O presidente da Câmara, vereador Gildásio Silveira (PT) destacou sua satisfação pelo retorno dos trabalhos legislativos e lamentou a ausência do vereador Álvaro Pithon (DEM), que está afastado das sessões por motivos de saúde. Silveira também manifestou solidariedade para com o vereador Vivi Mendes (PT), que enfrenta uma situação de luto devido a morte de um familiar.
A onda de assassinatos provocada pela morte de um policial militar foi o destaque no primeiro pronunciamento de 2010 do presidente da Casa. Silveira se declarou preocupado com os últimos acontecimentos e ressaltou que tem acompanhado de perto o desenrolar dos fatos, bem como as investigações sobre as mortes de adolescentes supostamente envolvidos com a morte de um policial militar.
O parlamentar afirmou que participou de reunião do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMDICA), que contou com a presença de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ministério Público Federal e Polícia Federal, além dos vereadores Alexandre Pereira (PT), Beto Gonçalves (PV) e Ademir Abreu (PT).
Silveira destacou a dor das famílias que sofreram a perda de seus filhos, vítimas das drogas e da criminalidade. “Não queremos atribuir responsabilidades, pois este não é papel do Legislativo”, disse, ressaltando que a Câmara, em 2009, por diversas ocasiões discutiu a violência em Conquista. “Naquela ocasião questionamos quem mais haveria de morrer para que fosse tomada alguma providência”, completou o vereador.
Para o parlamentar, infelizmente os acontecimentos dos últimos dias tomou grandes proporções e repercutiu em todo o estado. Silveira condenou o uso da violência para combater a violência e reprovou qualquer tentativa de se fazer justiça fora do que determina as leis. “Um crime não justifica outro crime. As pessoas não podem se acostumar com a violência”, declarou, ressaltando que ausência de Deus contribui para o aumento da criminalidade.
Segundo Silveira, a Câmara vai recorrer ao presidente Lula, ao Ministro da Justiça e ao governado Jaques Wagner para que as investigações dos crimes sejam feitas da maneira mais isenta possível. “A Câmara não vai ser omissa”, garantiu o presidente, desafiando igrejas, conselhos, vereadores e a sociedade em geral para que juntos, lutem contra a violência no município. O vereador convocou os demais parlamentares para que os mesmos apóiem as ações da OAB e do Ministério Público, enfatizando que o Legislativo “não pode baixar a cabeça diante dessa situação”.
“Isto é a demonstração da fragilidade do Estado, quando uma pessoa se entrega e é culpada por mais de 10 crimes”, disse, se solidarizando com a dor das famílias que tiveram seus filhos mortos barbaramente.  “Este não é somente um discurso, mas um desabafo e uma tentativa de reflexão sobre nossas ações”, concluiu.