02/04/2009 00:00:00
Na sessão que discutiu a Campanha da Fraternidade 2009, Fabiano Aurich, que representou a 10ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), cobrou da Câmara apoio para a criação de local apropriado para abrigar menores infratores. Aurich destacou o aumento do número de crimes cometidos por adolescentes e ressaltou os resultados do trabalho realizado pela Polícia Civil em Vitória da Conquista.
Para o padre José Carlos, coordenador da Pastoral Carcerária e pároco da paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, é fundamental que a sociedade reflita sobre o crescimento da violência e que elabore estratégias para combatê-la. “Vitória da Conquista é a nona cidade mais violenta da Bahia. É preciso criar alternativas para reduzir este quadro”.
Jorge Chagas, inspetor da Polícia Rodoviária Federal, lamentou a ausência da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) promovendo pesquisas sobre o tema e contribuindo para elaboração de estratégias contra a violência. Chagas parabenizou a Igreja Católica pela iniciativa em discutir o tema, porém criticou a postura dos católicos em condenar o uso de métodos anticoncepcionais como estratégia para controle da natalidade. “Precisamos combater todos os tipos de violência e lutar contra o tráfico de drogas”.
O Capitão Aroldo de Araújo, que representou o Comando Geral da Polícia Militar em Vitória da Conquista, parabenizou a Câmara e a Igreja Católica pela iniciativa em discutir o tema, mas ressaltou que, se não houver envolvimento de toda a sociedade, a violência não será superada. Para Araújo, investir em educação e na formação cidadã de crianças e adolescentes é uma estratégia eficaz no combate à violência.
Já Luiz Henrique Machado, representante da Delegacia Especial da Mulher, na sessão especial, afirmou que a segurança pública não se restringe apenas à repressão policial. Machado condenou a postura de políticos corruptos, que desviam recursos públicos que poderiam ser investidos no combate à criminalidade.
O padre Mozart Tanajura Junior, que representou o arcebispo metropolitano D. Luiz Gonzaga Pepeu, ressaltou que a campanha da CNBB induz a uma reflexão sobre a atitude da sociedade diante do problema da violência. “A paz enquanto fruto da justiça perpassa um compromisso pela construção de uma sociedade melhor, onde todos tenham oportunidades iguais”.
Nadjara Régis, secretária controladora do Município, que representou o prefeito Guilherme Menezes, destacou os vários tipos de violência que assolam a sociedade contemporânea, especialmente a violência contra a mulher e crianças. Para Régis, as pressões do cotidiano impedem que as pessoas encarem os relacionamentos com fraternidade, reduzindo assim, a violência.
Destacou a necessidade da implementação de políticas públicas que fortaleçam os laços comunitários, como estratégia eficaz no combate à violência, a exemplo de investimentos em educação. “Por mais investimento público que se faça no setor social, enfrentamos as dificuldades com a indiferença e individualismo tão presente em nossa sociedade”, afirmou, salientando a importância do envolvimento de todos no combate à criminalidade.