A Câmara Municipal realizou na noite desta quinta-feira (22) uma audiência pública em comemoração ao Dia do Assistente Social, celebrado oficialmente no dia 15 de maio. O evento teve como objetivo homenagear, valorizar e dialogar com a categoria que atua com coragem, sensibilidade e compromisso na linha de frente da garantia de direitos e da justiça social. A audiência foi proposta pelo mandato do vereador Ricardo Babão (PCdoB).

Neste ano, a audiência adotou o tema nacional proposto pela categoria: “Serviço Social, Biomas e Biodiversidade: a luta pela justiça ambiental”. A proposta busca destacar o papel dos assistentes sociais na defesa do meio ambiente e no enfrentamento das desigualdades agravadas pelas emergências climáticas. A justiça ambiental, como reforçado durante o evento, é também uma luta contra a desigualdade social.

Durante a audiência, o vereador Ricardo Babão lembrou da atuação essencial dos assistentes sociais em momentos de crise. “Quando uma comunidade é atingida por enchentes, secas ou desastres ambientais, é o assistente social que está presente, acolhendo, articulando a rede e garantindo o mínimo de dignidade a quem perdeu tudo”, afirmou. Ele encerrou sua fala parabenizando os profissionais pelo trabalho essencial na construção de uma sociedade mais justa, humana e consciente.

A coordenadora do Núcleo de Base de Assistentes Sociais do Sudoeste Baiano, Hélia Vieira, reforçou a necessidade de valorização da categoria. “É preciso cuidar de quem cuida. Nós, assistentes sociais, também adoecemos diante da sobrecarga e da falta de reconhecimento. Por isso, pedimos o apoio desta Casa para pautas como as 30 horas de jornada e o piso salarial, que são direitos já reconhecidos, mas ainda desrespeitados em muitos espaços”, destacou.

Hélia também apontou os desafios ambientais enfrentados em Vitória da Conquista. “A justiça ambiental é parte da nossa luta. A falta de drenagem urbana e os alagamentos em bairros como Patagônia, Vila Elisa e Lagoa das Flores evidenciam como as questões sociais e ambientais se entrelaçam no cotidiano das populações mais vulneráveis”, completou.

Lucimeire de Jesus Passos, também assistente social, enfatizou o papel estratégico do serviço social em territórios vulnerabilizados. Atuando com comunidades quilombolas, agricultores familiares e catadores, ela ressaltou a importância da garantia de direitos como o acesso à água, terra e alimentação saudável. “A luta ambiental é também luta por democracia, saúde e equidade. Justiça ambiental e justiça social caminham juntas”, afirmou, defendendo uma atuação baseada em escuta ativa, educação crítica e participação política.

Ibeane Campos Moreira, responsável pela habitação rural, reforçou o compromisso ético e político do Serviço Social com políticas públicas que integrem proteção ambiental e justiça social. “Precisamos de ações intersetoriais que combatam o desmatamento, a poluição e a violação de direitos, assegurando voz e participação ativa às comunidades atingidas”, disse.

Representando a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Tainá Alves destacou o compromisso da gestão atual com o fortalecimento e valorização da categoria. “Mesmo diante de desafios complexos, seguimos firmes na missão de transformar vidas e fortalecer comunidades. Nossos profissionais atuam de forma estratégica na implementação e fiscalização de políticas públicas, contribuindo diretamente para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.”

Atualmente, o Brasil conta com mais de 240 mil assistentes sociais, sendo 20 mil somente na Bahia, segundo dados do Conselho Regional de Serviço Social. Profissionais que seguem na luta pela valorização da carreira, por melhores condições de trabalho e pelo reconhecimento de direitos essenciais.

Por Andréa Póvoas, Anuska Meireles e Jenifer Vital.