Para o vereador Florisvaldo Bittencourt (PT), Líder da Bancada de Governo, o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, que tramita na Câmara dos Deputados, é um golpe. “É golpe sim. Porque utilizando os mecanismos formais e legais para derrubar alguém que foi eleito, sem que exista materialidade, é golpe”, denunciou. Para ele, com a ajuda da mídia tradicional, os opositores da presidente estão tentando vincular o impeachment à operação Lava Jato. “Quem diz isso é um mentiroso. O processo de impeachment é motivado pelas pedaladas ficais, crime de responsabilidade. Esse é o motivo da peça do processo”, explicou. Segundo Florisvaldo, as pedaladas ocorreram porque Dilma atrasou repasses do Bolsa Família e do Minha Casa Minha Vida para a Caixa.

O parlamentar seguiu com sua explanação. “Tem um bando de pilantra tentando incutir na cabeça do povo que é crime [as pedaladas fiscais]. No crime de responsabilidade fiscal a materialidade se daria sabe como? Sobre as contas da presidente do ano de 2015. Essas contas sequer foram analisadas ainda. Sequer foram julgadas. Então, não existe materialidade nenhuma. O que existe, é bom que se diga, é que o vice-presidente, Michel Temer, foi quem assinou os decretos autorizando as famosas pedaladas. Não foi Dilma. Isso é vergonhoso”, disse. Para o edil, a saída do PMDB da base aliada do governo federal é uma jogada de fachada.

Ele ainda acusou o PMDB conquistense de fazer parte da lista de partidos envolvidos na operação Lava Jato. A sigla teria recebido R$ 150 mil como caixa dois nas últimas eleições municipais. “O senhor Lúcio Vieira Lima, deputado federal ligado ao candidato a prefeito de Vitória da Conquista, [Herzem Gusmão], da Comissão de Impeachment, é quem maior volume recebeu de dinheiro das empresas da operação Lava Jato”, denunciou. Ele ainda ressaltou que políticos como o presidente da Câmara, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA), pedem o impeachment, mas são citados em esquemas de corrupção, o que caracterizaria uma discrepância. “Esse cidadão, Eduardo Cunha, faz parte de uma denominação religiosa e foi repassado R$ 5 milhões”, disse.

O parlamentar criticou a fala do colega, Arlindo Rebouças (PSDB). Bittencourt questionou o colega sobre o porquê dele não criticar nomes de políticos do PMDB e de seu partido, o PSDB, citados em esquemas de corrupção: “Por que ele não fala de José Serra; sobre o roubo do metrô [de São Paulo], aí sim tem materialidade; Aécio Neves? Por que o vereador Arlindo não falou dos 500 quilos de cocaína dentro do helicóptero de Zezé Perrela em Belo Horizonte? Por que o vereador Arlindo não falou do presidente da Assembleia Legislativa, que é promotor público em São Paulo, que roubou dinheiro da merenda escolar?”.

Para Florisvaldo as pessoas têm direito de ser oposição, de apoiar o impeachment, mas devem agir seguindo a verdade. Ele sublinhou que a oposição em Conquista já tentou cassar os dois prefeitos do PT – o atual, Guilherme Menezes, e José Raimundo, atualmente deputado estadual. “Foram desmoralizados, pois era uma atitude golpista. Tentaram cassar Zé Raimundo em 2004. [Eles] não têm capacidade de apresentar projetos para a população para ganhar a política, para ganhar no voto, aí querem ganhar no tapetão”, falou.

Coleta de lixo – Em sua fala, Florisvaldo Bittencourt cobrou a regularização da coleta de lixo e limpeza periódica nos condomínios do Minha Casa Minha Vida. Segundo o edil, mais de oito mil famílias residem nessas localidades e sofrem com a falta desses serviços. A responsabilidade pela limpeza e coleta de lixo é da Secretaria Municipal de Serviços Públicos, da qual o vereador cobrou uma postura mais ágil.