 sensibiliza todos os cristãos a promoverem uma economia onde no lugar do lucro, a vida seja o valor central. “Uma economia que possa romper a exclusão, em que o bem comum seja acessível a todos”.
O padre enfatizou que a Campanha denuncia o tipo de sistema de produção, organizado pela própria sociedade, que se volta para o acúmulo de riquezas, o que reafirma a exclusão social. “Ao articular economia e vida a Campanha mostra que é possível uma economia com solidariedade, que atenda a todos em suas necessidades fundamentais”, disse. As iniciativas da economia solidária em Conquista foram destacadas pelo padre João, que solicitou dos vereadores que aprovem leis que facilitem e valorizem a vida dos micro e pequenos empresários. Para Hermes Bonfim Filho, conselheiro econômico da Paróquia das Graças e diretor executivo do Banco do Povo, um novo sistema bancário deve ser colocado em prática. Destacou a importância do microcrédito como incentivo para a inclusão social, sem contudo "cair no assistencialismo". Filho também citou como exemplo bem sucedido o Banco do Povo, que há 10 anos apóia os micro e pequenos empresários.
Destacou que o objetivo do Banco do Povo é gerar emprego e renda para Vitória da Conquista. “É uma instituição que foi criada com o objetivo de permitir o acesso ao crédito para ser investido em pequenos negócios”, afirmou, ressaltando que a solidariedade é a garantia exigida para empréstimo de capital. “Depois de 10 anos, temos muitos motivos para comemorar”, declarou Filho.Dom Luiz Gonzaga da Silva Pepeu, arcebispo Metropolitano de Vitória da Conquista, ressaltou que a Quaresma é um tempo de reflexão e arrependimento, por meio das práticas espirituais e exercício da caridade. O arcebispo fez um resgate histórico da Campanha da Fraternidade, “um instrumento para se desenvolver um espírito quaresmal importante, por meio da solidariedade, da caridade e do amor ao próximo”.
Dom Pepeu afirmou que a Campanha é um convite a lutar pelos direitos básicos do homem, como assegurar que todos tenham acesso aos serviços básicos para a vida. “A Campanha busca convocar as pessoas de boa vontade para lutarem por uma transformação social a fim de que o país se livre da miséria”, declarou.
O arcebispo enfatizou que a reflexão deve levar à prática de uma nova postura do cristão diante da sociedade. Encerrou o discurso fazendo a leitura da carta para início da Quaresma, escrita pelo Papa Bento 16, em que o mesmo faz referência à Campanha da CNBB, e publicada pelo Vaticano.