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Câmara Municipal discute atuação da Viabahia na região de Vitória da Conquista durante Sessão Especial

Câmara Municipal de Vitória da ConquistaVereadoresSessão EspecialNotíciaHermínio Oliveira

03/08/2018 13:31:00


Na manhã desta sexta-feira, 3, a Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC) discutiu mais uma vez sobre a atuação da Viabahia, concessionária que explora o trecho baiano da BR 116 e a BR 324, através de uma Sessão Especial sobre o assunto. A discussão contou com a participação de várias autoridades, bem como da própria Viabahia. 

Críticas à falta de atuação na região sudoeste - O presidente do Legislativo Municipal, Hermínio Oliveira (PPS) mais uma vez criticou a falta de atuação da Viabahia na região de Vitória da Conquista, a despeito de cobrar pedágios na região, uma vez que explora a concessão da via no trecho que corta o estado da Bahia, bem como a BR – 324. “A Via Bahia trabalha muito na Região Metropolitana de Salvador, na região da cidade de Feira de Santana e na região do Paraguaçu. Aqui na região sudoeste a Via Bahia faz muito pouco”, disse ele.

O presidente da Câmara cobrou ainda a construção de viadutos nos cruzamentos entre o Anel Rodoviário e outras rodovias e avenidas, como na saída para Barra do Choça, Campinhos, Brumado e Urbis VI. Além disso ele cobrou também a duplicação no trecho entre Planalto e a entrada do distrito de São João da Vitória (Batuque), que segundo ele já deveria ter começado, e também o alargamento do bueiro entre os bairros Nossa Senhora Aparecida e Guarani.

Comportamento de pedestres e motoristas é o grande gerador de acidentes – O inspetor Ramalho, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), frisou que existem trechos da BR 116, coberta pela Viabahia, que enfrentam situação crítica. Segundo estudo da própria instituição, a maior parte dos acidentes é provocada pela conduta de pedestres e motoristas. Ele destacou que no Anel Viário a maior ocorrência é de atropelamentos, especialmente nos quilômetros 10 e 20. “É um trecho que sofre bastante com acessos irregulares”, disse. O inspetor afirmou que o surgimento de ruas e avenidas que alcançam o anel sem ordenamento de trânsito piora a situação. Ramalho também relatou problemas de falta de iluminação em diversos pontos da rodovia. Ele acredita que uma coletiva entre a Viabahia, ANTT, PRF, Prefeitura e Câmara pode solucionar esses problemas. 

Anel Viário repleto de pontos críticos - Representando a Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, o secretário municipal de Infraestrutura Urbana, José Antônio Vieira, destacou que a cidade tem trechos bastante críticos envolvendo a BR 116. Elel embrou que quando projetado, há 20 anos, o Anel Rodoviário Jadiel Matos era completo e contemplava 4 viadutos, iluminação e vias paralelas que não foram implantados em sua totalidade devido à falta de verbas, sendo construído apenas um viaduto, na região do Distrito Industrial dos Imborés. O secretário garantiu que o Governo Municipal está buscando melhorias, principalmente para os trechos críticos do Anel. “A atual gestão vem cobrando a implantação desses outros três viadutos e mais outros que se fazem necessário como os de Campinhos e Simão”, detalhou ele.

Concessionária reconhece problemas e promete soluções coletivas – O representante da Viabahia, Carlos Bonini, afirmou que está disposto a encontrar soluções e espera a colaboração da Prefeitura, Câmara, ANTT e Estado da Bahia. Bonini frisou que a Viabahia passa por dificuldades diante da crise econômica e mudanças na política de financiamento do BNDES. “Tivemos dificuldade em tocar alguns projetos”, falou. 

Ele explicou que o contrato da concessionária está sendo revisado e deve incluir obras reivindicadas por comunidades conquistenses. O novo contrato deve atender “a todas as cidades” e não só aqueles que trafegam pela rodovia. Já sobre o bueiro, que liga os bairros Nossa Senhora Aparecida e Guarani, afirmou que melhorias naquele local não fazem parte do contrato, mas um projeto de sinalização que depende da autorização da prefeitura. o representante da Viabahia informou que até o mês de novembro a concessionária deve reativar e finalizar obras de iluminação no trecho conquistense da BR 116. Sobre o acesso ao novo aeroporto, informou que um estudo está sendo feito. A obra também não faz parte do contrato, mas está sendo avaliada. “Nós temos muito interesse em executá-la”, afirmou. 

Questão afeta até mesmo a segurança pública - O comandante da 92ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), Major Cirilo Costa, morador do conjunto Morada dos Pássaros disse que o cruzamento entre o Conveima e o Morada dos Pássaros, na BR 116, é muito perigoso. Ele lembrou que a 92ª CIPM, responsável pelo patrulhamento na zona rural, utiliza constantemente a BR 116 para chegar às comunidades rurais e também enfrenta os mesmos problemas que a população que utiliza a via. “Nós estamos integrados, esperamos que sejam feitas as melhorias necessárias”, disse ele destacando que as melhorias na BR 116 trarão melhorias também na sensação de segurança da população rural.

Crise econômica afetou sustentabilidade de concessionárias – O superintende de Exploração da Infraestrutura Rodoviária da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Fábio Luiz Lima de Freitas, afirmou que a crise econômica atingiu em cheio as concessionárias. Ele relatou que ao menos seis enfrentam problemas gravíssimos. Além disso, o formato de composição da tarifa que as concessionárias praticam está defasado e houve uma queda de 15% no movimento das rodovias. 

Outra complicação é a mudança na política de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A previsão era até 70% de financiamento dos projetos. A taxa não chega a 30% com as mudanças. “Quando você soma todos esses fatores é impossível não dizer que houve uma deterioração desses contratos”, detalhou. Fábio explicou que os contratos estão sendo revisados para uma adequação. Ele ponderou que, mesmo com um novo contrato, existe um limite para a atuação das concessionárias. Sobre a obra do trecho que liga a rodovia ao novo aeroporto, explicou um dispositivo provisório para a entrada do aeroporto deverá ser feito. 

Populares questionam atuação da Viabahia e cobram soluções


Síndica do Condomínio Vila Verde, Kátia Franco disse que até hoje os moradores do condomínio não tiveram o acesso ao direito de um acesso direto à BR 116. “Nós tivemos um direito tirado. Nós moramos num condomínio e esse acesso foi negado pela Viabahia. Estamos ali há seis anos e a Viabahia nunca nos procurou para nada, a Prefeitura também não”, apontou ela reclamando da falta de estrutura do condomínio do Minha Casa Minha Vida. “A gente teve um direito e ele nos foi tirado.

Outra cobrança de acesso à via foi apresentada por Moisés da Silva (Dida), líder comunitário do Vila América, que cobrou da Viabahia a pavimentação e sinalização do acesso do Anel Viário para o Vila América, conforme foi prometido e avisou que, caso não seja feito, haverá manifestações da comunidade. 

O morador e um dos fundadores do Morada dos Pássaros, Zé da Paz, afirmou que a concessionária “não vale nada”. Ele cobrou presença da empresa no município, apresentação de uma planilha da arrecadação do pedágio na região de Conquista que deve ser entregue à Câmara para fiscalização, e soluções para o cruzamento do Conveima e Morada dos Pássaros.

Já Wesley Brito, líder comunitário do Guarani, lamentou o que considera morosidade da empresa em atender as reivindicações. Ele afirmou que o atendimento a situações de emergência na rodovia não funciona. Segundo Moisés, nenhuma gestão municipal conseguiu atender as demandas. Para ele, as regiões que pedem ações sofrem com o descaso porque são periféricas. 




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