Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (18), a Tribuna Livre da Câmara Municipal de Vitória da Conquista foi ocupada por Regina Amorim, representante do projeto Adote um Leitor, e por Suesley Moreira da Silva, consultor de educação infantil e idealizador da iniciativa. O projeto, voltado à formação de leitores por meio da assinatura da revista Nosso Amiguinho, tem como foco crianças em situação de vulnerabilidade social.

Regina compartilhou sua trajetória pessoal com o projeto, que começou ainda como mãe de aluno. “A primeira vez que tive contato com o projeto, eu era mãe — aliás, ainda sou mãe, perdão”, brincou. “Decidi fazer pedagogia para entender um pouco mais sobre o projeto. E hoje sou mãe, pedagoga e representante do Adote um Leitor, que está sendo desenvolvido na Escola Mãe Vitória de Petu”.

Ela também aproveitou para fazer o anuncio do projeto: “No dia 5 de agosto nós teremos a culminância do Adote um Leitor e desde já convido a todos. Teremos a cobertura da TV Sudoeste e ainda temos 14 crianças para serem contempladas com a assinatura da revista”. Regina agradeceu o apoio de parlamentares ao projeto: “Já temos aí alguns vereadores, o senhor Adinilson, o Paulinho, a vereadora Lara e o vereador Ricardo Gordo nos auxiliando. Gratidão”.

Suesley Moreira reforçou a importância da leitura como instrumento de transformação social e apresentou números preocupantes sobre a realidade educacional brasileira. “O projeto nasceu em 2018, em Barreiras, da necessidade de atender crianças de bairros vulneráveis”, explicou. “No Brasil, 44% da população não lê e 30% nunca comprou um livro. Um país se faz com homens e livros.”

Ele também relatou o caso de uma aluna do lixão de Barreiras: “Railana me disse: ‘Tio, se o senhor puder me dar livros, vai me ajudar a conquistar os meus sonhos’. Foi ali que nasceu a ideia de convidar empresários e políticos a ajudarem crianças vulneráveis a realizar seus sonhos.”

Suesley também alertou para os riscos do excesso de telas na infância: “Hoje, tirar uma criança da tela é uma missão quase impossível. Mas é necessário. A leitura pode ser uma ponte para salvar essas crianças do isolamento, da depressão, do fracasso escolar e até do crime.”

Ele finalizou com um desafio à sociedade: “Não vamos mudar o mundo, nem o Brasil, nem a cidade. Mas, e se a gente transformar a vida de um aluno? Valeu a pena? Eu acredito que vale.”

Por Anuska Meirelles