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Câmara realiza sessão especial sobre Forró

Câmara Municipal de Vitória da ConquistaVereadoresSessão EspecialNotícia

07/06/2024 11:32:00


Matrizes do forró foi o tema da sessão especial realizada na manhã desta sexta-feira, 07, no plenário Carmen Lúcia. Autora da sessão, a vereadora Lúcia Rocha (MDB), realiza essa sessão todos os anos, buscando um resgate e uma valorização da cultura do forró no município. 

Importância dos festejos juninos para o Nordeste brasileiro - Proponente da sessão, a vereadora Lúcia Rocha (MDB) iniciou seu pronunciamento destacando a identidade cultural que representa o São João para o povo nordestino. “Em um mundo cada vez mais globalizado, preservar e valorizar essas tradições é fundamental para manter a diversidade cultural e o senso de pertencimento das comunidades”, afirmou a vereadora.

Lúcia homenageou também as matrizes do forró. “As matrizes do forró formam a base desse rico mosaico cultural, cada uma trazendo suas características únicas e contribuindo para a pluralidade do forró como um todo”, declarou. Lúcia Rocha cobrou também maior valorização aos artistas da terra, afirmando que o São João precisa ser valorizado em todos os seus aspectos. “Os festejos juninos não são apenas uma celebração; são um testemunho da resiliência e da riqueza cultural do povo nordestino”, pontuou.

Mudanças - Jeremias Macário, membro do Conselho Municipal de Cultura, parabenizou a vereadora Lúcia Rocha pela realização anual da sessão de valorização da cultura do forró, que envolve muito além da música, passando pela alimentação, moda e linguagem.

De acordo com Macário, a cada ano acultura do forró está perdendo suas características. Jeremias apontou que governos e prefeituras trocam forrozeiros e bandas tradicionais por bandas de outros ritmos, alheios à cultura junina, como pagode, entre outras.

O agente cultural lamentou as mudanças, que na sua avaliação “ferem as nossas memórias”. 

Valorização do forró e da dança - O instrutor de forró Vinícius Gomes cobrou avanços na valorização do forró e da dança para além do período junino, quando o forró ganha maior notoriedade. “Eu tenho certeza de que todo mundo gosta de dançar, não somente no período de São João. A gente dança forró o ano inteiro”, disse o instrutor.

“Que a gente tenha mais projetos culturais relacionados aos forrós e à dança fora do período de São João”, pediu Gomes, ressaltando que isso favorecerá também o fortalecimento das festas também no período junino, já que fortalecerá  a cultura do forró.

Os festejos juninos são uma expressão de fé do povo nordestino - O produtor cultural Vadinho Barreto destacou que os festejos juninos são mais do que uma celebração no calendário do Nordeste brasileiro. Para ele, os festejos juninos são uma profunda manifestação cultural, carregada de história, fé e identidade regional. “Os festejos juninos são, antes de tudo, uma expressão de fé. No Nordeste, a devoção a Santo Antônio, São João e São Pedro é intensa e enraizada na vida das comunidades. As missas, procissões e rezas são elementos centrais dessas celebrações, demonstrando a profunda religiosidade do povo nordestino. Essa fé é visível nas promessas e agradecimentos feitos aos santos, reforçando laços comunitários e familiares”, declarou Vadinho.

Atenção às quadrilhas de São João - Representante do grupo de Quadrilha Junina Flor do Panela, iniciou sua fala levando os presentes o seguinte questionamento: “Quantas pessoas sabem responder o número de grupos de quadrilhas juninas em Vitória da Conquista? É algo difícil de se responder, pois pouco se fala sobre os grupos quadrilheiros”, e disse que se tratar da terceira maior cidade da Bahia, Vitória da Conquista deixa muito a desejar no que se refere ao incentivo aos grupos e movimentos juninos. Thiago falou da dificuldade enfrentada pelo seu grupo de quadrilha, que revela também a realidade vivenciada por dezenas de grupos, “existem quadrilhas que tiveram que encerrar suas atividades por falta de apoio”, ele relatou que para manter as atividades realizam pedágios em semáforo da cidade, como uma alternativa para conseguir montar os figurinos para aqueles integrantes que não tem condições de arcar com os custos. Disse ainda que conseguiram se filiar a Federação Baiana de Quadrilhas - FEBAQ, e se inscreveram no concurso realizado pela federação, porém não conseguiram se apresentar por falta de apoio, “não conseguimos o apoio da Prefeitura Municipal que até se comprometeu em disponibilizar um ônibus para levar o grupo, nos preparamos, ensaiamos, providenciamos figurino e no dia esperado não teve o ônibus, ficamos inscritos, mas não comparecemos”, e fez um apelo a gestão e ao legislativo que elaborem projetos e leis de valorização do movimento junino na cidade.

Festival do forró – O vereador Marcus Vinícius (PODE), se declarou apaixonado pelo forró, e falou sobre o projeto d o Festival do Forró que ele pretende implementar em Vitória da Conquista com o objetivo de promover a valorização da Cultura em nossa cidade. “Se Deus quiser, na próxima gestão vamos colocar esse projeto em andamento”, concluiu.

Desrespeito do Poder Executivo - O vereador Augusto Cândido (MDB) criticou a ausência de representantes do Poder Executivo à importante discussão. “A Secretaria de Cultura foi convidada. Deveria, no mínimo, se fazer representada, respeitando a Câmara de Vereadores, respeitando os munícipes. É preciso respeitar”, disse ele. Cândido lembrou que sua família tem forte conexão com o forró. “Aprendi tocar pandeiro com meu pai tocando forró. Meu pai tocava pé de bode e a gente tocava e aprendia tocar e todo mundo na família toca”, contou.



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