Os professores do Colégio Estadual Fernando Spínola, Robson Dantas Alves e Lindinalva Rodrigues Araújo, ocuparam o espaço da Tribuna Livre durante a Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC), nesta quarta-feira (02), falando sobre a possibilidade de encerramento das atividades do colégio.

O professor Robson Dantas Alves disse ter recebido do diretor do Núcleo Regional de Educação 20 (NRE-20, antiga Direc – 20), Ricardo Costa, no dia 20 de novembro deste ano, a informação de que de que existe a possibilidade de o turno vespertino do colégio ser desativado. “Ricardo anunciou o possível fechamento do turno vespertino. Ele anunciou o fechamento do turno vespertino em 2016 e a preocupação é que, se em 2016 possa existir o fechamento de um turno, por que não dizer que existe uma intenção camuflada de fechar o colégio nos anos seguintes?”, questionou o professor.

Robson disse ainda, que o colégio Artur Seixas também deverá ser fechado, assim como o turno noturno do Vilas Boas. “É uma causa coletiva”, salientou ele. “Fechar turno de escola ou, sobretudo, fechar escolas é um retrocesso. A gente considera um ato de opressão” disse Robson, que também afirmou que a decisão foi tomada de forma unilateral.

A professora Lindinalva Araújo disse, que o processo de fechamento do colégio no turno vespertino está sendo marcado pela arbitrariedade. “A gente foi pego na surpresa. Fechar um turno da escola realmente é um prejuízo muito grande. A gente quer mais escolas, mais vagas”, disse ela. “Cadê o diálogo? A gente esperava que fosse ser chamado para conversar sobre a implantação de cursos”, contou a professora, que também apresentou um abaixo-assinado pedindo que o turno vespertino do colégio seja mantido.  

Ao comentar a Tribuna Livre, o vereador líder da Bancada de Oposição, Arlindo Rebouças (PROS), afirmou que essa é uma prática danosa da Secretaria de Educação. “Fecharam o Maria Viana e o Dirlene Mendonça. Queriam fechar o Rotary. Fizemos caminhada e fomos ao ministério público para não fechar”. O vereador também lembrou a caminhada em favor da Escola Rangel Pestana. Segundo Arlindo “matam a escola por inanição, cada ano fechando uma série”. Também citou que “queriam fechar a extensão da escola Nilton Gonçalves no Distrito de São João da Vitória”. Criticou o Coordenador do Núcleo Regional de Educação Ricardo Costa afirmando ser uma pessoa que fecha. “Será que querem criar presídios nas escolas?” Arlindo entende que “a maior transformação da sociedade é através da educação de qualidade”. Finalizou dizendo que “a força está com vocês. Tem que ir para a rua, fazer protesto, a CMVC vai apoiar vocês”.

Representando a bancada de situação, o vereador Andreson Ribeiro (PCdoB), se declarou contra o fechamento do Colégio Estadual Fernando Spínola, justificando que “esse é um colégio que atende atualmente a 803 alunos, com 46 professores”. Ele relatou que existe uma demanda grande naquele colégio “por tanto ele é viável”. Para ele, a educação é a única forma de combater a criminalidade: “talvez fosse o momento de implementarmos a qualidade do ensino. Porque não dividir um turma de 46 alunos em duas de 23?”, questionou. Ele afirmou ainda, que “o senhor  Ricardo, quer é inviabilizar turno a turno, e aos poucos fechar a escola. O que ele quer é ano que vem, gerar um relatório que o colégio é inviável”. O parlamentar lembrou ainda, que ali [no colégio] temos muita gente lutando para formar homens e mulheres. “Vamos repugnar a atitude da secretaria de educação”, falou. Por fim, Andreson lembrou que as matrículas são on line e que por isso todos devem ficar atentos, “pois a secretaria de educação tem que disponibilizar vagas para o turno vespertino. Vamos assinar o abaixo-assinado e apoiar essa causa. Jamais vamos nos silenciar”, concluiu.

O presidente da Casa, Gilzete Moreira (PSB) solicitou à Comissão de Educação da Câmara, composta pelos vereadores Professor Cori (PT) (Presidente), Arlindo Rebouças (Pros) (Relator) e Irma Lemos (Membro), que acompanhe de perto a situação e sugeriu que convidassem o diretor do NRE-20, Ricardo Costa, para uma conversa sobre o fato.

O colégio – O Colégio Fernando Spínola, localizado no bairro Patagônia, Zona Oeste de Vitória da Conquista, foi fundado no dia 7 de agosto de 1971 pelo Governador Antônio Carlos Magalhães, em cumprimento a um projeto de ampliação da rede estadual de ensino. O colégio leva o nome do então prefeito de Vitória da Conquista, que cedeu o terreno para construção do equipamento.

Atualmente, unidade escolar atende, nos três turnos, num total de 803 estudantes do Patagônia, Kadija, Conveima, Ipanema, Conjunto da Vitória, Morada dos Pássaros, Jardim Valéria, Jardim Guanabara, Santa Terezinha e Condomínios Campo Verde e Vila Sul.

O quadro docente do colégio conta com 36 professores e oferece Ensino Fundamental e Ensino Médio.